Sinopse: Uma família vive em uma residência
isolada em meio a árvores e plantações de milho. Após dias afastada por conta
de cirurgias plásticas, a mãe (Susanne Wuest) volta para casa e não é
reconhecida pelos filhos gêmeos. As crianças, de nove anos, duvidam que a
mulher de rosto coberto seja realmente sua mãe e a partir de então nada será
como antes.
Estamos diante de um
momento particularmente interessante do gênero de horror, do qual certos filmes
estão conquistando boa parte da crítica exigente, pois esses longas (como o recente
A Bruxa) fogem do lugar comum e ganhando merecido prestigio. No caso do austríaco
Boa Noite Mamãe, o burburinho sobre o filme não se limitou apenas a internet
como de costume, mas também ganhando elogios pelos festivais do qual foi
exibido mundo a fora (como aqui no Fantaspoa) e ganhando agora exibição no
circuito tradicional de uma forma merecida.
O filme foi criado
pelos dois cineastas Severin Fiala e Veronika Franz que, embora tenha dividido
a crítica no princípio, gradualmente se percebe que o longa ganha um brilho próprio
no decorrer do tempo, independente se as pessoas gostem ou não do gênero. O gosto
amargo e o prazer, ou até mesmo a sensação de incômodo, são essas e muito mais
as sensações que as pessoas sentem quando assistem a esse filme. Isso pode
também até ser um ponto negativo, já que essas sensações poderiam ser
preservadas no seu ápice final da trama.
De qualquer forma, o
que tem que se levar em conta é o ambiente tenso que surge na relação entre
dois irmãos gêmeos com a mãe, que surge com o rosto enfaixado após uma cirurgia
plástica e começa agir de forma estranha, como se não fosse ela, mas sim outra
pessoa. Como ela começa agir de modo estranho, e até mesmo de forma ruim com os
dois meninos, ambos começam a suspeitar que ela seja outra pessoa. A partir daí,
se tem pistas sendo jogadas rapidamente na nossa frente e fazendo com que
criamos inúmeras possibilidades sobre o que realmente está acontecendo na tela.
Talvez um dos pontos
negativos do filme seja dele ser um pouco que arrastado em alguns momentos,
principalmente quando se limita a mostrar os dois garotos como possíveis vitimas
da situação. Mas a partir do instante da mudança da narrativa, Boa Noite Mamãe
ganha momentos ainda mais interessantes, porém até mesmo mais explícitos, que
vão de cenas de tortura explicita, mas não chegando perto de outros filmes como
O Albergue. Isso faz com que agrade tanto o público interessado por uma trama
engenhosa, como também aqueles que gostam de um terror mais tradicional.
Após o ato final, o
filme deixa algumas perguntas no ar, demonstrando ser um exemplar de um cinema que
vai por fora do convencional, mas ao mesmo tempo pode ser interpretado por
alguns por ser um filme que possui furos no roteiro. Essa última possibilidade
é fortalecida pelo surgimento de um tumulo cheio de ossos, mas que rapidamente
é esquecido. Seria apenas para mostrar eles acharem um gato e dar um tom mais gótico
a obra?
Também não fica claro
se a mãe sofreu um acidente ou simplesmente fez uma cirurgia plástica para
mudar o visual um pouco, mas chega um ponto que essa duvida já não tem mais importância.
O ideal é que talvez não se achasse explicações para tudo, como o desejo
doentio dos meninos por insetos que ao menos, serve de elemento de horror e
gera alguns momentos de tensão, ou simplesmente uma representação do lado mais
sombrio de um dos gêmeos. Assim como já citado A Bruxa, Boa Noite Mamãe é um
filme que cresce de uma forma vertiginosa em nossas mentes após a sessão e faz
com que até mesmo a gente discute sobre quais são os nossos limites perante uma
situação da qual não conseguimos administrar e nos rendendo para a total
insanidade particular.
Me sigam no Facebook, twitter e Google+
Nenhum comentário:
Postar um comentário