Sinopse: Após
um trágico evento, Cheryl Strayed de 21 anos começa a levar uma vida destrutiva
arruinando seu casamento e viciando-se em drogas. Anos depois querendo deixar
seu passado para trás ela embarca numa caminhada de 1.770 quilômetros pela
Pacific Crest Trail que mudará sua vida. Baseado no livro de memórias Livre A
Jornada de Uma Mulher Em Busca do Recomeço de Cheryl Strayed.
Se fôssemos resumir em uma
palavra sobre esse filme dirigido pelo diretor Jean Marc Vallée (de Clube de
Compras em Dallas) a palavra seria superação. Porém, o filme esta mais para a
tentativa da protagonista (Reese Witherspoon) em tentar superar um trauma e matar os seus demônios interiores que o infernizam já algum tempo.
O contato do ser humano perante a natureza sempre foi muito bem explorado no
cinema e o filme nada mais é que uma encruzilhada de uma pessoa em busca sobre
si própria.
Witherspoon pelo visto está
tentando dar uma nova repaginada na sua carreira. Após ter atuado em filmes dispensáveis
como Guerra é Guerra e Água para Elefantes, ela enlaçou filmes um tanto que
melhores como Amor Bandido, Sem Evidencias e Vicio Inerente. Em livre ela dá
mais um novo passo para se livrar do estigma de “namoradinha da América” (que
ganhou a partir de Legalmente Loira) e mesmo já tendo ganhando um Oscar por Johnny
& June, vemos pela primeira vez uma Reese Witherspoon que desaparece e
dando lugar a sua personagem Cheryl Strayed.
Strayed foi a mulher que em
1995 percorreu a trilha de 4.200 Km, que inclui toda a costa oeste dos Estados
Unidos, da fronteira com o México até o Canadá, conhecida como "Pacific
Crest Trail" Com sem nenhuma experiência de viagem a pé, Straved busca uma
espécie de autoconhecimento através da natureza, enfrentando então adversidades,
mas que gradualmente vai aprendendo saber como contorná-los. Em meio a isso,
ela tenta expurgar um passado nebuloso de dor, envolvido de perdas, drogas e sexo sem
controle.
Baseado mais no livro de sobre
Cheryl Strayed (que foi um enorme sucesso em 2012) do que os verdadeiros fatos
ocorridos, o filme se alterna na jornada da protagonista, com lembranças fragmentadas
que ficam espalhadas ao longo do filme. Desses flashbacks, conhecemos a forte
relação de amor entre mãe e filha, desde em anos mais dourados, há nebulosos e traumáticos.
Interpretando a mãe da protagonista, Laura Dern (indicada ao Oscar de atriz coadjuvante)
rouba a cena toda vez que ela surge. Mesmo com os problemas da vida, a
personagem de Dern é o que dá energia para a personagem de Witherspoon seguir
adiante, mas no momento em que ela sai de cena, ficamos cientes da dimensão, dependência
e amor que sentia por ela.
Devido a esses fatos,
ficamos conscientes do porque da protagonista em querer fazer essa viagem.
Porém, não fica muito claro se esse momento traumático foi o suficiente para
destruir o seu próprio casamento, já que a relação da protagonista com o marido
(Thomas Sadoski) não é suficientemente explorada, limitando em alguns flashbacks com
eles e algumas palavras através de cartas. A meu ver ele acaba se tornando um
personagem dispensável, principalmente com o fato que tanto a tristeza e felicidade
da protagonista são movidas pela imagem de sua mãe.
Apelidado de Na Natureza
Selvagem com saías, Livre é muito mais do que isso, pois mostra a jornada de
uma pessoa em busca de tentar entender qual é o seu lugar no mundo após deixar
para trás as pessoas que amava e tentar descobrir se consegue viver sem elas.
As lembranças nos trazem alegrias, porém tristezas, mas são com elas que
seguimos em frente.
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