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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Cine Dica: Streaming: ‘O Paraíso Deve Ser Aqui’

Sinopse: Elia Suleiman deixa sua terra natal, na Palestina, e viaja pelo mundo apenas para encontrar, por onde passa, os mesmos problemas que encontrava lá. 

Não conhecemos a Palestina como ela é realmente, mas sim somente pelos noticiários, ou pela imagem estereotipada que o cinema norte americano fica retratando-a ao longo dos anos. Uma coisa é enxergamos os países do mundo a fora de acordo como os nossos governantes, ou meios de comunicação, nos vendem com relação aquela cultura, mas que faz com que obtemos somente a superfície dela. “Paraíso Deve Ser Aqui” fala sobre um tema universal, do qual as culturas podem ser distintas uma da outra, mas o dia a dia pode haver mais semelhanças do que a gente imagina.
Dirigido por Elia Suleiman, o filme conta a história dele mesmo, que decide deixar a sua terra natal da Palestina e viaja pelo mundo apenas para encontrar, por onde ele passa, os mesmos problemas que encontrava lá. De Paris à Nova York, por onde suas viagens o levam, ele encontra problemas com a polícia, racismo, controle de imigração. Tentando deixar sua nacionalidade para trás, mas sempre sendo lembrado dela, ele questiona o significado de identidade e o lugar que se pode chamar de lar.
O prólogo do filme já nos deixa uma pista sobre o que iremos testemunhar ao longo do filme, onde se sintetiza o papel da igreja e como ela influencia o dia a dia das pessoas. Suleiman observa as pessoas e seus costumes de sua terra natal, mas que, curiosamente, são situações que nos soam familiares e nenhum pouco diferente do que vemos do lado de cá da tela. É como se o cineasta nos dissesse que os problemas, seja eles vindo do conservadorismo, ou meios políticos, são todos iguais ao redor do globo, mas mesmo assim ele decide sair pelo mundo a fora e nos convidar nessa grande jornada.
Ao adentrar na cidade de Paris, Suleiman encara uma nova realidade, onde as mulheres, por exemplo, possuem mais liberdade, muito embora não deixam de ser objetos de desejo e controle que os homens tanto almejam obter como um todo. Um país onde se acolhe inúmeros povos, mas que não esconde o desejo pelo controle e tão pouco esconde a separação entre as classes. Tudo isso sendo moldado de uma forma estereotipada, porém, crítica que o cineasta faz com relação a cidade da luz, mas isso nada se compara com a sua chegada em Nova York.
Sendo visto como uma espécie de maravilha rara por um taxista, o cineasta revela uma sociedade norte americana ingênua com relação a Palestina, ou até mesmo com relação a qualquer nação que ela não sabe ou não quer compreendê-la. Em contrapartida, o humor ácido domina nesta fase em território gringo, onde em um sonho, por exemplo, Suleiman enxerga uma sociedade norte americana totalmente armada e paranoica, sendo algo que não foge muito do sonho desejado pelo presidente Donald Trump hoje em dia. Em sua reta final, constatamos que o cineasta não poderá obter a chance de falar sobre a sua Palestina em uma produção norte americana, pois vai contra a ideia que a sociedade opta em se alimentar e tão pouco quer saber do que realmente se passa por lá, a não ser se for do modo já conhecido, ou seja, estereotipado.
Em seus minutos finais Elia Suleiman faz algo de acordo com a ideia que o norte americano tem em mente, ou seja, é o nada ou o lado bidimensional sobre a sua pessoa e seu país de origem. Ao vermos o cineasta de volta as suas raízes, constatamos, enfim, que a Palestina nada mais é do que um lugar em que facilmente podemos nos identificar, pois seus problemas com relação à economia, machismo e conservadorismo não são muito diferentes do nosso e tornando a cena final simbólica como um todo. “O Paraíso Deve Ser Aqui” fala sobre a busca de um lugar perfeito, quando na verdade ele não existe e fazendo a gente valorizar cada vez mais as nossas próprias raízes.

Onde assistir: Locação pelo Youtube ou Google Play Filmes.
 
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