Sinopse: Em Homens de Barro, acompanhamos a história de amor proibida entre dois jovens de antigas famílias rivais.
"Romeu e Julieta" é um dos romances mais famosos de William Shakespeare e que ao longo dos séculos foi revisitado nas mais diversas formas. Em tempos de diversidade não é de se surpreender que a temática do conto seja remodelada para que então tenhamos uma noção sobre até onde essa história pode ser reapresentada no decorrer dos tempos. "Homens de Barro" (2025) é um filme que se inspira no conto clássico, mas obteve suas próprias pernas ao longo do percurso.
Dirigido por Angelisa Stein, o filme conta a história de amor proibido entre dois jovens de antigas famílias rivais. O desejo e a culpa atravessam a jornada de Pássaro, filho único da família Tamai, e de Ângelo, caçula da família Miranda e irmão de Marciano. Vivendo numa cidade pequena, Pássaro e Marciano eram melhores amigos quando crianças, apesar da constante tensão que rondava os vizinhos. As brigas entre os pais, porém, afastam os dois e a amizade esmorece. Anos mais tarde, Pássaro e Ângelo se reencontram numa festa e se atraem um pelo outro, mas que provoca a ira de Marciano.
Com pouco mais de uma hora de duração, a diretora Angela Stein se inspira no conto de Shakespeare somente na superfície, já que a trama não é muito diferente de muitas que ocorrem entre famílias rivais no interior do estado, principalmente quando o assunto é sobre divisões de terras. Porém, todo o desenvolvimento já nos dá uma dica do que irá acontecer em seguida e fazendo a gente se preparar para a grande tragédia. Até lá, conhecemos um pouco do cotidiano destes jovens sem muitas opções na vida, já que na cidade onde eles vivem não existem muitas opções, a não ser cair na balada ou adentrar aos negócios peculiares.
Com um elenco jovem, cada um deles se destaca em cena, mesmo quando nos passa a sensação que há muito o que eles aprendem em termos de atuação. Destaque para Gui Mallmann como Pássaro, que consegue construir para o seu personagem uma pessoa fora de sua própria realidade e com o desejo de sair dessa bolha limitada antes que seja tarde. Uma vez que se entrega a Ângelo nasce uma espécie de válvula de escape, tanto para os seus desejos fluírem, como também o despertar de uma possível nova vida.
Para começo de carreira, até que a diretora Angelisa Stein capricha em uma atmosfera que transita entre momentos peculiares para o lado de luz e cores uma vez que esses jovens abraçam algumas horas de prazer nas baladas, pois é a única coisa que os fazem sair daquela realidade. Embora tenhamos já uma noção do seu fatídico final, ao menos o minuto final se torna um consolo, pois uma vez acontecendo uma grande tragédia e o que faz finalmente alguns dos personagens finalmente moverem essas peças de jogo que chamamos de vida.
"Homens de Barro" é uma versão curiosa de uma das maiores obras de William Shakespeare e que tinha até mesmo um potencial maior para ir mais longe.
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