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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'Corsage'

Sinopse: A Imperatriz Elisabeth da Áustria é idolatrada pela sua beleza e moda. Mas em 1877, ´Sissi´ comemora seu 40º aniversário e deve lutar para manter a sua imagem pública. Com um futuro de apenas deveres cerimoniais à sua frente, ela rebela-se contra a imagem hiperbolizada de si mesma e apresenta um plano para proteger seu legado. 

"Spencer", do diretor Pablo Larraín, foi apenas uma representação da superfície sobre o que se passava na vida da Princesa Diana, mas sintetizando uma mulher que estava gritando por dentro e exigindo por socorro. Curiosamente, é um retrato de um conservadorismo retrógrado das Monarquias atuais, que se encontram definhando e que não tem o direito de fazer o palácio real uma prisão para a mulher atual. "Cosarge" (2022) é um retrato livre de amarras de tempos longínquos, mas que fala da mulher atual que sempre deseja ir muito além do que as pessoas esperam.

Dirigido pela cineasta Marie Kreutzer, do filme "O Chão Sob Meus Pés" (2019), o filme conta a história da Imperatriz Elizabeth (Vicky Krieps) da Áustria é idolatrada por sua beleza e conhecida por ditar tendências de moda. Mas, em 1877, a Imperatriz completa 40 anos e é oficialmente considerada velha. Ela inicia então uma cruzada para tentar manter sua imagem pública, em uma batalha contra o tempo e ao mesmo tempo de sua liberdade em risco.

Um corpete ou espartilho, o "corsage" do título, é o objeto que além de marcar fisicamente o corpo da imperatriz Elizabeth da Áustria, representa a prisão em que ela passa a viver ao alcançar a velhice, aos quarenta anos. Prisão essa que não há grades que mantenham ela presa, mas que se vê obrigada em viver nas aparências, não somente para agradar o seu marido, como também diante de uma sociedade hipócrita que vive das aparências e não toleram alguém da ala aristocrática sair dos trilhos em hipótese alguma.

Porém, Elizabeth é uma entidade pronta para explodir a todo momento, onde cada cena da protagonista se revela algo angustiante através do seu olhar, pois lá encontramos toda a sua dor e o desejo de não pertencer a esse grande teatro, mas sim com a ambição de fazer algo mais além do que os outro propunham. No decorrer do filme há uma espécie de jogo com relação a expectativa dos demais da família, sobre qual será o próximo passo da protagonista, já que ela não esconde as suas armas e tão pouco se cala perante uma situação errônea. Não deixa de ser interessante, por exemplo, quando ela visita um manicômio, onde lá se encontram diversas mulheres enfermas, mas fazendo da situação um reflexo sobre a sua própria vida.

Mais conhecida pela sua atuação no filme "Trama Fantasma" (2017), Vicky Krieps dá um verdadeiro show de interpretação, onde ela consegue construir para si uma Elizabeth frágil fisicamente, mas não escondendo a sua força que vem através dos seus pensamentos e que disparam através de suas palavras que desconcertam os demais em cena. A interprete também se sai muito bem ao se misturar com a reconstituição da época, cuja a fotografia, figurino e edição de arte se alinham perfeitamente com a sua presença e fazendo da mesma uma peça central em cada cena. No geral, é um filme que fala sobre tempos em que aparência perfeita ditava as regras, mas não significa que não havia liberdade por detrás das cortinas.

Uma vez que a protagonista se encontra com as suas damas de companhia ela se vê na possibilidade de ser ela mesma, pois no universo dos homens há somente a disciplina e no direito de se achar que pode controlar tudo a distância. Transitando entre fatos verídicos e ficção, o ato final nos leva para um encerramento surpreendente, que nos dá mais perguntas do que respostas e fazendo a gente questionar onde começa e onde termina a nossa liberdade nos dias atuais. Como a protagonista disse em um determinado momento da trama, a Monarquia se encontra em declínio, pois ninguém no seu juízo perfeito aguentaria um universo sobrecarregado de formalismo e que não permite a liberação do nosso lado mais humano.

"Corsage" é um retrato corajoso de uma das mais famosas Imperatrizes da história, mas próximo da realidade nua e crua e que faz com que a gente cidadão comum nos identifique com ela. 


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