Sinopse: A Última Festa é uma comédia romântica jovem que acompanha um grupo de quatro amigos em sua festa de formatura do Ensino Médio. Cada protagonista com seu dilema amoroso para resolver ao longo da noite, todos conectados pelas questões dessa geração. É a última noite enquanto adolescentes.
Matheus Souza possui uma predileção ao explorar o lado complexo da juventude atual e da qual a mesma transita entre a morte da inocência e o começo de uma nova etapa da vida. Em "Apenas o Fim" (2008), por exemplo, ele fala sobre um jovem casal que decide terminar para obter novos rumos, mas não deixando para trás o que eles haviam construído no passado. "A Última Festa" (2023) fala sobre uma juventude que busca o verdadeiro significado do amor atual, quando na verdade está mais próximo do que eles podiam imaginar.
Em "A Última Festa", acompanhamos a festa de formatura de um grupo de estudantes que se preparam para seguirem suas vidas em diferentes faculdades. Em meio a festa, histórias acabam se cruzando. Um casal de namorados decide terminar o relacionamento para curtir a vida. Enquanto outro tenta ter a sua tão esperada primeira vez, mas é sempre interrompido. Na ambulância da festa, um casal improvável se conhece depois de os parceiros beberem demais. Um jovem com autoestima baixa é desafiado pelo menino mais bonito da festa. E assim segue o baile onde o quarteto central se mete em situações imprevisíveis.
Com coprodução em Portugal, é preciso reconhecer que o filme vai muito além de uma simples comédia romântica adolescente, pois visualmente a produção é caprichada e desde já uma das mais interessantes deste início de ano para o cinema brasileiro. Pelo fato da festa ter o tema sobre determinadas épocas, o filme é recheado de referências de outros tempos, talvez de períodos mais simples, mas dos quais as pessoas lidavam com os mesmos dilemas se formos comparar os de hoje. Em contrapartida, é notório que a fotografia siga a tendência com cores em neon, do qual não somente sintetiza sobre a juventude atual, como também a onda da diversidade que veio para ficar haja o que houver.
Curiosamente, é um filme sobre uma geração cada vez mais presa as suas redes sociais, onde alguns relacionemos nascem por aí, mas mal sabendo como realmente começar no mundo real onde as situações venham acontecer. Traições, fofocas é términos ocorrem a todo momento durante a trama e tudo isso orquestrado por diversas linhas de escrita sendo jogadas na tela e sendo uma representação do que ocorre nos celulares dos protagonistas. Um exemplo de como essa geração se mantém ainda mais presa a esses aparelhos, quando na verdade deveria desfrutar um pouco mais do seu próximo.
Matheus Souza consegue saber transitar muito bem o tom do filme, que anivela desde ao humor para os momentos dramáticos e porque não dizer apimentados, porém, com bom gosto. É interessante, por exemplo, como a sua câmera acompanha os seus protagonistas, onde diversos momentos o realizador tem uma leve tentação em fazer um grande plano-sequência, porém, tendo que frear para sempre direcionar para outra subtrama que acontece logo em seguida. Ao final, revelações são jogadas na tela, emoções são transbordadas para fora do copo e nos dando a sensação de que essa festa se encaminha para uma grande tragédia.
Ao final, testemunhamos o quarteto central tendo que enfrentarem os seus próprios dilemas particulares, seja com relação ao que se deseja futuramente, como também em saber como lidar com sentimentos em que os próprios não conseguem entender em hipótese alguma. Entre uma discussão e outra há uma transição para o amadurecimento e o preparo para a vida adulta, mesmo quando nada está planejado, mas é desta maneira que nos faz realmente humanos. "A Última Festa" é sobre términos e recomeços e tudo embalado com muita bebida, desabafos e se conhecendo a ti mesmo.
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