Sinopse: Documentário sobre
o vocalista, guitarrista e compositor Kurt Cobain, líder do Nirvana. Com acesso
a arquivos pessoais e depoimentos de familiares de Cobain - inclusive com a
participação da filha dele com Courtney Love, Frances -, o filme conta do
início até a ascensão de sua carreira, apresentando diversas canções, algumas
delas inéditas. O retrato íntimo de um artista que raramente se revelou para a
mídia.
Não importa qual área, seja
da música, cinema ou até mesmo da pintura, o artista de enorme talento que se
preze possuí um dom tão retumbante que, por vezes, o seu corpo que veio ao
mundo não consegue administrar tamanha energia, independente de onde ela venha.
Com isso, é comum vermos cantores ou atores estarem sempre no auge, mas que,
gradativamente, vão sucumbindo ao mundo das drogas, violência e por fim a sua
morte. São muitos os exemplos de mestres da área que, tiveram vida curta, mas
deixaram a sua marca na história e Kurt Cobain foi um desses deuses da música
que fez história, mas que o seu corpo e mente não foram fortes o suficiente
para mantê-lo na terra.
Dirigido por Brett Morgen (O
Show Não Pode Parar) o documentário promove uma verdadeira analise sobre a vida
e a obra de Kurt Cobain, vocalista, guitarrista e compositor da banda Nirvana,
que se tornou um dos maiores sucessos da música entre os finais dos anos 80 e
início dos anos 90. O filme vai desde o princípio, mais precisamente nos
primeiros anos de vida de Kurt, num período (anos 60) em que os EUA e o mundo
estavam mudando drasticamente, assim como os costumes das pessoas e na convivência
um com o outro do dia a dia. Talvez, essas mudanças que vê vieram através do termo “paz
e amor” daquele período, não tenham causado muito efeito nos primeiros anos de
Kurt, pois ele buscava amor e atenção, mas seus pais nunca souberam como fazer
isso exatamente.
Rebelde, cheio de energia e
um desejo de dizer muitas poucas e boas ao mundo, Kurt sempre se expressava
como ninguém pela sua guitarra, assim como em seus desenhos e poesias. Através
deles, além de gravações de áudio que continham palavras do próprio, o documentário
cria uma animação que melhor retratasse os seus anos rebeldes ao lado de seus
amigos, mas que ao mesmo tempo, mostrava o quanto ele sofria por não ser compreendido
e não conseguir saber expressar da forma que ele queria. Um dos momentos mais
marcantes do início do filme, é quando Kurt confessa que, tentou se matar nos
trilhos do trem e isso é retratado na animação de uma forma impactante.
Através de depoimentos de familiares,
amigos e parceiros, conhecemos um pouco mais sobre Kurt, em momentos dos quais
ele não havia deixado nenhum registro para ser ouvido ou retratado. É interessante
observar que, embora todos tenham sido próximos ao cantor, nem mesmo eles
sabiam com certeza o que se passava em sua mente. O documentário, por vezes,
mostra o quanto Kurt era apreensivo com o seu verdadeiro “eu’ por dentro, através
de imagens aonde mostram o interior do corpo humano, enlaçando com desenhos,
pinturas, bonecos de argila e tudo aquilo do qual ele conseguia se expressar,
ao invés de usar palavras saídas de sua própria boca.
No auge do sucesso de Nirvana,
parecia que ninguém poderia conter Kurt, ou saber pelo menos domar a fera que
havia em seu interior. Mas coube atriz e cantora Courtney Love saber domar e
corresponder tudo que vinha do cantor. Ambos se apaixonaram, casaram e tiveram
uma filha, Frances Bean Cobain, (que aqui trabalhou como produtora executiva) e
parecia que a vida e carreira ficariam nos eixos, se não fosse à mídia oportunista.
Durante a gravidez, e até
mesmo após o nascimento de Frances, o casal era sempre fonte de fofocas que,
por vezes, eram infundadas. O documentário faz questão de exibir vídeos caseiros
do casal que, embora aparentem terem vivido uma vida da qual não existia nenhum
freio para conter os seus desejos, não chegava nem perto das lendas urbanas das quais a
imprensa somente aumentava para vender revistas. Isso fez com que Kurt se
tornasse mais inquieto, melancólico e cada vez mais se acomodando em seu universo
particular.
O final disso tudo talvez
todo mundo já saiba, mas o documentário veio para mostrar um Kurt Cobain até
então inédito aos olhos do público. Acima de tudo, ele era um gênio, mas ao mesmo
tempo humano, com desejo de sempre ser acolhido, mas que infelizmente o mundo e
as pessoas dentro dele não souberam como fazer isso. Com as melhores músicas de
sucesso ao fundo no decorrer da projeção, Cobain: Montage of Heck é uma sincera
e crua homenagem a um dos maiores cantores da história, mas ao mesmo tempo um
cartão de visita para os fãs conhecerem quem era realmente o seu ídolo, seja
ele por dentro ou por fora.
Me sigam no Facebook, twitter e Google+
Nenhum comentário:
Postar um comentário