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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 29 de março de 2012

Cine Especial: AS INSPIRAÇÕES PARA UM JOGO VORAZ

Jogos Vorazes está ai em cartaz, fazendo um merecido sucesso de bilheteria, mas existem dois erros quando se fala neste filme. Primeiro é quando ficam fazendo comparações a outras franquias como Harry Potter e a famigerada saga Crepúsculo, já que essa aventura futurística, de nada tem haver com essas duas tramas citadas, apenas são todos de origem literária. E a segunda é o enredo, que embora ótimo, não é assim tão original como muita gente acha, pois já vimos certos elementos característicos desse filme em outras produções. Quem é cinéfilo antenado, vai logo se lembrar de inúmeros filmes, e no meu caso, cito esses abaixo, que são claros exemplos, e que com certeza, serviram de inspiração, tanto para a obra literária, como para sua versão cinematográfica. Confiram:

Fahrenheit 451
Sinopse: Guy Montag (Oskar Werner) é um bombeiro que vive numa solitária e isolada sociedade, em que os livros são proibidos pelo Governo. É seu dever queimar todo livro que tenha sido visto pelas autoridades ou denunciados pelos informantes. Montag acaba se envolvendo com Clarisse (Julie Christie), uma apaixonada pela literatura, o que o leva a ler livros de forma clandestina. É através deste relacionamento que Montag passa a questionar os motivos que justificam a determinação do governo de queimar toda e qualquer obra literária.
Embora lançado em 1966, o filme continua mais atual do que nunca. Baseado na obra de mesmo nome do escritor norte-americano Ray Bradbury. O filme é considerado por muito cinéfilos o melhor do gênero da ficção científica de todos os tempos. O filme toca em um assunto espinhoso que é a censura contra a cultura, mais precisamente contra os livros, onde em um futuro, todos eles são pegos e queimados.
A trama é uma critica forte contra os meios de comunicação como a televisão, que emburrece  cada vez mais e mais a civilização. Na trama, acompanhamos personagens que vivem meio que zumbis, numa sociedade controlada a cada 24 horas, mas que pouco se importam com isso. François Truffaut disse numa determinada época, que não ficou muito satisfeito no resultado final desse filme, sendo que esse foi o primeiro e ultimo filme dele em língua inglesa. Segundo as suas próprias palavras, ele gostava bem mais na versão dublada em francês, o que não deixa de ter uma certa lógica, já que o diretor fez praticamente todos os seus filmes na frança, e a linguagem exercida na trama, soaria bem melhor mesmo em seu país de origem.
Criticas a parte, não importa qual língua o filme esteja, sendo que à mensagem que passa funciona até hoje, principalmente com seu final cheio de esperança, que prova que não importa qual poder existe ou existira que queira nos dominar, ele jamais irá nos tirar o nosso conhecimento, enquanto nos estivermos firmes com os nossos desejos pelo saber!  

1984
Sinopse: O filme trata de um país fictício chamado Oceania que está em constante guerra e para manter a máquina de guerra funcionando, o povo é oprimido e controlado de forma absoluta. Com televisores em todos os lugares (inclusive nos quartos dos cidadãos) para controlar cada passo, evitando assim que uma revolta ecloda, ao mesmo tempo que permite o controle absoluto através do Big Brother, um ser “superior” que cada cidadão de Oceania dedica sua vida.
Escrito em 1948, e adaptado para o cinema em 84, o filme sendo visto hoje em 2012, acaba sendo meio injusto com ele, pois de lá para cá, milhares de filmes, sobre um futuro onde a sociedade é oprimida e privada de emoção e que vive sob um regime autoritário e alienista, já está mais do que batida, sendo que recentemente isso foi visto em V De Vingança. Contudo, os produtores foram espertos em lançar o filme justamente em abril de 1984, criando então, um verdadeiro contraste dos fatos fictícios contados na tela, se comparado com a realidade daquele ano. Outro fator interessante é a concepção de Big Brother, que no filme é algo temerário. Hoje em dia é um programa de TV onde as pessoas se divertem assistindo aos outros, nada de chocante. Em termos reais, muitas cidades do mundo estão repletas de câmeras com o intuito de segurança. Será que estamos entrando no esquema que o filme e o livro tanto nos intimidam?
De qualquer forma, só por estar com a idéia envelhecida, não significa que o filme é desatualizado. O conceito de estar sempre em guerra, para que com isso, justificar as constantes necessidades que a população sofre. Sem contar o controle através da raiva comum e do medo constante de ser dedurado por algum vizinho ou colega de trabalho. As atuações são boas, com destaque para a atuação de Richard Burton, em seu último filme. John Hurt também está bem como o amargurado e o questionador Wiston. O interessante no filme, é que acima de tudo seja realista, no que diz respeito ao ser humano. Não há aqueles heróis imbatíveis, já que Wiston questiona o sistema, mas tem medo de ser descoberto e torturado por suas “idéias revolucionárias”.


O SOBREVIVENTE (1987)
Sinopse: No futuro, prisioneiro é obrigado a participar de jogo de TV violento em que enfrenta gladiadores high-tech em terreno cercado.
Disparado um dos piores filmes da carreira de Arnold Schwarzenegger, mas que antecipava alguns temas que viria há surgir anos depois, como o famigerado reality show. A produção ganhou certo reconhecimento por ser baseado numa obra de Steven King, mas o filme envelheceu muito mal ao longo dos anos. Se muitas pessoas criticam a estética dos anos 80, é porque ainda não viram esse, que é com certeza o pior exemplo daquele tempo. O visual futurístico acabou se tornando muito datado, e por incrível que pareça, o culpado é justamente Blade Runner, pois a obra prima de Ridley Scott se tornou exemplo de como poderia ser um futuro apocalíptico, só que, nem todos os filmes esse visual funcionaria, e com o Sobrevivente funcionou tudo errado, com  direito a um pijama laranja que o protagonista usa.   
O filme só não prejudicou a carreira do ator, porque ele foi lançado em meio a outros sucessos do astro na época, como O Predador e Vingador do Futuro! 



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2 comentários:

Dilberto L. Rosa disse...

Rapaz, já tinha ouvido falar alguma coisa destes "Jogos Vorazes", mas não dei muita atenção ao oba-oba... Agora, que me citas referências entre clássicos absolutos e deliciosos 'trashes' anos 80, fiquei "voraz" para ver o tal filme da onda! Muito boa postagem! Abração e apareça!

Felipe Rocha disse...

Ótimo post meu amigo!

Com tantos clássicos citados pessoas como nosso querido amigo Dilberto terá q se render e conferir essa trilogia...

Se é bom ou nao logo saberei, mas uma coisa eh certa, é o modismo do momento...

abraçoo