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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 4 de maio de 2012

Cine Especial: MARTIN SCORSESE – CINEMA, FÉ & VIOLÊNCIA: FINAL


Como o curso sobre Martin Scorsese se inicia amanhã, encerro aqui esse especial, onde eu simplesmente revi (e descobri) grandes clássicos desse mestre do cinema. Com o termino desse especial, dou destaque a outro mestre, Michelangelo Antonioni, que também terá um curso sobre ele neste mês, no qual irei participar. Portanto aguardem.
Abaixo, dedico aos filmes de Scorsese, onde ele fez parceira com Leonardo Dicaprio, que muitos apontam, como uma pareceria similar que ele fez por anos com Robert De Niro, mas isso só o tempo irá dizer.


Gangues de Nova York

Sinopse: Em plena Nova York de 1840, o jovem Amsterdam (Leonardo DiCaprio) busca se vingar de William "The Butcher" Cutting (Daniel Day-Lewis), o assassino de seu pai (Liam Neeson), que era o líder da gangue Dead Rabbits. Em sua jornada Amsterdam acaba se tornando amigo e homem de confiança de William, apaixonando-se também por Jenny Everdane (Cameron Diaz), uma bela jovem que é integrante de uma gangue rival.




Um retrato interessante, sobre os primórdios de uma das mais conhecidas cidades dos EUA, através de brigas de gangues, que por sua vez, seriam a semente que germinaria posteriormente outros gângsteres mais conhecidos da historia.  Baseado no livro homônimo, a produção faz uma extraordinária reconstituição de época que impressiona, pois é sempre interessante ver as tão conhecidas ruas da cidade, como elas eram anteriormente naquele período. Bom exemplo disso é a seqüência inicial (após a primeira guerra de gangue) em que a câmera se afasta e faz uma panorâmica, mostrando como seria a cidade de longe naquele tempo. 
Daniel Day Lewis (que já havia trabalhado com o diretor em A Época da Inocência) constrói o seu William "The Butcher" Cutting um ser assustador, por vezes engraçado pelo seu tom sarcástico, mas jamais se esquivando do seu adversário e que não mede esforços para manter o poder que adquiriu na cidade. O filme também marca o inicio da pareceria de Scorsese com Leonardo Dicaprio, que posteriormente renderiam mais ótimos filmes juntos e que a meu ver, seria uma espécie de laço para atrair um publico mais jovem e acabasse conhecendo o tipo de cinema do cineasta. Com direção de arte, fotografia e figurinos primorosos, Gangues de Nova York pode-se figurar tranquilamente entre melhores super produções dos últimos 10 anos, não só pelo seu requinte, mas pela sua coragem em retratar as origens, por uma perspectiva obscura, de uma das maiores cidades do mundo.      
    
 O Aviador

Sinopse: Howard Hughes (Leonardo DiCaprio) ficou milionário já aos 18 anos, devido à herança que seu pai, um inventor texano, deixou para ele. Pouco depois ele se mudou para Los Angeles, onde passou a investir na indústria do cinema. Hughes ajudou a carreira de vários astros, como Jean Harlow (Gwen Stefani), e ainda trabalhou em filmes de grande sucesso, como "Hell's Angels", que dirigiu. Paralelamente Hughes se dedicou a uma de suas maiores paixões, a aviação, e se envolveu com as atrizes Katharine Hepburn (Cate Blanchett) e Ava Gardner (Kate Beckinsale).


Um dos melhores filmes do cinema recente, ao retratar a era de ouro do cinema, através da perspectiva de Howard Hughes(Leonardo Dicaprio, ótimo) , que não mede esforços para adquirir lucro, tanto no cinema daquele tempo, como nos primórdios da aviação. O inicio do filme, possui uma fotografia que remete ao lindo technicolor, que gradualmente vai mudando, conforme os anos vão passando. O filme explora os altos e baixos de Hughes, que além de ter que enfrentar pessoas gananciosas, tanto do cinema no inicio, como monopólio da Pan American, também sofria um mal de saúde, mais precisamente uma fobia absurda por germes, em que acreditava que estavam em todo lugar.
Leonardo Dicaprio apresenta aqui um dos seus melhores desempenhos, em que ele simplesmente some na pele de Hughes, e o que vemos, é um homem com uma mente engenhosa para os negócios, mas frágil perante as suas paranóias e que acabam sendo prejudiciais, tanto fisicamente como mentalmente. O filme também valeu a primeira vitoria de Cate Blanchett no Oscar, onde ela interpretou de uma forma incrível (e sem exageros) um dos ícones do cinema que foi Katharine Hepburn. Assim como recentemente  Michelle Williams fez  em Sete dias Com Marilyn, Blanchett não imitou Hepurn, muito pelo contrario, ela criou um personagem diferente, que embora lembrasse a atriz, fizesse com que ela ficasse mais a vontade em cada cena em que aparece, roubando a cena  até mesmo de Dicaprio.
Com um final arrebatador e que não se preocupa em explicar o destino do protagonista, O Aviador (assim como Gangues de Nova York), mostrou que Scorsese tinha mão firme para super produções de época (vide posteriormente A Ilha do Medo e A Invenção de Hugo Cabret). 

