Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

quarta-feira, 23 de julho de 2025

Cine Dica: Streaming -- 'Um Filme Minecraft'

Sinopse: Um portal misterioso atrai quatro desajustados para o Overworld, uma terra das maravilhas bizarras e cúbicas que prospera com a imaginação. Para voltar para casa, eles têm que dominar o terreno enquanto embarcam em uma missão mágica com um construtor inesperado chamado Steve.  

As últimas adaptações dos jogos de vídeo game para o cinema e tv tem rendido bastante frutos para os estúdios. Porém, é curioso como algumas dessas produções não tragam nada em termos de originalidade, mas fazendo assim um grande sucesso devido a legião de fãs. "Um Filme Minecrat" (2025) é um desses casos que não dá para entender exatamente o enorme sucesso que obteve, já que a trama não traz nada de demais, mesmo trazendo um clima de tempos mais inocentes quando assistimos a um filme qualquer de uma distante Sessão da Tarde.

Dirigido por Jared Hess, o filme conta a história de quatro indivíduos desajustados — Garrett arrett “The Garbage Man” Garrison (Jason Momoa), Henry (Sebastian Eugene Hansen), Natalie (Emma Myers) e Dawn (Danielle Brooks) — são subitamente transportados para o Overworld, um mundo cúbico e bizarro onde a imaginação reina. Para retornarem ao seu mundo, eles terão que dominar este novo ambiente com a ajuda de um construtor experiente e imprevisível, Steve (Jack Black).

Do pouco que eu vi sobre o jogo é preciso reconhecer que visualmente o filme é bastante fiel a sua fonte, principalmente ao manter o charme de que tudo neste universo é em forma de cubo e que me fez relembrar até mesmo outros jogos de antigamente. Outra fidelidade está nos recursos que os personagens vão obtendo a partir de cada obstáculo, desde conseguirem criar cubos, como também armas mirabolantes. Tudo é bastante colorido, não devendo em nada em termos de fidelidade e se equiparando nesta questão ao ótimo "Super Mario Bros. - O Filme" (2023).

Agora, infelizmente, não dá para defender a atuação do elenco, sendo que não existe química entre eles. Curiosamente, é notório que cada um funciona quando estão sozinhos em cena, principalmente no caso de Jack Black que coloca o filme no bolso do começo ao final da trama, mas não rendendo nada de bom quando contracena com os demais atores. Por mais que se esforcem, por exemplo, a dupla Jack Black e Jason Momoa é sem sal e difícil de digerir.

Isso vale para o restante do elenco, sendo que a ótima Emma Myers é um desperdício de talento e simplesmente se encontra perdida dentro da trama. Claro que o filme possui aquela mensagem positiva de sempre superar as adversidades para avançar na vida, mesmo assim não engrena, por mais que seja fiel e agrade o público-alvo. Falando neles, eu só não havia assistido a esse filme antes devido toda a bagunça que eles fizeram nos cinemas, desde muita gritaria e pipoca no chão, o que prova que não são exatamente cinéfilos e pouco se importando se o filme era bom ou ruim, desde que lembrasse os melhores momentos do jogo como um todo.

"Um Filme Minecraft" é aquele filme divertido descartável, mas que nos deixa confusos sobre como obteve tamanho sucesso. 

Onde Assistir: HBO Max.  

  Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  

Instagram: @ccpa1948 

 
Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin Instagram e Tik Tok 

Cine Dica: Cinesemana de 24 a 30 de julho de 2025

A última cinesemana de julho reúne cinco novidades em nossa programação, incluindo o relançamento em cópia remasterizada do clássico brasileiro IRACEMA – UMA TRANSA AMAZÔNICA, de 1974. Outras estreias brasileiras nas nossas telas são UM LOBO ENTRE OS CISNES, baseado na trajetória do bailarino Thiago Soares, e o documentário RAZÕES AFRICANAS, que mostra a influência de ritmos africanos na cena musical de vários países. A França está representada por mais dois títulos elogiados:  MONSIEUR AZNAVOUR, que recupera a trajetória de um ícone da canção francesa, e a comédia dramática APENAS ALGUNS DIAS, um romance que tem como pano de fundo a imigração no país.

