Nos dias 26 e 27 de Maio, participarei do
curso Como Se Ver Um Filme 2 – Gêneros, criado pelo CENA UM e ministrado pela critica de cinema Ana Maria
Bahiana. E enquanto os dois dias não vêm, por aqui falarei sobre qual é o
melhor (em minha opinião) filme de cada gênero.
MELHOR DRAMA:
UMA RUA CHAMADA PECADO (1951)
Sinopse: Blanche DuBois, uma mulher frágil
e neurótica (Vivien Leigh), vai visitar sua irmã grávida (Kim Hunter), em Nova Orleans , em
busca de um lugar que possa chamar de seu, já que, após seduzir um jovem de 17
anos, ela foi expulsa da sua cidade natal no Mississipi. Sua chegada afetará
fortemente a vida da sua irmã, do seu cunhado e a sua própria vida.
Vivien Leigh ficou até certo tempo da vida
sendo lembrada como a protagonista de O Vento Levou, mas foi em 1951 que ela
provou que não deixaria a historia do cinema sendo lembrada com apenas um
filme. Uma Rua Chamada Pecado foi rodado em 1951 pelo diretor Elia Kazan. Curiosamente, ele havia dirigido a mesma historia, varias vezes no teatro, e é por isso que existe a sensação de se estar assistindo uma peça filmada.
Na época de seu lançamento, o filme (apesar
do grande sucesso), foi criticado, por mostrar a degradação da família norte
americana, ou seja, foi o primeiro filme a tirar do armário a realidade que
estava acontecendo naquele tempo. O personagem Stanley Kowaiski, interpretado
magistralmente por Marlon Brando, é um homem rude, insensível, que não exista em
esmagar a moral da pessoa e viciado em noitadas e jogos com os amigos. Enquanto
isso tem uma esposa frágil que passa boa parte do casamento sendo dominada.
Esse foi o primeiro grande sucesso da
carreira de Marlon Brando, que a partir daí, se tornaria símbolo de personagem
desajustado. Kim Hunter interpreta com competência a “esposa vitima” do marido,
que curiosamente, essa atriz acabou sendo mais lembrada depois pela sua
personagem Zira em O Planeta dos Macacos, mas por mais marcante que foi aquele filme de ficção, eu prefiro
pensar que o papel da sua vida foi mesmo neste filme, principalmente pelos
momentos finais da película onde ela, cansada de tudo aquilo, resolve virar a
mesa, sendo uma das primeiras mulheres do cinema a declarar independência às
mulheres, mesmo que não sendo dito, mas sim sugestivamente.
Mas a grande alma do filme é realmente
Vivien Leigh. Sua personagem quando se apresenta em cena, já demonstra ser uma
pessoa que enfrenta seus demônios interiores, querendo segurar das maneiras
mais possíveis os desejos que sente principalmente a certa atração sugestiva
que tem com o cunhado, mas essa atração irá lhe custar caro, em um dos grandes
clímax da película, onde ficamos nos perguntado o que realmente aconteceu.
Curiosamente, quando foi lançado na época,
o filme teve três minutos de cenas cortadas devido a censura na época. Com o
DVD nacional, foi mostrado mais cenas sugestivas, sendo que ai esta a graça do filme. Ele é forte, mas tudo o
que acontece na trama é tudo sugestivo o que torna ainda mais precioso.
Uma Rua Chamada Pecado sempre figura entre
os melhores filmes de todos os tempos, por sempre ser atual e nunca envelhecer.
Filme indispensável para os amantes de cinema.
Premiações:
Ganhou 4 Oscars: Melhor Atriz (Vivien
Leigh), Melhor Atriz Coadjuvante (Kim Hunter), Melhor Ator Coadjuvante (Karl
Malden) e Melhor Direção de Arte. Recebeu ainda outras 8 indicações: Melhor
Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Marlon Brando), Melhor Fotografia em Preto
e Branco, Melhor Figurino em Preto e Branco, Melhor Trilha Sonora, Melhor Som e
Melhor Roteiro
Ganhou o Globo de Ouro de Melhor Atriz
Coadjuvante (Kim Hunter).
Ganhou o Prêmio do Júri e o prêmio de
Melhor Atriz (Vivien Leigh), no Festival de Veneza.
2 comentários:
Uma rua chamada pecado é maravilhoso, mas eu prefiro o título Uma rua chamada pecado.
Gilberto, vc não quis dizer Um Bonde Chamado Desejo?
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