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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 2 de junho de 2023

Cine Dica: CINEMATECA PAULO AMORIM - PROGRAMAÇÃO DE 1 A 7 DE JUNHO DE 2023

 PROGRAMAÇÃO DE 1 A 7 DE JUNHO DE 2023

SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES

EO

Três filmes estreiam na nossa programação na semana de 1 a 7 de junho!

Teremos o longa brasileiro URUBUS, sobre a cena dos pichadores em São Paulo; o drama britânico O ÚLTIMO ÔNIBUS, com o ator Timothy Spall; e a fábula EO, do veterano diretor polonês Jerzy Skolimowski. Outra novidade é a pré-estreia de UMA VIDA SEM ELE, novo longa da atriz Isabelle Huppert.

 O longa A PRIMEIRA MORTE DE JOANA ganha uma sessão comentada no dia 7, com a participação da montadora Tula Anagnostopoulos e integrantes da Associação de Críticos de Cinema do RS. E dois longas se despedem da nossa programação nesta semana: o iraniano SEM URSOS, de Jafar Panahi, e o russo A ESPOSA DE TCHAIKOVSKY, de Kirill Serebrennikov.


Confira nossa programação e o portal do cinema gaúcho em: www.cinematecapauloamorim.com.br


SALA PAULO AMORIM


 14h45 – MEU VIZINHO ADOLF Assista o trailer aqui.

(Colômbia/Israel/Polônia, 2022, 96min). Direção de Leon Prudovsky, com David Hayman, Udo Kier, Danharry Colorado. A2 Filmes, 14 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Depois de perder sua família para o regime nazista, o sobrevivente polonês Marek Polsky vai viver em um vilarejo no interior da Colômbia. Em plena década de 1960, já acostumado com a solidão dos dias, o velho Polsky entra em disputa com um novo vizinho por causa de um pedaço do terreno. A situação piora quando Polsky começa a desconfiar que o alemão da casa ao lado pode ser Adolf Hitler – o que até faz algum sentido, pois a América do Sul se tornou um destino de fuga para muitos líderes do ditador.


 16h30 – A ESPOSA DE TCHAIKOVSKY Assista o trailer aqui.

(Zhena Chaikovskogo – Rússia/ França/ Suíça, 2022, 143min). Direção de Kirill Serebrennikov, com Alyona Mikhailova, Odin Lund Biron e Miron Fedorov. Imovision, 16 anos. Drama.

Sinopse: Antonina Miliukova é uma jovem bonita e inteligente que pertence a uma família da aristocracia russa. Apesar de ter o mundo a seus pés, seu maior sonho é se casar com o compositor Pyotr Tchaikovsky (1840 – 1893). O músico aceita o casamento para acabar com os rumores sobre sua sexualidade, mas, à medida em que o tempo passa, a relação fica insustentável. O filme é baseado no livro “Antonina Tchaikovsky: História de uma Vida Esquecida”, de Valeri Sokolov, e destaca o trabalho de Serebrennikov - que também é diretor de ópera e teatro – à frente de um filme de época.


19h30 – O ÚLTIMO ÔNIBUS - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(The Last Bus – Reino Unido, 2022, 92min). Direção de Gillies MacKinnon, com Timothy Spall, Phyllis Logan, Grace Calder. Pandora Filmes, 12 anos. Drama.

Sinopse: Depois da morte da esposa, Tom Harper sai do lugarejo onde viviam, no norte da Escócia, decidido a cumprir uma promessa. Para isso, ele vai fazer uma viagem de ônibus por 1.400 quilômetros até o sul da Inglaterra, usando seu passe gratuito de idoso. No percurso, enfrenta percalços, conhece pessoas gentis e desafia as limitações da idade – ao mesmo tempo em que revisita o seu passado e se depara com um país diverso e multicultural.


SALA EDUARDO HIRTZ


 15h – URUBUS - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2022, 113min). Direção de Claudio Borreli, com Gustavo Garcez, Bella Camero, Bruno Santaella, Julio Martins. O2 Play, 14 anos. Drama.