Seguem em cartaz, entre os preferidos do público, UMA BELA VIDA, do diretor Costa-Gavras, que aos 92 anos nos oferece uma reflexão comovente sobre a finitude da vida. Protagonizado por mulheres jovens em fase de afirmação, a produção inglesa HOT MILK e a norueguesa DREAMS agora dividem o horário, enquanto o italiano VERMIGLIO – A NOIVA DA MONTANHA entra em terceira semana de exibição. CAZUZA: BOAS NOVAS, documentário dedicado aos últimos anos de uma das grandes estrelas do rock brasileiro da década de 1980, também continua em cartaz.

Entre as exibições especiais teremos BRILHO ETERNO DE UMA NOITE SEM LEMBRANÇAS, atração da Sessão Nostalgia deste mês. Na Sessão ACCIRS, promovida com a Associação de Críticos de Cinema do RS, será o momento de rever o documentário CENTRAL – O FILME, sobre o Presídio Central de Porto Alegre.

Confira a programação completa no site oficial da Cinemateca clicando aqui.

terça-feira, 22 de julho de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - 'O Deserto de Akin'

Sinopse: Um dedicado médico cubano se apaixona pelo Brasil quando emigra para o país através do programa Mais Médicos.  

O programa "Mais Médicos" foi criado através do governo Dilma onde mais de quinze mil médicos foram convocados para trabalhar em áreas onde falta profissionais adequados. Infelizmente o programa quase foi extinto pelo governo Bolsonaro, que não via com bons olhos o fato de que muitos ali eram médicos cubanos e sendo que muitos foram levados de volta para o seu país. "O Deserto de Akin" (2025) fala sobre esses tempos de dúvidas e crise de identidade perante tempos de metamorfose.

Dirigido por Bernard Lessa, acompanhamos a jornada de Akin, um dos médicos cubanos trabalhando no Brasil em 2018. Com as eleições, a cooperação entre o Brasil e Cuba termina. Os médicos são convocados a retornar ao seu país de origem. Akin está em uma encruzilhada, se deve retornar para o seu país ou procurar se manter em território brasileiro.

Bernadrd Lessa procura nos apresentar o protagonista de forma gradual, como se fosse uma forma para tentarmos adivinhar quem ele é e o que faz ali em pleno território brasileiro. Aos poucos entendemos que ele é um profissional dedicado trabalhando pelo SUS, mas que ao mesmo tempo busca uma forma de compreender o lado cultural de um país como o Brasil que naquele momento, mais precisamente nas vésperas das eleições de 2018, estava completamente dividido e deixando tudo mais confuso. Uma espécie de estranho no ninho, mas que procura ajudar o próximo mesmo quando os ventos da mudança dizem ao contrário.

Embora ainda novo no território da atuação, o cubano Reynier Morales se sai bem em cena ao saber comprar com a proposta principal do cineasta. O seu Akin nos transmite curiosidade, confusão e incerteza através do seu olhar, mas que obtém certo equilíbrio quando colocar em prática o que estava predestinado a ser, principalmente quando ajuda crianças necessitadas em um território indígena. Atenção para a cena em que ele busca uma forma de curar a visão de uma criança e que se tornará crucial na reta final da trama.

Já a personagem Ana Flávia Cavalcanti se torna um motivo a mais para o protagonista se manter no Brasil, mas não somente por ter se tornado um interesse amoroso, como também um elo de força que o faz seguir em frente nesta terra desconhecida. Curiosamente, é interessante observar que os eventos daquele ano ocorrem na surdina no decorrer da trama, mas que afeta os personagens principais de forma imediata. Além disso, o filme está cheio de simbolismo, desde uma serpente que perde a sua pele, como também a possibilidade da cidade desaparecer com uma tempestade de areia.

