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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Cine Especial: Clube de Cinema - 'Afire'

 Nota: Filme exibido aos associados no último dia 11/11/23.

Sinopse: As emoções aumentam para um grupo de amigos quando uma floresta seca ao redor deles pega fogo. 

Christian Petzold tem chamado atenção da crítica especializada pela sua construção criativa em tramas que beiram a ficção, mas com pé forte com relação a nossa realidade. "Em Trânsito" (2019), por exemplo, vemos uma sociedade francesa à mercê da invasão nazista, só que não nos tempos da Segunda Guerra Mundial, mas sim nos nossos dias atuais. "Afire" (2023) vemos uma trama que explora o poder da literatura e cuja nossa realidade ainda pode ser uma grande fonte de inspiração para ela.

Na trama, em uma pequena casa de férias no Mar Báltico, onde os dias são quentes e não chove há semanas, quatro jovens se reencontram, velhos e novos amigos. As florestas secas ao redor deles começam a pegar fogo gravemente, assim como suas emoções: felicidade, luxúria e amor, mas também ciúmes, ressentimentos e tensões - gradualmente, eles também são cercados por chamas. Ao longo desse processo, as pessoas também acabam se aproximando umas das outras dentro de casa. Até que os incêndios não podem mais ser ignorados.  

O filme se apresenta em um primeiro momento como uma série de erros que os personagens vão enfrentando no decorrer do seu percurso, até eles chegarem no cenário principal que é a casa de campo. A partir do momento em que eles se encontram no cenário dos acontecimentos nós vamos conhecendo aos poucos cada um deles, principalmente Leon, um personagem complexo, que se sente sempre incomodado com a realidade em sua volta, mas disposto em acabar o seu livro do qual está trabalhando há muito tempo. Porém, a sua trama literária talvez necessite de algo especial e sendo justamente a realidade em que ele próprio está ignorando.  

Christian Petzold cria aqui uma trama em que os personagens convivem uns com os outros em situações em que os sentimentos de cada um vão aflorando em tal ponto que não há como ser ignorado. A partir do momento em que Leon conhece Nadja há um despertar dentro dele, desde a paixão, curiosidade e até mesmo fúria, já que são dois personagens de personalidades distintas, mas que podem aprender alguma coisa uma com a outra. Tanto Thomas Schubert como Paula Beer estão ótimos em seus respectivos papeis, sendo personagens humanos que facilmente nos identificamos, mas cujo mesmos transitam perante uma realidade em que aos poucos não pode mais ser ignorada.  

A casa de campo se torna uma espécie de forte para manter eles seguros perante as mudanças que ocorrem ao redor, já que está havendo um incêndio nas redondezas, mas eles se sentem seguros até certo ponto da trama. Enquanto as chamas não chegam os protagonistas precisam lidar com seus próprios sentimentos, como se houvesse uma chama interior que não pode ser fortalecida através dos sentimentos do próximo, mas que torna isso uma missão impossível. A meu ver, o aprendizado que cada um tem através do outro é o que faz eles mudarem posteriormente, principalmente em um momento crucial dentro da trama como um todo. 

Ao final, cada um possui o seu destino traçado, como se não houvesse mais retorno, mas diferentes se formos comparar como eles eram no início da trama e cujo resultados acabam sendo mais do que evidentes para dizer o mínimo. Leon, por exemplo, somente se torna um bom escritor a partir do momento em que ele começa a enxergar além do que os seus olhos viam e podendo assim, não somente ser um bom profissional, como também um ser humano mais receptível com o seu próximo. O minuto final acaba se tornando primoroso, ao vermos o destino destes incríveis personagens em aberto e fazendo a gente imaginar qual seriam os seus próximos passos."Afire" é bela carta de amor para aqueles que apreciam o universo literário e de como a realidade é ainda mais impressionante do que qualquer ficção vinda do universo fantástico. 

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