Sinopse: A sociedade
baseada em facções, na qual Tris Pior (Shailene Woodley) acreditou um dia,
desmoronou, destruída pela violência e por disputas de poder. Agora, Tris terá
de lidar com novos desafios e se vê mais uma vez forçada a fazer escolhas que
exigem coragem, fidelidade, sacrifício e amor.
Não tenho dúvidas que
a série cinematográfica Divergente é talvez a mais regular das franquias
juvenis do momento. Regular no sentido de, pelo menos, manter um pouco de qualidade
em cada novo filme lançado e regular também no fato de jamais chegar à
perfeição que talvez os fãs do livro quisessem. A série Divergente: Convergente,
dirigido pelo mesmo Robert Schwentke do filme anterior, não foge dessa formula,
muito embora eu ache esse o pior capítulo até o momento.
Tem-se esperança de que,
após a mudança de cineasta (Schwentke saiu depois de uma discussão com a
produção) a cine-série termine um tanto que melhor. Contudo, estamos falando da
quarta e ultima parte que será lançada em 2017 e, portanto essa mudança não
seria tarde demais? De qualquer forma, o
próximo cineasta será Lee Toland Krieger, de filmes interessantes como Celeste
e Jesse para Sempre. Por enquanto, vamos analisar esse penúltimo filme.
Um dos pontos
positivos desse terceiro capítulo é que ele pode ser visto por um marinheiro de
primeira viagem, ou seja, não há problema dele não ter visto os filmes
anteriores. Muito se deve a isso pelo fato da trama não mais se concentrar na
trama das facções, da separação da população de Chicago em diferentes grupos
conforme a capacidade de dons que cada pessoa possui. Porém, Convergente já
começa no meio de um importante momento, que é o julgamento e execução daqueles
considerados vilões da ordem.
Como o irmão de Tris
(Shailene Woodley), Caleb, vivido por Ansel Egort, está preso e prestes a ser executado
por tê-la traído, a trama inventa um jeito de tirá-lo de lá e fazê-lo juntar-se
ao grupo de jovens que irão escalar e atravessar o muro para descobrir o que realmente
existe do outro lado do mundo, embora a nova líder, Evelyn (Naomi Watts), tente
persuadi-los com ajuda de seus soldados.
Vendo assim, o filme
se assemelha a caverna de Platão, porém, também de outro capítulo de outra cine
série juvenil similar, que é Maze Runner: A Prova de Fogo, exemplo, aliás, que
se saiu muito melhor desde o seu primeiro filme. Vendo aqui, percebemos uma
tentativa, por vezes, forçada em conquistar o cinéfilo que assiste, pois embora
o visual futurista e efeitos especiais sejam bem eficientes, direção deixa e
muito a desejar em alguns momentos, pois a apresentação de uma até então
desconhecida Los Angeles futurística não empolga, não causando nenhum espanto e
tão pouco provoca a sensação de dúvida.
Aliás, tudo que já
havia sido apresentado antes do lançamento do filme, mostrava Tris dizendo aos
seus colegas que eles deveriam escapar. Ou seja, desde o principio já sabemos
que aquele novo mundo se trata na realidade de uma armadilha. Nesse novo cenário,
ficamos sabendo que a protagonista é um ser puro (ou predestinado) e merecedora
por estar naquele lugar.
Ela é quase persuadida
pelas palavras do chefão David (Jeff Daniels), mas não demora muito para ela
descobrir que os seus planos não foram muito bem arquitetados contra ela. Convergente
se torna ainda mais previsível em sua conclusão, com uma maneira insípida de
sua direção ao construir cenas de ação que soam para nós como um déjà vu. Somando
a isso, temos diálogos ruins, dos quais são dependentes de palavras como “não
separem as pessoas” etc. e os personagens de grande potencial são muito mal
aproveitados.
Devido a tudo isso, o
filme parece longo, mesmo tendo somente duas horas cravado. E nem vamos colocar
a culpa do fato deles terem dividido o terceiro romance em dois filmes para
ganhar um pouco mais, pois o mesmo problema já havia acontecido nos seus filmes
anteriores. Finalizando, pelo menos estamos chegando ao fim dessa cine-série,
mas resta saber se com a mudança de cineasta o capitulo final termine com
alguma dignidade merecedora para ser lembrada daqui nos próximos anos.
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