Tudo isso é moldado para sintetizar tempos de incerteza de um Brasil que se enveredou para um lado obscuro da história e tendo piorado ainda mais com o advento da Pandemia. Ao final, constatamos que a força de vontade de certos médicos cubanos é o que fizeram a diferença naquela época e Akin seria uma representação desta força mesmo perante o movimento que ia contra eles. Ao final, a virtude pela prática do bem venceu, mas isso não impede o fato de como fomos ingratos com certos profissionais que foram predestinados a salvar vidas mesmo com poucos recursos em sua volta.

"O Deserto de Akin" é um pequeno retrato sobre tempos indefinidos e que deixou diversas pessoas indecisas sobre qual o melhor caminho para trilhar depois de tudo. 

  Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  

Instagram: @ccpa1948 

 
Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin Instagram e Tik Tok 

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO Cinemateca Capitólio - 24 a 29 de julho de 2025

A NOVA ONDA DO IMPERADOR 
 

HORROR IRANIANO NO PROJETO RAROS

Na sexta-feira, 25 de julho, às 19h30, o Projeto Raros apresenta na Cinemateca Capitólio As Longas Sombras do Vento, horror iraniano dirigido por Bahman Farmanara em 1979. Após a sessão, será realizado um debate com Ivonete Pinto, crítica de cinema e pesquisadora, autora do livro Descobrindo O Irã. Entrada franca.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/9061/projeto-raros-as-longas-sombras-do-vento/


A NOVA ONDA DO IMPERADOR NA SESSÃO VAGALUME

A Sessão Vagalume de julho vem com gosto de férias! Nos dias 26 e 27 de junho exibiremos o já clássico A Nova Onda do Imperador, dirigido por Mark Dindal, com a dublagem em versão brasileira divertidíssima de Selton Mello e Marieta Severo. Venham visitar a Cinemateca Capitólio e assistir a este filme que marcou época. Um programa que promete ser inesquecível para toda a família. O valor do ingresso é R$ 4,00.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/9072/sessao-vagalume-a-nova-onda-do-imperador/


HOMENAGEM A TAINARA FRAGA

No sábado, 26 de junho, às 17h, a Cinemateca Capitólio apresenta uma sessão especial de O Mágico de Oz, de Victor Fleming, em homenagem a Tainara Fraga, grande amiga e colaboradora que nos deixou precocemente em junho de 2025. A exibição, com entrada franca, é organizada pelo Cinedrome, cineclube criado na Unisinos em 2012 com a participação de Tainara, e pelo Cineclube Academia das Musas, do qual ela era membro-fundadora.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/9069/sessao-vagalume-o-magico-de-oz-2/  


GRADE DE HORÁRIOS

24 a 29 de junho de 2025


24 de julho (quinta-feira)

15h – Ilha das Flores + Saneamento Básico

17h30 – Prédio Vazio

19h – Filhos do Mangue


25 de julho (sexta-feira)

15h – Ilha das Flores + Saneamento Básico

17h30 – Prédio Vazio

19h30 – Projeto Raros: As Longas Sombras do Vento


26 de julho (sábado)

15h – Sessão Vagalume: A Nova Onda do Imperador

17h – O Mágico de Oz

19h – Prédio Vazio


27 de julho (domingo)

15h – Sessão Vagalume: A Nova Onda do Imperador

16h30 – Ilha das Flores + Saneamento Básico

19h – Sessão de Curtas: LGBTQIAPN+ no RS


29 de julho (terça-feira)

15h – Ilha das Flores + Saneamento Básico

17h30 – Prédio Vazio

19h – Filhos do Mangue

segunda-feira, 21 de julho de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - 'Superman'

Sinopse: Superman embarca em uma jornada para reconciliar sua herança kryptoniana com sua criação humana. 

