Nos dias 19 e 20 de Maio, participarei do curso MICHELANGELO
ANTONIONI EM 4 ATOS, criado pelo CENA UM e ministrado pelo professor de cinema Henrique Marcusso.
Diferente dos cursos anteriores que eu já participei, Marcusso irá somente
fazer uma analise minuciosa sobre a Tetralogia Existencial que Antonioni havia
criado nos anos 60. Enquanto a atividade não chega, por aqui, falarei um pouco
dos quatro filmes que serão abordados durante o curso.
CRISE DO HOMEM É O
TEMA DA OBRA FEITA DE VAZIOS QUE ABRE A TETRALOGIA EXISTENCIAL.
Sinopse: Tudo começa com um grupo
de ricos, passeando de Barco pela costa do mediterrâneo. Três amigos – Claudia (Monica
Vitti) e o casal Anna (Lea Massari) e Sandro (Gabriele Ferzetti), resolvem dar
um mergulho no mar. Anna e Sandro brigam, e ela some inexplicavelmente. Ele e
Claudia saem para procurá-la e acabam se envolvendo.
Quando foi lançado em Cannes em
1960, A aventura dividiu a critica do publico. Enquanto a critica se maravilhou
com o estilo do até então desconhecido Michelangelo Antonioni, o publico, na
maioria dele, odiou ao assistir uma trama sem movimento, cujo o ponto de interrogação (o desaparecimento de
uma das personagens) não é solucionado, e para a surpresa de todos, é deixado
de lado ao longo da trama. Mas foi o tempo que comprovou que o diretor Italiano
acertou em explorar a crise existencial do ser humano daquela época, cuja essa
forma de filmar e contar historia, seguiria na chamada Tetralogia Existencial,
formada por A Noite (1961), Eclipse (1962) e O Deserto Vermelho (1964).
Os temas explorados nesses trabalhos
são sobre o vazio da burguesia e das classes abastadas (e a tomada de
consciência de seus indivíduos sobre esse vazio), a alienação provocada pelos
avanços industriais e o desenvolvimento urbano, que afastam o homem de um mundo mais simples, do sentimentos,
e a falta de comunicação um com o outro, tanto entre as famílias, como na
amizade e no amor.
O relacionamento que surge (após o
desaparecimento de uma das protagonistas) não é nenhum pouco especial, mas há emoções
conduzidas pela monotonia. As conversas são raras, sendo que os estados psicológicos
e os sentimentos dos personagens mostrados na tela ficam em aberto para o
espectador tirar suas próprias conclusões. O ritmo é lento, com cuidado para as
paisagens e campos abertos, o que acabou influenciando muitos outros cineastas,
como o alemão Wim Wenders. Com o sucesso que teve com a critica e com o
reconhecimento gradual que teve com o publico ao longo do tempo, o diretor conseguiu sinal
verde, para que trabalhasse em países
como Inglaterra (Depois daquele Beijo, 1966), Estados Unidos (Zabriskie Point,
de 1970) e Espanha (Profissão Repórter, de 1975). Ironicamente, em 1986,
Antonioni sofreu derrame e perdeu a fala, além de ter perdido parte do corpo paralisada.
Digo irônico, devido ao fato que foi o cineasta que melhor filmou a falta de
comunicação entre os personagens.
Nenhum comentário:
Postar um comentário