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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 28 de março de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: BATMAN VS SUPERMAN: A ORIGEM DA JUSTIÇA

Sinopse: Clark Kent (Henry Cavill) tenta levar uma vida tranquila como jornalista, mas a todo momento é forçado a deixar o emprego para salvar o mundo como o Superman. No entanto, quando um grande evento acontece, Clark encontra-se com Bruce Wayne (Ben Affleck), mas esse encontro não será para selar uma amizade, mas um combate nunca antes visto!


“Com grandes poderes vem grandes responsabilidades!”


Essa frase acima faz parte do universo do Homem Aranha, mas ela poderia ser inserida para qualquer super herói de HQ que se preze, principalmente para aqueles com “super poderes” descomunais. Quando Cavaleiro das Trevas e Watchmen foram lançadas em 1986, se lançou um questionamento se seria uma bênção ou maldição se pessoas com poderes extraordinários realmente existissem no nosso mundo real. Batman vs Superman: A Origem da Justiça não somente dá continuidade aos eventos vistos no Homem de Aço como também cria novos rumos sobre esse questionamento do qual nunca se acaba.
Após a quase destruição de Metrópolis provocada pela super briga entre Superman (Henry Cavill) e Zod (Michael Shannon), o mundo se divide em opiniões com relação ao homem de aço: uns o veem como um novo Deus entre os homens, já outros o veem como uma bomba relógio, do qual nada irá pará-lo caso perca o controle e se volte contra os homens. Neste cenário surge um amargurado Batman/Bruce Wayne (Bem Affleck) que vê o kryptoniano como um inconsequente, do qual ele próprio não vê em volta a destruição que ele provoca. Ao mesmo tempo, Lex Luthor II (Jesse Eisenberg) surge como dono de um império poderoso e que guarda para si planos minuciosos, tanto para Batman e Superman, como também para outras pessoas com talentos escondidos.
Já nos primeiros minutos do longa já podemos ter uma idéia de como será apresentada a trama comandada por Zack Snyder (300). Se em Homem de Aço o lado autoral do cineasta estava um tanto que contido, aqui ele novamente prega o que melhor sabe fazer: muita câmera lenta e fotografia elegante, das quais ambas unidas se criam cenas, cuja as imagens falam por si. Snyder nunca foi exatamente um grande contador de histórias, mas tem que se tirar o chapéu quando ele está inspirado, pois somente em poucos minutos ele consegue recontar a origem do homem morcego de forma soberba e ao mesmo tempo colocando ele no cenário dos eventos vistos em O Homem de Aço. 
Criticado por ter feito uma “super briga” desenfreada e cheia de destruição, Zack Snyder foi gênio ao colocar Bruce Wayne como uma espécie de nossa visão com relação aqueles eventos fatídicos vistos em Metrópolis. Testemunha de tamanha destruição, Bruce Wayne então decide voltar a combater o crime em Gothan, mas ao mesmo tempo arquitetando uma forma para deter o Homem de Aço. Criticado por ter sido escolhido para o papel, Bem Affleck nos brinda com o Batman definitivo do cinema, pois realmente ele passa ameaça, medo e pavor para os delinqüentes, que o vêem como um verdadeiro bicho papão da noite.
Não tolerando a justiça com as próprias mãos orquestrada pelo homem morcego nas ruas de Gothan, Clark Kent / Superman se posiciona e dando um ultimato para ele abandonar a cidade. Tem-se então a origem do conflito, pois embora ambos sejam heróis, os métodos de cada um fazem com que eles se colidem. Na realidade ambos estão certos, mas ao mesmo tempo errados em suas ações: Batman usa os seus dons para combater o crime, mas sua fúria e desejo de vingança por vezes o cega. Já Superman em muitos momentos não tem a idéia do tamanho de estrago que ele poderia provocar em uma ação, mesmo que essa ação seja para salvar entes queridos como Lois Lane (Amy Adams). 