Com o fracasso do universo compartilhado DC/Warner, além do enfraquecimento do gênero de super-heróis no cinema, parecia que nós não viriamos tão cedo um novo Superman nas telonas. Contudo, foi então que James Gunn surgiu em cena, pois além de ser diretor ele se tornou produtor executivo, roteirista e consultor criativo desse novo universo do estúdio e que recomeçou do zero a partir de "O Esquadrão Suicida" (2021) e das séries "Comando das Criaturas" (2024) e "Pacificador" (2022). Eis que então chega "Superman" (2025), um filme dinâmico, crítico nos momentos certos e extremamente pop nos seus melhores momentos.

Na trama, acompanhamos a jornada de Superman em tentar conciliar suas duas personas: sua herança extraterrestre como kryptoniano e sua vida humana, criado como Clark Kent (David Corenswet). Com já três anos de atividade, o super ser é conhecido como imbativel, justo e disposto a salvar o maior número de vidas possível. Porém, Lex Luthor (Nicholas Hoult) vê o herói como uma séria ameaça contra a humanidade e fará de tudo para destruí-lo.

Inicialmente é preciso deixar muito claro que não foi desta vez que o estúdio criou um longa que superasse a obra prima que é a versão lançada em 1978 por Richard Donner. Porém, o filme tem a proeza de não perder tempo em recontar novamente a origem sobre o protagonista, nos dando uma rápida explicação sobre quem ele é e nos colocando de imediato na ação. É como se estivéssemos comprando um gibi do mês sobre o personagem, mas cuja história já está acontecendo a todo o vapor.

Isso é proposital, já que está mais do que evidente que James Gunn tem total contato com essa forma de contar histórias e usando todos os artifícios cinematográficos para que essa linguagem fosse vista no cinema. O filme por si só é colorido, como se estivéssemos lendo uma HQ de tempos mais dourados e que tudo ressoava com mais esperança em meio aos tempos nebulosos. Aqui não há uma visão pessimista sobre o personagem que havia sido criado por Zack Snyder no passado, mas sim sempre nos transmitindo algo positivo, mesmo em meio aos vários obstáculos.

Curiosamente, é surpreendente como Gunn consegue até mesmo dirigir cenas com efeitos especiais que nos transmita certo peso, sendo que no momento em que o protagonista enfrenta um grande Kaiju nós temos a sensação de uma grande ameaça e não um mero efeito visual sem alma alguma. Claro que há aqueles momentos em que ação, por vezes, vertiginosa, atrapalhe um pouco o desenvolvimento da trama, mas nada que atrapalhe o resultado. A meu ver, o estúdio sentiu as críticas no decorrer dos anos e James Gunn soube como contornar isso.

Acima de tudo, é um filme que fala sobre o mundo atual, se nós realmente merecemos um Superman altruísta e sobre até que ponto ele mantém essa virtude intacta. Por conta disso, é um verdadeiro contraste quando comparamos ele com os anti-heróis que surgem em cena, como no caso do Lanterna Verde Gy Gardner (Nathan Fillion), Mulher Gavião (Isabela Merced) e Senhor Incrível (Edi Gathegi). O trio, por sua vez, é uma síntese sobre o que uma sociedade gostaria de ver na figura de um super ser, mas que não são necessariamente corretos em suas ações.

Nesta realidade de incerteza com relação aos superpoderosos é então que Lex Luthor obtém voz e atenção, principalmente em um mundo conectado através das redes sociais, onde todos acham que tem o direito de dar opiniões e fazendo disso um grande artifício para o vilão. Nicholas Hoult se sai muito bem ao construir um Luthor que usa o seu poder para manipular a opinião pública, sendo uma atuação mais do que criativa sobre os políticos atuais da extrema direita de hoje em dia. Curiosamente, o filme não esconde até mesmo o fato do papel dos EUA ser um tanto questionável com relação aos conflitos mundiais e dos quais servem somente para enriquecer o país ao invés de ajudar.

