Sinopse: O
longa-documentário resgata a trajetória de Osvaldão. Os diretores foram
recebidos por familiares na cidade natal de Passa Quatro (MG) e por amigos na
capital fluminense, onde Osvaldão estudou. Depoimentos de militantes, mateiros
e militares contam sobre o seu ingresso e a sua liderança na guerrilha. O filme
traz ainda raras e exclusivas imagens do guerrilheiro em Praga, antiga
Tchecoslováquia, durante uma excursão de estudantes.
No clássico filme Zapata
estrelado pelo astro Marlon Brando, o líder revolucionário é morto a tiros nos
minutos finais da trama. Porém, os que o seguiam não acreditaram em sua morte,
sugerindo até mesmo na possibilidade dele ter encarnado em seu cavalo e ter fugido
pelas montanhas. Essa fantasia misturada com fé e esperança vinda desse clássico
me veio à tona ao assistir ao documentário Osvaldão que, embora menos conhecido
dos inúmeros guerrilheiros contra a ditadura, carregava o ar de mistério, força
e liderança, segundo as pessoas próximas a ele que aumentavam mais o lado mito
da sua pessoa.
Negro, porte de atleta e campeão de boxe,
Osvaldo Orlando da Costa foi um dos principais comandantes da Guerrilha do
Araguaia, movimento de resistência à ditadura militar entre fins da década de
1960 e meados de 1970. Foi temido pelos militares e o seu nome virou lenda na
região. Moradores contam mitos, dizem que Osvaldão desviava de bala e se
transformava em pedra e cupinzeiro.
Dirigido, produzido e
roteirizado por Vandré Fernandes, Ana Petta, Fabio Bardella e André Michiles, o
filme desvenda um pouco sobre o passado de Osvaldão: pessoa humilde, mas que ia
a busca do conhecimento e indo até mesmo a lugares pelo mundo como Paris aonde
veio a se formar, De volta para o Brasil bateu de frente com a ditadura militar
e não se conformando com os rumos que o país estava levando decidiu então ser
um líder guerrilheiro. Daí se nasceu inúmeras lendas de sua pessoa,
principalmente quando cada vez mais ele dava dor de cabeça para os militantes
que entravam mata adentro para capturá-lo vivo ou morto.
Os depoimentos se dividem
entre pessoas próximas, amigos, familiares e até mesmo daqueles que trabalhavam
para o governo para caçá-lo. É nesse ponto que o filme se divide entre ficção e
realidade, pois alguns moradores viam Osvaldão não como uma pessoa comum, mas
como um ser intocável devido ao seu tamanho e presença quando surgia entre os
moradores de uma determinada vila. São momentos descontraídos, beirando até
mesmo ao humor, pois não tem como não rir com alguns depoimentos que beiram da
ingenuidade a sinceridade pura das pessoas do interior.
O final do filme deixa em
aberto para inúmeras interpretações sobre o destino do protagonista, sendo que
uns consideram válida a possibilidade dele ter sido morto pelos militares, mas outros
acreditam que ele tenha se misturado com a mata, por exemplo, e até hoje se
encontra por lá perambulando. Uma história até então meio que desconhecida para
a maioria do público, mas que é muito bem vinda para ser conhecida por todos.
Em tempos de crise política, onde muitos desinformados desejam a volta da
ditadura, nunca é tarde para conhecermos certas histórias de heróis que lutaram
contra a injustiça e tirania que contaminaram o nosso país daquele tempo.
Em cartaz no Cinebancários: R. Gen. Câmara, 424 - Centro, Porto Alegre. Horários: 15h, 17h e 19h.
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