Sinopse: Após a
trágica e inesperada morte do seu pai, Ella (Lily James) fica à mercê da sua
terrível madrasta, Lady Tremaine (Cate Blanchett), e suas filhas Anastasia e
Drisella. A jovem ganha o apelido de Cinderela e é obrigada a trabalhar como
empregada na sua própria casa, mas continua otimista com a vida. Passeando na
floresta, ela se encanta por um corajoso estranho (Richard Madden), sem
desconfiar que ele é o príncipe do castelo. Cinderela recebe um convite para o
grande baile e acredita que pode voltar a encontrar sua alma gêmea, mas seus
planos vão por água abaixo quando a madrasta má rasga seu vestido. Agora, será
preciso uma fada madrinha (Helena Bonham Carter) para mudar o seu destino.
Depois da releitura corajosa de A Bela Adormecida vista no filme Malévola, seria questão de tempo que o estúdio Disney buscasse
outra de suas princesas para serem readaptadas para os novos tempos e a
escolhida agora é Cinderela. Porém, diferente do filme estrelado por Angelina Jolie,
Cinderela não é uma releitura, mas sim uma adaptação em live-action com algumas
mudanças significativas, como os ratos que, diferente do filme original, não
falam e o destino do pai do Príncipe Encantado é completamente modificado.
Contudo, Cinderela consegue criar uma boa história para toda a família, com
cenas contagiantes, apesar de ter problemas em alguns momentos, se alongando
muito em algumas sequências das quais poderia nos poupar.
Basicamente, todos os
personagens que o filme possui já estão na sinopse e no geral, os atores se
saem bem, mas não exatamente de uma forma exemplar a todo o momento. Felizmente
Lily James (Fúria de Titãs 2) como Cinderela, em minha opinião, consegue nos
convencer e faz jus a personagem, mesmo quando aplica nela o lema de ser pura e
gentil, que foi passado por sua mãe antes de vir a falecer. Poderia soar forçadamente,
mas a atriz consegue nos convencer ao passar a força da virtude vinda de sua
personagem.
Não citado na
sinopse, também temos Helena Bonham Carter (Clube da Luta) como a fada
madrinha, mas que acaba tendo apenas uma participação especial, porém se
tornando um dos pontos altos da trama. Entretanto, quem rouba a cena em todos
os momentos em que aparece, e é de longe a melhor atuação do filme, é Cate
Blanchett (Blue Jasmine) como a madrasta má, cometendo apenas algumas ações um
tanto que previsíveis, mas nada que apague seu brilho durante o filme.
O figurino, assim
como maquiagem, é fantásticos, muito bem trabalhados. A direção de arte e
fotografia possui um casamento maravilhoso, onde cada cena é um quadro vivo em
movimento. Atenção para a cena em que Cinderela se apresenta ao baile, onde
todas as partes técnicas se alinham, para criar um dos grandes momentos do
filme.
Embora não seja um
trabalho original vindo de sua mente, Kenneth Branagh (Hamlet) injeta toda a
sua criatividade e sua forma de se fazer cinema. Na cena do baile, por exemplo,
Branagh novamente se esbalda com os seus movimentos frenéticos de câmera (visto
muito bem em filmes que ele fez como Frankenstein de Mary Shelley) e nos
criando a sensação de estar em movimento
junto com os protagonistas. Pelo visto, Branagh pegou gosto em dirigir
super produções (como Thor), mas sempre conseguindo criar aprofundamento shakespeariano como
ele bem gosta de fazer.
Agora, a trilha
sonora me surpreendeu muito. Original, instrumental e melódica, as músicas
sempre se encaixam muito bem com o momento do filme, emoções da protagonista e
tudo mais, criando cenas de uma sensibilidade imensa. De longe, outro dos
grandes pontos fortes do filme.
O novo filme da Cinderela
cria um sentimento de nostalgia para aqueles que viram o original, mesmo
mantendo certos valores e estereótipos que, hoje em dia, podem soar um tanto que
forçados, mas sendo bem conduzidos, pode sim agradar as famílias do nosso tempo.
Nada de revolucionário como Malévola,
mas não significa que seja algo dispensável aos nossos olhos.
Nota: Antes de assistir
Cinderela, curta Frozen: Febre Congelante, que dá continuidade as aventuras das
irmãs Ana e Elsa e serve como um pequeno aperitivo para o futuro Frozen 2.
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