Chega o final do ano e chega
àquela tarefa ingrata de dizer qual foram os melhores filmes. Digo isso porque
com certeza alguém sentirá falta de um filme preferido que não esteja na lista,
ou virá alguém dizendo que não faz nenhum sentido um filme ou outro estar nela.
Cada um cria a sua lista pessoal dos melhores do final de ano e que, se por um
lado não convencerá a todos, por outro talvez desperte o interesse de alguns ou
mais em procurar os filmes que foram citados.
Antes de qualquer coisa é
preciso reconhecer que, mesmo num ano de crise, o público foi bastante ao
cinema, como uma forma de escapar das mazelas do mundo real que nos causaram
dores de cabeça nesses doze meses. Para nossa sorte foram lançados inúmeros
títulos bons para ser conferido na tela grande, o que dificultou e muito o meu
veredicto final aqui. Sem mais delongas, confiram abaixo os dez melhores filmes
internacionais desse ano. Lembrando que vocês podem conferir a minha crítica de
cada obra clicando nos títulos.
Pequeno filme, grande obra. Estreou no início do ano, mas
todo mundo se lembrou da força da trama; da montagem frenética e da contagiante
interpretação da dupla central de atores. Vencedor de 3 Oscar, um filme para
ser visto e redescoberto por todos.
Filme de Hollywood
que critica a própria Hollywood. Num
tempo em que o cinema americano se encontra inflado com inúmeros títulos de
adaptações de HQ, eis que esse filme faz uma corajosa crítica contra a galinha
dos ovos de ouro que enche os cofres dos engravatados do cinema atual
americano.
Mais do que um mero filme de
ação futurista, o veterano George Miller cria uma verdadeira aula de como se
faz um épico de enormes proporções. Com uma trama simples, o filme toca em
inúmeros assuntos, desde a força da mulher atual contra o machismo, como também
a ganância religiosa que se aproveita do povo em situações de desespero. Num
único filme, o cineasta faz com que cada filme da cine série Velozes e Furiosos
se torne obsoleto e ao mesmo tempo nos
brinda com uma metáfora das mazelas do mundo real contemporâneo.
4º) Divertida Mente
Num mundo de hoje em que a felicidade é exigida a todo
custo, o estúdio Pixar nos ensina nesse belo filme que a tristeza é essencial
em nossas vidas. Deixe de lado seus
antidepressivos e coloquem realmente tudo pra fora.
Em menos de três anos trabalhando no cinema americano, o
cineasta canadense Denis Villeneuve (Incêndios) vem provando que não está para
brincadeira e em cada filme ele nos convida a testar os nossos próprios nervos. Neste
filme, somos brindados com os horrores do combate contra as drogas, com cenas
que não deve nada a um filme de terror e nos brinda com uma das mais poderosas
interpretações de Benício Del Toro na carreira.
Vencedor da Palma de Ouro em Cannes,
esse filme dirigido por Jacques
Audiard (Ferrugem e Osso) nos apresenta o lado obscuro da França muito pouco
visto nos cartões postais e mostra a dura vida dos imigrantes perante esse cenário
opressor.
7º) Força Maior
O cinema sueco está muito bem
representado nas mãos de Ruben
Östlund, pois o seu filme Força Maior faria o mestre Ingmar Bergman ficar
orgulhoso. De um quase desastre na neve, casal começa a repensar na sua relação
e até que ponto isso pode afetar os seus filhos. Um filme que discute sobre as relações
familiares atuais, mas moldado de uma forma autoral e muito bem caprichado.
Com tantos filmes no currículo
que são maiores do que a vida, o que Jean-Luc
Godard (Acossado) pode nos oferecer já nos seus 85 anos de vida? Ensinar como
se deve usar o 3D!
Por incrível que pareça,
Godard dá uma aula de como se faz um filme 3D de verdade, onde os objetos
definitivamente acertam a nossa retina, mas ao mesmo tempo cria um curioso retrato
sobre a falta de comunicação que os casais têm hoje em dia. Gênio da velha
guarda ensinando a usar direito a tecnologia para contar uma boa história criativa.
9º) A Pele de Vênus
Bastou somente um cenário e dois
atores em cena para o veterano Roman Polanski criar um dos melhores jogos de gato e rato do
ano. Com altas doses de humor negro, o filme propõe até onde homem e a mulher
são submissos um pelo outro e até onde eles estão certos em suas ações relativamente
imprevisíveis.
10º) Jauja
Muitos amam outros odeiam, mas essa co-produção entre
Argentina e outros países como Brasil, cria uma experiência extra sensorial
poucas vezes vistas atualmente no cinema. Uma obra cujo seu final levanta inúmeras
perguntas e faz a gente revisitá-la para compreendermos melhor ela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário