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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - 'Flow'

Sinopse: Flow é sobre um gato solitário que encontra refúgio em um barco com outras espécies após a sua casa ser destruída por uma grande inundação.

O cinema nasceu mudo, onde os movimentos e as expressões dos atores é o que faz a gente compreender a história. No cinema recente raramente alguém tentou se arriscar ao fazer um filme sem diálogo algum, sendo que o mais próximo que tivemos foi o ótimo "O Artista" (2011) que presta uma homenagem as raízes do cinema. É então que chega "Flow" (2024), uma animação da Letônia que se arrisca em apresentar uma trama protagonizada por animais e sem diálogo algum, mas é através de suas ações que o filme ganha o coração.

Dirigido por Gints Zilbalodis, a trama parece que se passa em um futuro distante, onde a terra que nós conhecemos está chegando ao fim e sem nenhum vestígio de vida da humanidade. É então que conhecemos o Gato, um animal que vive sozinho em uma casa, mas que começa a ser devastada pelas enchentes. O seu único refúgio acaba sendo um barco, mas do qual terá que dividir com outros animais em meio as adversidades que irão surgir nesta jornada.

Nas últimas décadas o público ficou mais do que acostumado a assistir filmes da Disney ou Pixar ao apresentar tramas em que há animais falantes e agindo como seres humanos, como no caso do ótimo "Zootopia" (2016). Não é o caso o que acontece aqui, já que tanto o gato como também os demais animais que surgem em cena são um retrato realístico dos bichos do mundo real, mas que usam os seus extintos para sobreviverem e fazendo com que isso possamos compreender a história. Tudo gira pela perspectiva do Gato, como se ele fosse o nosso guia para testemunharmos esse mundo em ruínas, mas do qual a vida prossegue mesmo sem a presença do homem.

Feito em animação digital, além de ser alinhado com o uso de 3D, o filme possui um dos visuais mais impressionantes dos últimos tempos, onde aquele futuro indefinido é moldado por cores deslumbrantes, mas ao mesmo tempo sintetizando o lado opressor de uma terra que foi molestada pelas ações do homem e culminando neste cenário. Porém, o filme nos lembra que a vida continua e cabe aos que ainda vivem buscarem sobreviver para continuar existindo, mesmo quando os eventos climáticos quase sempre se tornam um verdadeiro obstáculo. Por conta disso, o filme ganha pinceladas de até mesmo puro suspense, já que nos preocupamos com a vida dos personagens.

Embora sejam animais próximos de nossa realidade, cada um tem uma personalidade distinta e fazendo com que cada um tenha o seu merecido destaque na tela. O gato, por exemplo, age de forma independente, mas a partir do momento que as mudanças climáticas acontecem ele começa a se dar conta que somente sobreviverá com ajuda dos demais animais. Temos então o cachorro que sempre busca amizade, a Garça orgulhosa, o Lêmure obcecado em coisas e a Capivara sábia.

É curioso, por exemplo, vemos o Lêmure sempre preocupado com as suas coisas que encontra pelo caminho, mas que aos poucos deverá aprender a se preocupar mais com o seu próximo. Já a Garça possui certo orgulho que nos faz entender que ela não concorda em estar errada durante a jornada, mas que caberá a ela tomar uma difícil escolha. São observações como essa que nos faz lembrar do ser humano e como o próprio poderá um dia se destruir enquanto não deixar de pensar em si mesmo.

São elementos como esse que o filme cresce ainda mais diante dos nossos olhos e fazendo a gente desejar que aquela perigosa jornada não termine tão cedo, pois não queremos abandonar esses personagens cheios de vida como um todo. Ao final, o filme nos entrega um fio de esperança com relação aquele mundo e ao mesmo tempo servindo de ensinamento para as pessoas de todas as idades de que é preciso parar de sermos mesquinhos e começarmos a pensar em nos unirmos para um futuro que pode ser implacável. Se caso não aprendermos isso, ao menos a vida continuará de forma pura e plena e sem nenhum pingo de nossa ajuda.

"Flow" é uma das melhores animações dos últimos tempos, cuja arte de nos contar uma história sem nenhum diálogo é o que faz a gente abraçar a obra como um todo. 

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