Sinopse: Thomas Wake trabalha como guardião de um farol. Ele contrata o jovem Ephraim como ajudante. Com o passar dos dias, o rapaz demonstra uma curiosidade quase incontrolável em relação ao que se passa naquele local.
Robert Eggers chamou atenção do público e da crítica com o seu filme "A Bruxa" (2015), obra que deu muito o que falar, ao tirar o cinéfilo de sua zona de conforto e fazendo o mesmo testemunhar algo bem imprevisível. O filme transitava entre horror fantástico e psicológico e nos dando assim uma experiência pouco vista dentro do gênero. Eis que então o cineasta repete a dose no filme "O Farol", fazendo a gente se perguntar sobre o pior que poderá acontecer a seguir, uma vez que o realizador consegue fazer com que não desviemos o nosso olhar.
A trama se passa no início do século XX, onde Thomas Wake (Willem Dafoe), responsável pelo farol de uma ilha isolada, contrata o jovem Ephraim Winslow (Robert Pattinson) para substituir o ajudante anterior e colaborar nas tarefas diárias. No entanto, o acesso ao farol é mantido fechado ao novato, que se torna cada vez mais curioso com este espaço privado. Enquanto os dois homens se conhecem e se provocam, Ephraim fica obcecado em descobrir o que acontece naquele espaço fechado, ao mesmo tempo em que fenômenos estranhos começam a acontecer ao seu redor.
Os primeiros segundos do filme já nos dão uma dica do que virá a seguir. O filme nos é apresentado com uma tela quadrada, alinhado com uma fotografia em preto e branco suja e sintetizando o clima mórbido que irá impregnar o cenário logo em seguida. Aliás, o cenário em si me lembrou muito o ótimo filme húngaro "Cavalo de Turin" (2011), de Béla Tarr, mas cujo os desdobramentos de ambas as tramas ressoam diferentes uma da outra.
No melhor estilo "pós terror", o filme ganha contornos de horror psicológico, cuja as situações que acontecem na tela podem ser, ou não, frutos de uma mente fragmentada. Com apenas um cenário e dois personagens, o filme vai cada vez se tornando mais claustrofóbico na medida em que a trama avança e tornando a convivência de ambos no mesmo local insuportável. Por alguns momentos, por exemplo, o mistério em torno do farol fica em segundo plano, pois os dois protagonistas se destacam por possuírem personalidades distintas e segredos para serem revelados logo em seguida. Tanto Willem Dafoe como Robert Pattinson estão impressionantes em cena e na medida em que a trama avança seus personagens vão cada vez mais abraçando o limiar da loucura. Robert Pattinson, aliás, nos brinda no que talvez seja a melhor interpretação de sua carreira e provando que a sua participação na franquia "Crepúsculo" foi um mero acidente de percurso. O confronto verbal de ambos em cena é em vários momentos tenso e fazendo do cenário se tornar mais claustrofóbico e degradante para ambas as partes.
Mas assim como ocorreu em clássicos do gênero de horror como, por exemplo, "O Iluminado" (1980), o verdadeiro mostro da trama talvez não se encontre dentro do armário, mas talvez em uma mente humana que transita entre a realidade e a loucura. Claro que o cineasta brinca com a nossa perspectiva com relação ao que acontece na tela, mas também nos dá a possibilidade de tirarmos as nossas próprias conclusões com relação aos desdobramentos da trama. O ato final é corajoso em sua proposta, mas assim como ocorreu em "A Bruxa", irá fazer muitos se perguntarem o que aconteceu dentro da história.
"O Farol" é um filme incomodo, imprevisível e são graças a esses ingredientes que o tornam tão imperdível.
A trama se passa no início do século XX, onde Thomas Wake (Willem Dafoe), responsável pelo farol de uma ilha isolada, contrata o jovem Ephraim Winslow (Robert Pattinson) para substituir o ajudante anterior e colaborar nas tarefas diárias. No entanto, o acesso ao farol é mantido fechado ao novato, que se torna cada vez mais curioso com este espaço privado. Enquanto os dois homens se conhecem e se provocam, Ephraim fica obcecado em descobrir o que acontece naquele espaço fechado, ao mesmo tempo em que fenômenos estranhos começam a acontecer ao seu redor.
Os primeiros segundos do filme já nos dão uma dica do que virá a seguir. O filme nos é apresentado com uma tela quadrada, alinhado com uma fotografia em preto e branco suja e sintetizando o clima mórbido que irá impregnar o cenário logo em seguida. Aliás, o cenário em si me lembrou muito o ótimo filme húngaro "Cavalo de Turin" (2011), de Béla Tarr, mas cujo os desdobramentos de ambas as tramas ressoam diferentes uma da outra.
No melhor estilo "pós terror", o filme ganha contornos de horror psicológico, cuja as situações que acontecem na tela podem ser, ou não, frutos de uma mente fragmentada. Com apenas um cenário e dois personagens, o filme vai cada vez se tornando mais claustrofóbico na medida em que a trama avança e tornando a convivência de ambos no mesmo local insuportável. Por alguns momentos, por exemplo, o mistério em torno do farol fica em segundo plano, pois os dois protagonistas se destacam por possuírem personalidades distintas e segredos para serem revelados logo em seguida. Tanto Willem Dafoe como Robert Pattinson estão impressionantes em cena e na medida em que a trama avança seus personagens vão cada vez mais abraçando o limiar da loucura. Robert Pattinson, aliás, nos brinda no que talvez seja a melhor interpretação de sua carreira e provando que a sua participação na franquia "Crepúsculo" foi um mero acidente de percurso. O confronto verbal de ambos em cena é em vários momentos tenso e fazendo do cenário se tornar mais claustrofóbico e degradante para ambas as partes.
Mas assim como ocorreu em clássicos do gênero de horror como, por exemplo, "O Iluminado" (1980), o verdadeiro mostro da trama talvez não se encontre dentro do armário, mas talvez em uma mente humana que transita entre a realidade e a loucura. Claro que o cineasta brinca com a nossa perspectiva com relação ao que acontece na tela, mas também nos dá a possibilidade de tirarmos as nossas próprias conclusões com relação aos desdobramentos da trama. O ato final é corajoso em sua proposta, mas assim como ocorreu em "A Bruxa", irá fazer muitos se perguntarem o que aconteceu dentro da história.
"O Farol" é um filme incomodo, imprevisível e são graças a esses ingredientes que o tornam tão imperdível.
Joga no Google e me acha aqui:
3 comentários:
Oi!
Passei aqui pra desejar um feliz 2020!
A gente se fala!
Olá... Achei as interpretações dos autores fantástica, em relação a história eu particularmente não gostei, mas é reveladora de quanto o ambiente e a convivência com o outro podem nos enlouquecer e nos levar ao abismo de nós mesmos.
Sim Emilia. É um filme que irá dividir opniões e isso o que o torna especial
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