Sinopse: Em São Paulo, onde a pichação cobre mais muros e prédios do que qualquer outro lugar no planeta, Trinchas comanda um grupo que escala os edifícios mais altos para deixar sua marca. Quando Trinchas conhece Valéria, uma estudante de arte, seus mundos colidem, resultando na invasão da 28ª Bienal de São Paulo. A partir de então, a pichação passa a ocupar um lugar no mundo da arte e o bando de jovens invisíveis de periferia se transforma em protagonista de um polêmico debate cultural.


17h15 – EO - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Polônia/Itália, 2022, 85min). Direção de Jerzy Skolimowski, com Sandra Drzymalska, Mateusz Kosciukiewicz, Isabelle Huppert. Zeta Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Em tom de fábula, o filme acompanha a jornada de um burro cinza e suas descobertas pela Europa contemporânea – ele vivia em um circo e ganhou sua liberdade depois de um protesto pela liberação dos animais. Sozinho no mundo e movido por um espírito curioso, ele encara várias experiências e momentos inusitados. Com este longa, o veterano diretor Skolimowski, de 85 anos, faz uma homenagem a Robert Bresson e seu “A Grande Testemunha”, de 1966. O filme competiu no Festival de Cannes 2022 e foi um dos cinco indicados ao Oscar de filme internacional.  


 19h15 – A PRIMEIRA MORTE DE JOANA - (NÃO HAVERÁ SESSÃO NO SÁBADO DIA 3) Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2020, 91min). Direção de Cristiane Oliveira, com Letícia Kacperski, Isabela Bressane, Joana Vieira, Lisa Gertum Becker. Lança Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Joana, de 13 anos, quer descobrir por que sua tia-avó morreu sem nunca ter namorado ninguém. Os questionamentos e descobertas da adolescente mexem com a comunidade tradicional onde ela vive, no sul do Brasil, ao mesmo tempo em que o lugarejo acompanha a construção de uma usina eólica nas proximidades. Com locações nas cidades de Osório e Santo Antônio da Patrulha, este é o segundo longa da diretora gaúcha e foi visto em mais de dez festivais internacionais.

(No dia 7 haverá sessão comentada com a participação da montadora Tula Anagnostopoulos e integrantes da Accirs, dentro da programação da exposição “Outra Maneira de Ver: os 20 anos de uma Parceria Criativa”, promovida pelo Ieavi RS.)


SÁBADO, DIA 3, ÀS 19h15 – PRÉ-ESTREIA


UMA VIDA SEM ELE Assista o trailer aqui.

(À Propos de Joan - França/Alemanha/Irlanda, 2022, 101min). Direção de Laurent Larivière, com Isabelle Huppert, Lars Eidinger, Swann Arlaud. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Joan Verra sempre foi uma mulher independente, com um espírito livre e aventureiro. Quando seu primeiro amor retorna depois de muitos anos, ela decide não contar que tiveram um filho juntos. Junto com essa mentira, ela terá de enfrentar um segredo do passado.

SALA NORBERTO LUBISCO


15h15 - O ÚLTIMO ÔNIBUS - ESTREIA

(The Last Bus – Reino Unido, 2022, 92min). Direção de Gillies MacKinnon, com Timothy Spall, Phyllis Logan, Grace Calder. Pandora Filmes, 12 anos. Drama.

Sinopse: Depois da morte da esposa, Tom Harper sai do lugarejo onde viviam, no norte da Escócia, decidido a cumprir uma promessa. Para isso, ele vai fazer uma viagem de ônibus por 1.400 quilômetros até o sul da Inglaterra, usando seu passe gratuito de idoso. No percurso, enfrenta percalços, conhece pessoas gentis e desafia as limitações da idade – ao mesmo tempo em que revisita o seu passado e se depara com um país diverso e multicultural.


17h – CLOSE Assista o trailer aqui.