Os Infiltrados

Sinopse: A polícia trava uma verdadeira guerra contra o crime organizado em Boston. Billy Costigan (Leonardo DiCaprio), um jovem policial, recebe a missão de se infiltrar na máfia, mais especificamente no grupo comandado por Frank Costello (Jack Nicholson). Aos poucos Billy conquista sua confiança, ao mesmo tempo em que Colin Sullivan (Matt Damon), um criminoso que foi infiltrado na polícia como informante de Costello, também ascende dentro da corporação. Tanto Billy quanto Colin sentem-se aflitos devido à vida dupla que levam, tendo a obrigação de sempre obter informações. Porém quando a máfia e a polícia descobrem que entre eles há um espião, a vida de ambos passa a correr perigo.


Na primeira vez que vi Os Infiltrados (numa sessão inesquecível), fiquei me perguntando por que o cineasta não trabalhou antes com Jack Nicholson, pois o seu personagem Costellho está entre os melhores desempenhos da carreira do ator. Claro que muitos vão dizer que ele já fez personagens melhores (como em Um Estranho no Ninho), ou até alguns dizendo, que Jack Nicholson sempre faz um personagem parecido, se comparados as suas atuações anteriores. Mas não a como negar, que sempre em que ele surge em cena, ele domina a tela, graças ao seu tom sarcástico e psicótico.
A produção em si, é um dos melhores jogos de gato e rato do cinema recente, onde ninguém é confiável. Sendo assim, tanto o personagem de Dicaprio (policial infiltrado na gangue), como de Matt Damon (informante de Costello, infiltrado na policia), passam para o espectador todo o peso que sentem devido ao seu serviço, onde a cada momento, podem levar um tiro na cabeça (literalmente). O filme também é lembrado pelo ótimo desempenho de praticamente todos do elenco, como no caso Mark Wahlberg (indicado ao Oscar) e Martin Sheen, que exercem momentos fundamentais e peças chaves durante a trama. O ato final reserva momentos imprevisíveis para historia, em que deixa o espectador de queixo caído, principalmente para aquele pouco familiarizado ao cinema de Scorsese, mas isso foi essencial, para o sucesso do filme e pela (finalmente) consagração do cineasta no Oscar, onde produção levou os prêmios  de melhor filme e melhor diretor.  

A Ilha do Medo

Sinopse: 1954. Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio) investiga o desaparecimento de um paciente no Shutter Island Ashecliffe Hospital, em Boston. No local, ele descobre que os médicos realizam experiências radicais com os pacientes, envolvendo métodos ilegais e anti-éticos. Teddy tenta buscar mais informações, mas enfrenta a resistência dos médicos em lhe fornecer os arquivos que possam permitir que o caso seja aberto. Quando um furacão deixa a ilha sem comunicação, diversos prisioneiros conseguem escapar e tornam a situação ainda mais perigosa.


Martin Scorsese cria aqui uma verdadeira mistura de filme noir com O Gabinete do Dr Galigari, para ilustrar um suspense psicológico que apresenta uma trama aonde mostra até que ponto a nossa mente pode nos enganar para nos não podermos ver certas verdades. Já no inicio, o diretor mostra que o cenário da trama não é um bom lugar graças a uma ótima trilha sonora que impõe medo e insegurança do que esta por vir. Leonardo Dicaprio novamente esbanja talento num personagem que já a primeira vista mostra inúmeras camadas de problemas que logo serão descascadas ao longo do filme. Mark Ruffalo , Ben Kingsley , Emily Mortimer e Michelle Williams completam um super elenco nesse suspense de primeira e com um dos finais mais corajosos dos últimos anos.


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Um comentário:

ANTONIO NAHUD disse...

Todos são grandes filmes...

O Falcão Maltês