Diante desse cenário, vemos um Superman não tomando partido, mas sim com o intuito de somente salvar vidas ao máximo possível. Ao interpretar um Superman à sua maneira, David Corenswet consegue nos transmitir até mesmo humanidade com relação ao personagem, não escondendo as suas falhas, mas jamais abraçando a possibilidade de abandonar no que acredita ao ser um salvador para as pessoas. Vale salientar que o intérprete tem ainda uma ótima química em cena com Rachel Brosnahan, a mais nova Lois Lane do momento e da qual se sai muito bem nos momentos românticos com o herói.

Embora seja uma trama que nos soa familiar, é interessante observar também que o filme se distancia bastante das últimas encarnações do personagem. Embora seja nostálgica, ao fazer ligeiras referências ao clássico de 1978, o filme possui personalidade própria, mesmo fazendo parte de um grande projeto que é recomeçar o universo DC no cinema do zero. Resta saber se James Guun irá manter a qualidade do seu trabalho nos próximos anos, mas até aqui o saldo é mais do que positivo.

"Superman" é um recomeço cheio de luz para o herói no cinema em meio aos tempos atuais cheio de incertezas. 


  Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  

Instagram: @ccpa1948 

 
Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin Instagram e Tik Tok 

domingo, 20 de julho de 2025

Cine Dica: Do italiano Ermanno Olmi, "A Lenda do Santo Beberrão" será a próxima sessão do Cineclube Torres

 Do italiano Ermanno Olmi, "A Lenda do Santo Beberrão" será a próxima sessão do Cineclube Torres na segunda, dia 21, às 20h e com entrada franca.

O filme integra o ciclo de julho, com filmes relacionados com pessoas em situação de rua, na Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, junto da UP Idiomas. A Lenda do Santo Beberrão é um filme franco-italiano de 1988, dirigido por Ermanno Olmi e baseado na novela homônima "Die Legende vom heiligen Trinker", do escritor judeu austríaco Joseph Roth.

Com profunda ligação autobiográfica, o protagonista, interpretado pelo ator Rudger Hauer, um bêbado morador de rua, recebe inesperadamente uma importante quantia de dinheiro de um desconhecido, com a promessa que o valor seja dado em beneficência na igreja de S. Tereza de Lisieux, na missa de domingo. No entanto, apesar de sua persistência, algo sempre o impede de cumprir a promessa.

Ermano Olmi venceu o leão de ouro no Festival de Cinema de Veneza com este filme, uma humanística e inspirada versão cinematográfica de uma parábola cristã. Mas "A Lenda do Santo Beberrão não é filme de proselitismo religioso. Ele trabalha com categorias do espírito, mas não as impõe à maneira de catequese ou de ameaça. Apenas sugere que existe alguma transcendência em qualquer vida, mesmo na vida miserável de um mendigo alcoólatra." (Luiz Zanin Oricchio, Estadão).

A sessão, com entrada franca, integra a programação continuada realizada na Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, pelo Cineclube Torres, associação sem fins lucrativos com 13 anos de história, em atividade desde 2011, Ponto de Cultura certificado pela Lei Cultura Viva federal e estadual, Ponto de Memória pelo IBRAM, Sala de Espetáculos e Equipamento de Animação Turística certificada pelo Ministério do Turismo (Cadastur), contando para isso com a parceria e o patrocínio da Up Idiomas Torres.


Serviço: 

O que: Exibição do filme  "A Lenda do Santo Beberrão", de Ermanno Olmi (Itália - 1988) - 2h07m

Onde: Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, junto à escola Up Idiomas, Rua Cincinato Borges 420, Torres

Quando: Segunda-feira, 21/7, às 20:00

Ingressos: Entrada Franca, até lotação do local (aprox. 22 pessoas).


Cineclube Torres

Associação sem fins lucrativos

Ponto de Cultura – Lei Federal e Estadual Cultura Viva

Ponto de Memória – Instituto Brasileiro de Museus

Sala de Espetáculos e Equipamento de Animação Turística - Cadastur


CNPJ 15.324.175/0001-21

Registro ANCINE n. 33764

Produtor Cultural Estadual n. 4917

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Cine Especial: Conhecendo 'Trapaceiros'

 

Woody Allen lança, ao menos, de um a dois filmes por ano e isso acontece desde os anos setenta. De lá para cá o realizador lançou diversos altos e baixos, assim como também enfrentou uma série de polêmicas de sua vida pessoal que quase enterraram a sua carreira. Polémicas à parte, os filmes do realizador sempre me atraíram pelo fato dele usar praticamente o mesmo tipo de personagem, mas que se vê envolvido em tramas diferentes.   

