Sinopse: Em uma
cidadezinha da Tailândia um grupo de soldados é acometido por uma estranha
doença que o faz cair em sono profundo. Uma escola desativada se transforma num
hospital para atender os militares e uma senhora voluntária se afeiçoa com um
dos pacientes, um jovem que não recebe visitas.
Por ser filho de um casal
de médicos, o cineasta, Apichatpong Weerasethakul parece que faz referências sobre hospitais e problemas físicos
em seus filmes. Em Cemitério do Esplendor boa parte da trama acontece em uma
clínica onde tratam os soldados com uma misteriosa doença do sono. O Local já
foi lugar de uma escola, e o terreno, ao tudo indica, se encontra acima de um antigo
cemitério de reis.
Com relação a isso,
nos filmes de Apichatpong Weerasethakul, não somente as pessoas, como também os
prédios e o local têm histórias a serem contadas através do passado, que se enlaça
com a época atual em regime de absoluta normalidade. Uma senhora volta todas as
suas atenções a um dos soldados como se ele fosse seu parente mais próximo, do
qual se cria um laço com uma garota sensitiva capaz de acessar o pensamento dos
soldados dormindo. O que mais me impressionou no cinema de Apichatpong
Weerasethakul, do qual vai muito além de um ritmo suave e de uma simplicidade única,
é a sua falta de truques de magia, do qual se poderia criar um número especial.
Pelo que eu soube de
seus filmes, seres acima dos homens podem se vestir de uma forma simplória e dialogar
com pessoas comuns enquanto comem um almoço corriqueiro; uma médium pode
visitar fisicamente o passado distante; os sonhos de duas pessoas podem ter
algo em comum; as luzes de uma enfermaria podem se vistas em inúmeros lugares
da cidade. Mas nada muda com o efeito, mas sim surge simplesmente de uma forma
natural. O extraordinário, e os mistérios do além habitam e convivem no mesmo cenário
como se fosse à coisa mais comum do mundo.
Isso só dá uma idéia do
que as tradições e lendas são na Tailândia e de como elas sendo vistas para nós
do ocidente tornam elas frescas. Ao mesmo tempo em que refaz antigas lendas, Apichatpong
Weerasethakul também lida com o dia a dia de seu país, como os costumes e a
moda do ocidente fazendo parte do ambiente local. Cemitério do Esplendor é um
conto lírico, onde a fantasia e realidade se fundem num único cenário e o que pode
ser absurdo ou extraordinário para alguns, pode ser o corriqueiro para muitos.
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