Sinopse: Uma adolescente embarca em uma viagem com seus orgulhosos pais, irmão mais novo e cachorro amado para começar seu primeiro ano na faculdade. Mas seus planos de se unir como uma família logo são interrompidos quando os dispositivos eletrônicos do mundo se revoltam e rapidamente organizam um apocalipse robô.
O fato de nós seres humanos estarmos cada vez mais conectados ao sistema das redes sociais tem rendido diversos documentários sobre o assunto e sobre o perigo de estarmos cada vez mais presos a isso. Porém, eu acredito que uma crítica sobre sistema em que vivemos pode sim também ser feita de uma forma divertida e ao mesmo tempo reflexiva. "A Família Mitchell e a Revolta das Maquinas" (2021) é diversão pura e alinhada com os dilemas atuais em que as famílias de hoje enfrentam.
Produzido pela Sony e dos mesmos realizadores de "Homem-Aranha no Aranhaverso" (2018), o filme conta a história de Katie Mitchell, que é aceita na faculdade de cinema dos seus sonhos e seu pai decide aproveitar para realizar uma viagem em família para levá-la à universidade. Porém, seus planos são interrompidos por uma revolução robótica e agora os Mitchells terão que unir forças em família para trabalhar juntos para salvar o mundo.
Para começar, o filme possui um ritmo frenético, quase ininterrupto, onde o traço cartunesco e cores vibrantes fazem da história quase um vídeo game. Eu digo quase, pois há sim uma preocupação na construção de cada um dos personagens principais que moldam essa família e da qual a gente facilmente se identifica. Ao mesmo tempo, a crise familiar da falta de comunicação que todos ali estão passando é um retrato real de muitas famílias atuais que vivem no mundo que não conseguem largar do seu famigerado celular até mesmo nas reuniões de família na mesa.
Isso acaba se alinhando com as velhas fórmulas de sucesso dos filmes de ficção, onde a inteligência artificial se revolta contra o seu próprio criador e decide dominar a raça humana para os seus propósitos. Tudo moldado com um humor crítico, ácido e muito divertido. Não deixa de ser hilário, por exemplo, a participação de uma dupla de robôs que ficam fora do sistema e decidem ajudar a família.
Mas, talvez, a crítica acida mais certeira seja realmente a obsessão da sociedade atual estar cada vez mais convencida de vender a sua imagem falsa de felicidade nas redes sociais como no caso do Instagram. Na trama constatamos que a falsa felicidade jamais irá substituir a verdadeira, pois a real felicidade não cabe em um único quadrado de foto, mas sim é preciso ser sentida realmente pelo seu próximo. Nada mal para uma animação que é somente para ser curtida com toda a família, mas dando uma verdadeira lição de moral nas entrelinhas.
"A Família Mitchell e a Revolta das Maquinas" é diversão e reflexão na medida certa para toda a família e cujo os ingredientes nem o sistema quebra.
Onde Assistir: Netflix.
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