Nos anos noventa, por exemplo, foram doze filmes ao todo, sendo que o último foi "Trapaceiros" (2000) e do qual foi uma espécie de encerramento de círculo, pois o realizador somente fazia a maioria dos seus filmes na cidade de Nova York. A partir de 2001 Allen começou uma encruzilhada pelo mundo e lançando títulos incomuns como "Meia Noite em Paris" (2011) e do qual se tornou o seu maior sucesso na carreira. O motivo pelo qual ele tenha decidido filmar pelo mundo talvez se encontre exatamente em "Trapaceiros".  

Na trama, Allen é um lavador de pratos que tem um grande plano: alugar uma loja ao lado do banco e utilizá-la como fachada para construir um túnel subterrâneo para assaltá-lo. Para tanto Ray logo consegue a ajuda de seus companheiros Danny (Michael Rapaport) e Tommy (Tony Darrow), que aceitam dividir os gastos com o aluguel da loja, mas enfrenta a resistência de Frenchy (Tracey Ullman), sua esposa, que se recusa a ajudá-lo em mais um plano. Porém, ela aceita a proposta e começa a vender bolinhos e biscoitos na loja, mas o que era para ser uma fachada acaba se tornando um grande sucesso.   

Para aqueles habituados à filmografia do diretor se percebe que há aqui os mesmos ingredientes de sempre, como o protagonista quase esquizofrênico e que sempre anseia em colocar o seu ponto de vista acima de tudo. Aqui no caso Allen usa o velho pensamento de que "dinheiro não é tudo" para se criar uma trama em que sintetiza o fato que a felicidade se encontra nas pequenas coisas do dia a dia, desde em apreciar o pôr do sol, como também na possibilidade de se arriscar e cometer certos delitos. Uma vez que a riqueza vem para o casal central se percebe que as coisas não melhoram, onde ambos acabam percebendo que possuem vidas vazias a partir do momento que possuem recursos para obter tudo, mas ao mesmo tempo nada.   

Vale destacar a participação de Hugh Grant como um empresário interesseiro, sendo que esse tipo de personagem ele retornaria no grande sucesso "O Diário de Bridget Jones" (2001) e largando por um tempo os papéis de bom moço. Lembrando que nesta época Allen já estava ensaiando a possibilidade de abandonar o protagonismo dos seus filmes e se focar somente por trás das câmeras, sendo que isso já estava acontecendo a partir de "Celebridades" (1998). Outro fator interessante é que, olhando para trás, "Trapaceiros" foi um dos últimos filmes realizados pelo diretor antes do 11 de Setembro, sendo que aquele dia que marcou o mundo talvez tenha mudado o foco do diretor a partir daquele momento.   

Curiosamente, o seu personagem deste filme é sempre persuadido pela sua esposa na possibilidade de viajar para outros lugares pelo mundo. Tudo indica que o próprio Allen talvez tenha sido convencido a mudar de novos ares e o ataque terrorista contra a sua cidade favorita tenha o convencido em abraçar de vez essa ideia. Ao ver esse filme percebo uma espécie de encerramento de Woody Allen mais inocente e experimentando novos cenários um tanto que mais sérios ao redor do mundo como foi visto em "Ponto Final - Match Point" (2005).   

Enfim, "Trapaceiros" não está entre os melhores filmes de Woody Allen, mas que revendo hoje serve como uma espécie de prelúdio com relação ao que ele iria experimentar no novo século que estava chegando. 



  Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  

Instagram: @ccpa1948 

 
Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin Instagram e Tik Tok