Na verdade essa invencibilidade e auto-estima do protagonista irão cair por terra, numa cena da qual lhe deixará impotente perante o horror de um ato inesperado contra ele. Ponto para Zack Snyder que soube criar um momento do qual faz do personagem não invencível, mas sim falho e mais humano do que qualquer um possa imaginar. É nesse momento que Lex Luthor tenta se aproveitar da situação e fazendo com que Batman se revolte ainda mais contra Superman. 
Tendo se consagrado no filme A Rede Social, Jesse Eisenberg nos brinda com um Lex Luthor diferente de todas as versões que a gente já viu. Ambicioso por conhecimento, esse Lex demonstra a todo o momento temor pelo desconhecido, mais precisamente por um Deus do qual não pode questionar ou controlar e fazendo com que ele se torne obsessivo. Mesmo usando somente inteligência como a sua arma, esse Lex Luthor de Jesse Eisenberg se torna um inimigo imprevisível na trama, mesmo que caia na armadilha de alguns críticos em querer compará-lo de uma forma injusta com o Coringa de Heath Ledger em Cavaleiro das Trevas. 
Aliás, é através de Luthor que conhecemos as versões de carne e osso de outros heróis que posteriormente irão surgir ao longo dos anos em outras adaptações para o cinema, que são Aquaman (Jason Momoa), Flash (Ezra Miller), Cyborg (Ray Fisher) e Diana Prince / Mulher-Maravilha (Gal Gadot). É nesse ponto que há uns erros e certos acertos, pois se Aquaman e Cyborg surgem rápido demais em cena, Flash acaba se tornando uma figura que poderá se tornar muito importante ao universo DC no cinema futuramente, mesmo com poucos minutos em cena. Porém, Mulher Maravilha acaba se tornando o grande destaque dos heróis coadjuvantes que surge na trama e qualquer crítica que havia com relação à escolha de Gal Gadot para interpretá-la caiu por terra, principalmente quando ela surge em ação.
Antes de isso acontecer, claro, acontece o embate entre o Homem de Aço e o homem morcego. A cena e suas conseqüências poderão ser épicas para os marinheiros de primeira viagem, porém previsível para aqueles que têm certo conhecimento de HQ, principalmente de clássicos como Cavaleiro das Trevas. E se o final desse embate poderá soar como bobo para alguns, para mim soou como imprevisível e ao mesmo tempo fazendo com que as mascaras de ambos caiam e revelando um para o outro o lado humano que eles até então desconheciam.
No ápice do terceiro ato final, ver a trindade reunida pela primeira vez na trama acaba sendo um verdadeiro colírio para os olhos de qualquer fã, mas nem tudo é perfeito. Quem assistiu aos trailers sabia que o monstro Apocalipse apareceria na trama e essa versão do personagem acaba se tornando a maior decepção do filme. Meio Orc (O Hoobbt) e meio Abominável (O incrível Hulk) o personagem foi criado em um CGI não muito convincente e gerando efeitos visuais desnecessários e somente confundindo sobre o que realmente acontece em cena.
Felizmente, o embate entre a criatura e os três heróis acaba terminando de uma forma imprevisível e que poderá tranquilamente gerar inúmeros debates daqui pra frente. Para os fãs de HQ não haveria como ser diferente, mas ao mesmo tempo esse momento anti hollywoodiano faz com que os personagens centrais abracem as suas redenções particulares e fazendo com eles repensem sobre o verdadeiro papel deles com relação ao mundo em que vivem.
As consequências desses eventos irão abrir caminho para os filmes futuros como da Liga da Justiça, mas não espere por uma cena surpresa após os créditos, pois Batman vs Superman: A Origem da Justiça tem começo, meio e fim e não dificultando muito o entendimento para os leigos. Resumidamente é um filme dedicado para os fãs radicais, mas ao mesmo tempo convidando pessoas que jamais leram nenhum clássico protagonizado por esses personagens já de longa vida das HQ. Batman vs Superman: A Origem da Justiça é mais do que uma mera adaptação de HQ, mas sim um filme que lhe convida para fazê-lo pensar sobre a possibilidade de uma realidade onde o mundo possui super seres que rasgam os céus e sobre quais seriam as boas e más consequências desse universo fantástico.   

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