Nos
dias 10 e 11 de Outubro, eu estarei no
Cine Capitólio, participando do curso Mario
Bava: Maestro do Macabro, criado pelo Cine Um e ministrado pelo doutor em
Literatura Inglesa pela Universidade de São Paulo, com especialização em
romance gótico, Fernando Brito. Enquanto atividade não chega, irei falar dos
principais filmes desse diretor que foi fonte de influência para inúmeros outros
diretores como Francis Ford Coppola e Tim Burton.
A MÁSCARA DE SATÃ (1960)
Sinopse: Uma bruxa
vingativa (Barbara Steele) e seu servo abandonam suas tumbas espalhando terror
e sangue. Eles voltaram para possuir o corpo da bela e jovem descendente da
feiticeira, mas antes terão de enfrentar o irmão da garota e um médico.
A Máscara de Satã é o
primeiro filme dirigido pelo mestre Mario Bava (antes já havia completado Os
Vampiros, para Ricardo Freda em 1956, que abandonou as filmagens por problemas
com o estúdio), e isso quando ele já tinha 46 anos de idade. Bava anteriormente
havia trabalhado como Diretor de Fotografia de diversas produções italianas.
Mas foi seu debute na direção que colocou seu nome definitivamente no hall da
fama do horror e inspiraria uma safra talentosíssima de diretores italianos que
viriam a aparecer, como Dario Argento e Lucio Fulci.
A história de
bruxaria, possessão e satanismo é magistralmente conduzida por Bava, com todo
seu cuidado nas nuâncias da fotografia preta e branca (parceria de Bava com
Ubaldo Terzano). Um perfeito e magistral conto de horror sobrenatural, A
Máscara de Satã é o primeiro grande filme de terror do cinema italiano, e só
isso já seria o suficiente, dado sua importância histórica, se Bava não se
tornasse, começando por este mesmo filme, o maior diretor italiano do gênero de
todos os tempos.A sequência de abertura é uma das melhores da história do
cinema de horror até hoje.
A Garota que Sabia
Demais 1965
Sinopse: A jovem
norte-americana Nora Davis viaja para passar férias em Roma, onde testemunha um
assassinato.
Mario Bava ataca
novamente aqui no Hell Business, dessa vez com o último filme produzido em
preto e branco pelo diretor e que fundou as bases daquilo que seria conhecido
posteriormente como o subgênero Giallo. Apesar de partir de uma premissa
simples, considerada fraca pelo próprio diretor, que preferiu se dedicar a
parte técnica, o filme, além de pioneiro, é perfeito em técnica e estética,
marca registrada de Mario Bava.
O Alerta Vermelho da
Loucura 1970
Sinopse: Um
proprietário de loja de noivas mata vários jovens casados em uma tentativa de
libertar um trauma de infância reprimida que está o levando a cometer
assassinatos.
Assim como Hitchcock,
Bava era um experimentador.Neste filme, ele usa ângulos estranhos, visões
diferentes e observações de coisas cotidianas através de objetos.
Magnificamente filmado, mostrando a qualidade deste gênio a ser descoberto por
gerações por vir. Tim Lucas, autor da biografia crítica de Mario Bava: All the
Colors of the Dark , chama o filme de "Mario Bava's most personal horror
movie" , ou seja, seu filme mais pessoal. O filme foi inexplicavelmente
considerado um filme menor de Bava.
Em alguns momentos
parecemos estar na cabeça do assassino. O filme parece um longo sonho para ele...
ou pesadelo, dependendo de como interpretar. A metalinguagem usada no filme é
uma aula de cinema. Uma má compreensão que o tempo cuidou de consertar. O filme
influenciou grandes filmes de psicopatia atuais como Psicopata Americano.
Cães Raivosos 1974
Sinopse: Após um
violento assalto, ladrões fazem uma mulher de refém e obrigam um senhor de carro,
que carrega uma criança doente no interior do veículo, a conduzí-los com
segurança até o local onde vão dividir o dinheiro.
Último filme dirigido
por Bava, Cães Raivosos foi rodado em 16mm, em 1978, apenas cinco anos antes de
sua morte. Devido a problemas com os produtores, Bava não conseguiu concluir o
projeto, que só seria finalizado em 1998, quando os negativos foram encontrados
e o filme pode ser finalmente editado, tal como Bava o imaginou, a partir de
anotações deixadas por ele. Lamberto Bava, filho do diretor e seu assistente no
filme, acompanhou a edição final.
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