Sinopse: Chicago é ocupada por extraterrestres e seus detratores estão prontos para agir. O conflito ocupa os dias e as noites dos colaboradores e dos dissidentes que estão localizados dos dois lados.
A sombra dos governos autoritários que é sentido nos dias atuais, principalmente para quem vive na América Do Sul, não é algo novo e o cinema fez o seu papel em sintetizar esses tempos nebulosos. Filmes como, por exemplo, "1984" (1984) e Farenheit 451 (1966), são obras que representam os temores de uma civilização que sentia na pele tempos em que a liberdade de expressão estava sendo ameaçada e, por fim, extinta. "Rebelião" é um filme que usa a ficção como pano de fundo para falar sobre o nosso tempo atual, muito embora o resultado poderia ter sido muito melhor.
Dirigido por Rupert Wyatt, mesmo diretor de "Planeta dos Macacos - A Origem" (2011), o filme se passa em um bairro de Chicago, quase uma década após uma invasão alienígena no planeta Terra. Acompanhamos como é a vida das pessoas nos dois lados do conflito, o dos colaboradores e o dos dissidentes. Chega uma hora que esses dois grupos se colidem e nos revelando situações surpreendentes.
A sua abertura já começa de uma forma que nos fisga facilmente pois, diferente de outros títulos do gênero, o filme não começa com um show de efeitos visuais e mostrando a destruição orquestrada pela invasão, mas sim de uma forma mais simples e já nos colocando no cenário pronto da trama. Além disso, as cenas são bastante verossímeis, onde elas falam como a população está sendo cada vez mais observada pelos alienígenas, controlando o sistema do planeta e resultando em uma cada vez maior divisão entre os ricos e os pobres. Qualquer semelhança com a nossa realidade não é mera coincidência, pois a proposta é exatamente essa.
É uma pena, portanto, que o filme se perca um pouco com um número elevado de personagens que entram e saem de cena e fazendo a gente se perder em algumas situações da trama. O que faz sentindo é o personagem Mulligan (John Goodman), agente a serviço do governo autoritário, mas que tem uma ligação com o passado dos pais de Gabriel, interpretado pelo ator Ashton Sanders do filme "Moonlignt" (2017). Do elenco secundário, a personagem mais mal aproveitada acaba sendo a da atriz Vera Farmiga e tendo somente grande relevância somente no final da trama.
Até lá, o filme transita entre momentos de suspense, tensão e discursos políticos que nos soam familiares nos dias de hoje. A trama não poupa nem mesmo o próprio governo dos EUA, que se vendeu para os invasores e para assim obterem recursos para continuarem sendo uma potência que sempre quiseram. Se a proposta é ousada, por outro lado, faltou um pouco mais de cuidado para ela ter sido maior ainda.
"Rebelião" é aquele tipo de filme cuja a sua proposta corajosa não se sustentou nas telas dos cinemas, mas que merece uma segunda chance na sua casa.
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