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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 29 de maio de 2012

Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: A MULHER DE PRETO


A HAMMER DOS BONS E VELHOS TEMPOS

Sinopse: Arthur Kipps (Daniel Radcliffe) foi enviado por seu escritório para regularizar os documentos de uma mansão abandonada, próximo a um vilarejo, cujas crianças morrem misteriosamente de tempos em tempos, sem que ele soubesse de nada disso. Quando começa a ter uma série de visões sinistras durante a execução de suas tarefas, inclusive uma de uma mulher vestida de preto, ele descobre que existe algo relacionado ao passado daquele local e decide investigar, provocando a ira dos moradores e a morte de mais vítimas. Agora, só o tempo para dizer se o seu instinto paternal irá ajudar a resolver esse perigoso e grande mistério.
  
Em sua época de ouro (entre final dos anos 50, há anos 60 e 70) a Hammer realizou grandes clássicos dos filmes de terror, obtendo grande sucesso, principalmente quando na produção, estavam sempre à parceria Christopher Lee e Peter Cushing, que eram sinônimos de bilheteria para o estúdio. Passados vários anos daqueles bons tempos, é bom rever a Hammer de volta, com o filme “A Mulher de Preto”, que resgata um pouco daquele clima fantasmagórico e sombrio dos bons tempos. Embora se houvesse algo de inocente naquelas produções (visto pelos olhares de hoje), aqui não há espaço para sutilezas.   
Se formos simplificar, a produção é uma verdadeira obra de horror à moda antiga, com sua ambientação escura e apreensiva, que deixa o público despreparado com o famoso momento do susto, sem jamais apelar nestes instantes, onde a pessoa realmente pula da cadeira. Baseado no livro homônimo de Susan Hill, não resta menor duvida que na produção, o que mais chama atenção e que com certeza atraiu bastante o publico de hoje, foi à presença Daniel Radcliffe, “pós franquia Harry Potter”. Curiosamente, os sentimentos desse personagem que ele interpreta, se assemelham muito bem com os sentimentos que o Potter sentia, nos últimos capítulos da saga, desde a perda, morte e luto. Com certeza, o lado psicológico de seu personagem ganhou imenso destaque, e com isso, o jovem astro não desaponta, pois sentimos a todo o momento, o grande peso que Arthur carrega em seus ombros e de sua duvida, sobre a vida pós-morte
E se por um momento, possa parecer estranho ele interpretar alguém que já tem um filho de quatro anos, tem que se levar pelo fato, que para a época na qual a história se passa, era absolutamente normal. O protagonista também possui um ótimo entrosamento com o talentoso Ciarán Hinds, cujo o seu personagem, cria quase um laço paternal com o protagonista, e sempre quando surge, rouba a cena. Mas é a casa, onde se passa boa parte das assombrações, é que se torna um personagem a parte da trama. Com uma bela direção de arte e fotografia, que tornam as cenas bem sombrias, mas que jamais faz o espectador não entender o que esta acontecendo, seja a sua frente ou em momentos, onde no fundo de um corredor, por exemplo, algo fantasmagórico surge. Com isso, a casa se torna uma armadilha mortal, tornando o isolamento do personagem Arthur algo perigoso para si e sufocante para aquele que assiste.  
Embora tenha ainda filmado pouco na carreira, diretor James Watkins cumpre o seu trabalho com louvor, sem apelar para sustos fáceis ou com uma trilha que poderia ser usada de uma forma errada nos momentos errados. Além disso, tem que se tirar o chapéu para o diretor, em saber criar momentos nos quais não sabemos se o perigo esta ou não presente, para pegar a qualquer momento o protagonista, em cenas chaves e muito bem orquestradas. Embora o final seja um tanto que inesperado para alguns, os minutos finais tornam  essa obra corajosa e me faz ter esperança que a nova Hammer possa ir mais e mais longe daqui pra frente.
 “A Mulher de Preto” é um filme de terror que honra o gênero, contando com atuações eficazes, com uma produção muito bem cuidada.    

Curiosidade: Com cerca de US$ 110 milhões arrecadados nas bilheterias mundiais, A Mulher de Preto é o filme britânico de terror de maior público nos últimos 20 anos.


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