Sinopse: A juíza Florence Baque (Catherine
Deneuve) conhece Malony (Rod Paradot) quando tinha apenas seis anos, devido à
negligência de sua mãe (Sara Forestier) em cuidá-lo. Os anos passam e Malony
torna-se um jovem delinquente, que rouba carros e agride as pessoas à sua
volta, tanto verbalmente quanto fisicamente. Diante da situação, a juíza o
encaminha para um centro de recuperação de delinquentes juvenis e ele passa a ter
Yann (Benoît Magimel) como tutor. Obrigado a seguir as novas regras, Malony faz
o possível para manter sua liberdade e intransigência.
Em tempos de crise política
no Brasil, é curioso observar que surgem sempre políticos que, se dizem a
serviço do povo, mas está mais interessado em pegar a onda do momento e conseguir
votos futuros vindos de eleitores cegos e desesperados por mudanças. Recentemente
foi lançado o projeto lei que diminuí a maioridade penal para 16 anos, o que
desencadeou uma briga sem precedentes entre aqueles que aprovam e protestam.
Infelizmente aqueles que desejam que essa lei seja aprovada, se esquecem que a formação
do jovem, e no que ele irá se transformar no decorrer dos anos começa através
da educação que eles têm em sua casa, mas ao invés disso, ficam pregando que a delinqüência
nasceu com ela ou que surgiu simplesmente de uma hora pra outra.
Enquanto esse debate sem fim prossegue em nosso país, na França se nota o quanto eles se preocupam na formação do jovem, principalmente no que é visto no serviço público. Filmes como Entre os Muros da Escola e Polissia retratam muito bem isso, aonde assistimos profissionais que, encaram todos os motivos para desistirem dessa geração, mas encontram sempre esperança em um lugar que não existe mais ela. Dirigido pela também atriz Emmanuelle Bercot, Cabeça Erguida talvez venha futuramente a formar uma espécie de trilogia do serviço público francês ao lado dos dois filmes citados acima, mas alfinetando num ponto mais delicado, do qual muitos profissionais da área desistem antes de começar, mas há uns que ainda acreditam que podem sim fazer uma diferença.
Enquanto esse debate sem fim prossegue em nosso país, na França se nota o quanto eles se preocupam na formação do jovem, principalmente no que é visto no serviço público. Filmes como Entre os Muros da Escola e Polissia retratam muito bem isso, aonde assistimos profissionais que, encaram todos os motivos para desistirem dessa geração, mas encontram sempre esperança em um lugar que não existe mais ela. Dirigido pela também atriz Emmanuelle Bercot, Cabeça Erguida talvez venha futuramente a formar uma espécie de trilogia do serviço público francês ao lado dos dois filmes citados acima, mas alfinetando num ponto mais delicado, do qual muitos profissionais da área desistem antes de começar, mas há uns que ainda acreditam que podem sim fazer uma diferença.
Na trama, acompanhamos os
dez anos de cruzada rebelde de Malony (Rod Paradot, ótimo) que, devido a sua
jovem mãe negligente (Sara Forestier) se transforma num garoto rebelde e que não
excita em provocar certos delitos como roubar carros e agredir as pessoas,
tanto fisicamente como verbalmente. Cabem os esforços de uma juíza (Catherine
Deneuve) e do tutor Yann (Benoît Magimel) colocarem o rapaz nos trilhos, nem
que isso leve até mesmo anos para ser feito. Do decorrer do filme, se percebe
que essa missão não será das mais fáceis.
Malony é uma entidade
rebelde incontrolável da natureza, mas que não podemos culpá-lo pelo que ele é,
mas sim analisar porque ele chegou nessa situação. Claro que seria fácil culpar
a sua mãe então, mas também ela teve uma vida difícil, se casando muito nova e
tendo filhos prematuramente e mal sabendo como educá-los. O filme adentra no
miolo da situação, aonde atos e consequências se tornam o princípio para esses
personagens se perderem no percurso da vida e que somente com uma ajuda de uma
mão amiga é que eles poderão então finalmente encontrar o caminho de volta aos
trilhos.
Embora seja um estreante, Rod
Paradot dá um verdadeiro show de interpretação e simplesmente rouba a cena com
o seu personagem Malony, mesmo quando contracena com atores e atrizes de grande
talento como Deneuve. Porém, Benoît Magimel também se sobressai quando
entra em cena, pois ele consegue passar o quanto o seu personagem Yann sofre, transitando
entre ajudar o rapaz, mas ao mesmo tempo sofrendo na falta de fé que o abate às vezes.
Malony nada mais é para Yann do que um reflexo do que ele já foi um dia, o que
faz com que ele enfrente demônios interiores dos quais já estava adormecido.
No final das contas, os
erros do passado de uns influencia os erros de outros no presente, mas da mesma
forma servem como exemplo para o que não se deve fazer. Num determinado momento
no filme, alguém diz que colocar criança no mundo não é um brinquedo, o que
desencadeia o surgimento de um fio de esperança a partir desse pensamento. Ligando
a isso, a cena final com certeza está entre os melhores momentos do filme, pois
ela sintetiza o quão é necessário nós errarmos, para sim amadurecermos e ensinarmos
o que for de melhor para a nossa futura geração.
Apelidado por alguns como “Os
Incompreendidos do século 21” De Cabeça Erguida é um filme que retrata uma realidade
que talvez esteja a poucos metros de você. Resta saber se você é apto em
estender a mão para ajudar, ou simplesmente dizer uma palavra boa para
reconfortar.
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