Sinopse: Após um surto de zumbis em Las Vegas, um grupo de mercenários se aventura em uma zona de quarentena para realizar o maior assalto de todos os tempos.
Zack Snyder merece umas férias, mas não na profissão de cineasta, mas sim dos seus trabalhos prestados para Warner/DC. Responsável pelo início do universo compartilhado dos heróis pelo estúdio, Snyder viu o seu trabalho em "Liga da Justiça" (2017) ser mutilado pelo mesmo e sendo jogado nas telas do cinema como um filme sem personalidade própria. Além de uma tragédia pessoal que teve que enfrentar com a morte de sua filha, parecia que a carreira do diretor estava indo para ladeira abaixo.
Felizmente, parece que o estúdio caiu na real sobre o erro grotesco que havia cometido e decidiu chamar novamente o cineasta para lançar o seu corte final de "Liga da Justiça" como deveria ter sido. Com quatro horas de duração, o filme ganhou nova profundidade, personalidade própria e mantendo a marca registrada do cineasta de forma intacta. Com a missão cumprida, eis que Snyder decide tirar férias, mas se divertindo de sua maneira ao dirigir "'Army of the Dead: Invasão em Las Vegas" (2021), um filme que nada mais é do que pura curtição para quem gosta de ação e boas doses de sangue a exaustão.
Ambientado em um mundo pós-apocalíptico, a trama acompanha a história de Scott Ward (Dave Bautista), um desabrigado e ex-herói de guerra que agora vende hambúrgueres nos arredores de Las Vegas. Tudo muda na vida de Scott quando Bly Tanaka (Hiroyuki Sanada), um magnata dos cassinos, oferece uma proposta tentadora: invadir Vegas, que está cheia de zumbis, para roubar 200 milhões de dólares de um cofre antes que a cidade seja bombardeada em 32 horas pelo governo. Motivado pela esperança de que a recompensa possa ajudar na reconciliação com sua filha, Kate (Ella Purnell), ele assume o desafio e monta uma equipe de especialistas para o grande roubo.
Simples e direto, o filme serve mais para Zack Snyder voltar as suas raízes, mais precisamente quando começou a dirigir longas metragens a partir de "Madrugada dos Mortos" (2004). É bom lembrar que Snyder foi um dos cineastas que deu nova carga para o subgênero zumbi no início do século 21, fazendo que surgissem novos diversos títulos, até que fosse esgotado recentemente tanto no cinema como em séries de tv. Neste filme, não há revolução e nada originalidade, mas sim somente fórmulas manjadas do que já haviam dado certo no passado, mas nunca é demais revermos como um mero passatempo.
É claro que é preciso destacar a forma que o diretor filma as suas cenas, principalmente nos créditos iniciais, onde é apresentado a origem da pandemia zumbi na cidade de Las Vegas. Curiosamente, essa abertura é como se fosse uma espécie de curta metragem inserido em última hora e dando a ideia para realização de um longa. Verdade seja dita, a trama em si funcionaria muito bem também como um curta metragem.
Não que o filme seja ruim, muito pelo contrário, mas se percebe que tudo é feito muito as pressas e olha que estamos falando de um filme de quase duas horas e meia. O problema é que determinadas situações ficam em aberto, além de um final muito apressado e dando brecha para uma possível continuação. Se a intenção era fazer uma franquia pelo menos não precisava deixar a coisa assim tão explicita.
Em contrapartida, Dave Bautista demonstra novamente porque dá ares de ser o novo herói de ação no cinema. Ex-lutador de luta livre, o ator obteve a sua consagração em Guardiões da Galáxia (2014) e provando versatilidade em "Blade Runner" (2049). Aqui ele tem pose de herói de ação na medida certa e segurando todo o filme nas costas. ''Army of the Dead: Invasão em Las Vegas" é um filme somente para se degustar e jamais se levar a sério, pois só assim irá curtir as mais de duas horas de ação absurdas e sem nexo.
Onde Assistir: Netflix.
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