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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Cine Especial: BOGART & BACALL - 'Uma Aventura na Martinica'

"Casablanca" (1942) não somente se tornou um sucesso na época como virou uma espécie de símbolo da sorte do estúdio Warner. Claro que muito se deve ao desempenho em cena dos astros Humphrey Bogart e Ingrid Bergman, que viriam a se tornar os queridinhos do grande público que deixaram as lagrimas escorrerem após o inesquecível final daquele clássico. Coube então repetir a dose, mas nem sempre um raio cai duas vezes no mesmo ponto para o sucesso.

Eis que então surgiu em cena Howard Hawks, diretor conhecido, que havia chocado o mundo com o seu "Scarface - A Vergonha de Uma Nação" (1932) e há quem diga que esse filme tenha sido o responsável pelo surgimento do Código Hays. Tentando repetir o sucesso de "Casablanca" Hawks buscou o livro ''Ter e Não Ter'', de Ernest Hemingway para adaptação do seu próximo filme e que houvesse ingredientes que repetissem o último grande sucesso do estúdio Warner. O resultado é "Uma Aventura na Martinica" (1944), filme lembrado mais pela química forte do casal central do que a trama em si.

A história se passa no Mar do Caribe, Martinica, 1940. Harry Morgan (Humphrey Bogart) é o capitão e dono de um pequeno barco, que ele aluga para turistas. Acontece que membros da Resistência Francesa querem alugar o barco de Morgan, para ele pegar "discretamente" um colaborador importante. Harry diz que não fará o serviço, pois não quer se meter em confusões. Além disto iria receber US$ 825 de Johnson (Walter Sande), um cliente que não tinha lhe pago pois precisava ir ao banco no dia seguinte para sacar a quantia. Por acaso Marie Browning (Laren Bacall), uma batedora de carteiras que naquela tarde tinha chegado no local, pega a carteira de Johnson. Morgan vê o roubo, vai atrás dela e descobre que havia US$ 1400 em cheques de viagem e uma passagem de avião, que sairia bem cedo, ou seja, antes do banco abrir. Era claro que Johnson não pretendia pagar, assim Harry e Marie lhe devolvem a carteira. Percebendo que tinha sido pego, Johnson ia pagar com cheques de viagem, mas então começa um tiroteio entre a polícia e membros da resistência. Uma bala perdida mata Johnson, assim Harry não pôde receber o dinheiro. Para piorar, a polícia "confisca" o pouco que tinha. Sem dinheiro, Morgan tem como única alternativa aceitar o serviço para a Resistência, sem imaginar o que aconteceria.

Assim como "Casablanca" a trama se passa nos tempos em que a Segunda Guerra Mundial ainda estava acontecendo e, portanto, os nazistas são os vilões novamente da história enquanto os franceses são a resistência. Novamente Humphrey Bogart interpreta um protagonista que não está interessado em tomar parido algum do conflito, mas somente se virando com o que tem enquanto o restante do mundo vai se matando. Porém, as circunstâncias fazem com que ele mude de ideia, principalmente quando surge a personagem de Laren Bacall em cena.

É preciso e muito destacar a química de ambos os atores, já que não é fácil contracenar com alguém de tamanha presença como Bogart. Porém, Bacall não se intimidou, ao construir para si uma dama fatal e da qual o seu olhar tem muito mais a dizer do que as palavras em si. Curiosamente, esse foi o filme de estreia da atriz e sendo até hoje um dos mais bem sucedidos da história do cinema.

Não é segredo que ambos os intérpretes se apaixonaram em cena e se casaram posteriormente. O casório renderia mais três projetos com ambos juntos, sendo "À Beira do Abismo" (1948), "Prisioneiros do Passado" (1947) e "Paixões em Fúria" (1948). Revisto hoje, o filme "Uma Aventura na Martinica" se sustenta mais graças ao casal central do que a trama em si que, curiosamente, não somente possui elementos já vistos em "Casablanca", como também não seria a primeira vez que veríamos Bogart sendo dono de um barco, sendo que posteriormente o veríamos como capitão no clássico filme "Uma Aventura na África" (1951).

Naquele estilo da Era de Ouro, temos ainda canções tocadas ao piano, coadjuvantes adoráveis, piadas afiadas, diálogos esplendorosos e beijos cinemáticos. O subtexto erótico de algumas linhas é divertidíssimo e sendo que hoje faz ainda maior sentido. O roteiro, porém, envelheceu nos pontos em que mostra a personagem de Bacall querendo se tornar a futura esposa do protagonista, mas isso é típico daquela época, pois afinal é ainda os anos quarenta. O diretor Howard Hawks, enfim, obteria o seu grande sucesso, mesmo não o obtendo o mesmo patamar que foi "Casablanca".

"Uma Aventura na Martinica" é um romance perfeito pertencente a era de ouro do cinema e ao possuir uma poderosa química entre o casal central de forma imediata. 


Onde Assistir: Prime Vídeo. 

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