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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'Os Banshees de Inisherin'

Sinopse: Em uma ilha remota na costa oeste da Irlanda, Pádraic e Colm são melhores amigos de longa data. Certo dia, Colm decide por fim na amizade repentinamente e a decisão gera consequências alarmantes para ambos. 

Martin McDonagh é um cineasta autoral que começa a carreira de forma mansa, porém, logo vai chamando atenção por onde passa. O ápice de sua jornada ocorreu em "Três Anúncios de Um crime" (2017), trama policial peculiar em que um crime do passado afeta diversos personagens ao longo do percurso e principalmente pelo fato de não ter sido solucionado. Em "Os Banshees de Inisherin" (2022) ele fala sobre os conflitos em que os seres humanos se envolvem e dos quais nem ao menos entendem como adentraram neles.

A trama se passa na ilha fictícia de Inisherin, em 1923, durante a Guerra Civil Irlandesa.  Pádraic (Colin Farrell) é um homem extremamente gentil cujo ser inteiro é abalado depois de experimentar a crueldade abrupta e casual de Colm (Breendan Gleeson), dois amigos de longa data cuja amizade é quebrada após o conflito surgir no país. Pádraic, confuso e devastado, tenta reatar o relacionamento com o apoio de sua irmã Siobhan (Kerry Condon), que junto com Dominic (Barry Keoghan), filho do policial local, tem suas preocupações dentro da pequena ilha. Mas quando Colm lança um ultimato chocante para tornar suas intenções realidade, os eventos começam a se intensificar.

Com belas paisagens das ilhas de Inishmore e Achill da Irlanda, a trama principal vai se desenrolando enquanto ocorre a Guerra Civil Irlandesa como pano de fundo. O atrito da dupla central, logicamente, é uma espécie de metáfora sobre o que está ocorrendo ao país naquele momento e cujo os motivos que desencadearam o conflito até hoje não fazem o menor sentido. Portanto, a trama fala sobre pessoas que são pertencentes da mesma terra, mas que começam a se matarem por motivações mesquinhas e desencadeando uma teia de eventos interminável e que não os levam para lugar algum para se dizer o mínimo.

Tudo orquestrado com doses de humor ácido, fazendo com que o pequeno vilarejo se torne uma panela de pressão a todo momento e fazendo com que qualquer fofoca se torne um grande assunto e até mesmo gerando um interminável conflito. Martin McDonagh capricha em um ritmo dinâmico em seu primeiro ato, onde o humor e piadas criativas fazem com que conquiste a nossa atenção e fazendo a gente desejar saber o quanto antes como será finalizado a trama desse cenário isolado do mundo. O ritmo se perde um pouco do segundo até o início do terceiro ato, mas nada que prejudique o resultado final e principalmente pelo fato do elenco principal ser a fórmula do sucesso.

Colin Farrell e Breendan Gleeson haviam trabalhado juntos com o diretor no ótimo "Na Mira do Chefe" (2008) e cuja a trama sobre dois assassinos profissionais que se veem em volta de uma trama recheada de situações imprevisíveis. Aqui não é diferente, principalmente pelo fato que as situações estranhas começarem a partir do personagem de Gleeson e cujo o seu desejo de não querer mais ser amigo do personagem de Farrell desencadeia uma situação chocante e que muda o tom do filme como um todo. A situação só não fica mais transloucada porque existe a presença do bom senso, do qual é muito bem representado pela personagem Siobhan, vivida com intensidade pela atriz Kerry Condon, mas cuja a mesma se torna uma representação de uma parcela de uma sociedade daquela época que desejava fugir do conflito daquele país e buscar uma nova oportunidade do outro lado do mundo.

Ao final, constatamos que não há como fugir de suas raízes, mesmo quando dois lados da mesma moeda se encontram em conflito. O conflito, aliás, talvez gire em torno do fato de um dos personagens enxergar a vida passar rápido demais enquanto uma guerra está bem próxima a ele e fazendo se perguntar o que fez em vida para ser lembrado algum dia. Tudo o que resta no final das contas são os atos e consequências desses personagens em cena enquanto longe dali os realizadores do real conflito ficam rindo à toa.

Com uma participação curta, porém, primorosa do jovem ator Barry Keoghan, "Os Banshees de Inisherin" é sobre os conflitos que não fazem o menor sentido e cujo o término somente acontece quando ambos os lados se darem conta o quanto estavam errados. 

NOTA: O filme entrará em Cartaz nos cinemas dia 02/02.


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