(Bélgica/França/Holanda, 2022, 105min). Direção de Lukas Dhont, com Eden Dambrine, Gustav De Waele, Émilie Dequenne. O2 Filmes, 12 anos. Drama.

Sinopse: Léo e Rémi, de 13 anos, são inseparáveis - melhores amigos e próximos como irmãos. Mas, quando começam um novo ano escolar, as pressões da adolescência desafiam este vínculo tão fraterno, gerando consequências inesperadas e de longo alcance. O filme é um dos cinco indicados ao Oscar de melhor longa internacional.


19h – SEM URSOS - (NÃO HAVERÁ SESSÃO NA QUINTA, DIA 1) Assista o trailer aqui.

(No Bears - Irã, 2022, 105min). Direção de Jafar Panahi, com Jafar Panahi, Naser Hashemi, Vahid Mobaseri. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Este é mais um longa que o diretor iraniano conduziu na clandestinidade, driblando a ordem que o impedia de trabalhar e circular pelo seu país depois que afrontou os líderes políticos e religiosos. Interpretando a si mesmo, o cineasta aparece isolado em um vilarejo do interior e, mesmo com uma internet precária, dirige a história de um casal que tenta imigrar ilegalmente para a Europa. Ao mesmo tempo, ele se vê em meio a uma discussão da comunidade sobre um casamento arranjado entre dois jovens. Com este filme, Panahi conquistou o prêmio especial do júri no Festival de Veneza de 2022.


QUINTA, DIA 1, ÀS 19h30


SAUDADES DO PAGO – ENTRADA FRANCA

(Brasil, 2021, 45min). Documentário de Fernando Graciola. O filme integra o projeto Cinema Musical Gaúcho, que apresenta filmes sobre a música do RS.

Sinopse: Fernando Graciola conversa com dois músicos gaúchos que vivem fora do Rio Grande do Sul: o acordeonista Luciano Maia, que mora em Lisboa, e o violonista Edu Guterres, residente em Nova York. Além dos trabalhos musicais, eles falam sobre as saudades do pago e como é seu cotidiano no exterior.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 14,00 (R$ 7,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 16,00 (R$ 8,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTE BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES MEDIANTE PAGAMENTO COM O CARTÃO DO BANCO.

Estudantes devem apresentar Carteira de Identidade Estudantil.

Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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quinta-feira, 1 de junho de 2023

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 01 A 07 DE JUNHO

 ESTREIAS:

URUBÚS

Brasil/Drama/2021 /113MIN.

Direção: Claudio Borrelli

Sinopse: Em São Paulo, onde a pichação cobre mais muros e prédios do que qualquer outro lugar no planeta, Trinchas comanda um grupo de pichadores que escala os edifícios mais altos para deixar sua marca. Quando Trinchas conhece Valéria, uma estudante de arte, seus mundos colidem, resultando na invasão da 28ª Bienal de São Paulo. A partir de então, a pichação ocupa seu lugar no mundo da arte e o bando de jovens invisíveis de periferia se transforma em protagonista de um polêmico debate cultural.

Elenco:Gustavo Garcez, Bella Camero, Bruno Santaella, Julio Martins, Robert Orlando


UÝRA- A RETOMADA DA FLORESTA

Brasil/ Documentário/2022/72min.

Direção: Juliana Curi

Sinopse: Uýra, uma artista trans indígena, viaja pela Amazônia em uma jornada de autodescoberta usando a arte performática para ensinar aos jovens indígenas que eles são os guardiões das mensagens ancestrais da floresta amazônica. Em um país que mata o maior número de jovens trans, indígenas e ambientalistas em todo o mundo, Uýra lidera um movimento crescente por meio das artes e da educação, ao mesmo tempo em que promove a união e inspira os movimentos LGBTQIA+ e ambientalistas no coração da Floresta Amazônica.


EM CARTAZ:


O MESTRE DA FUMAÇA

Brasil/ Comédia/2022/105min

Direção: Andre Sigwalt, Augusto Soares

Classificação indicativa: 18 anos

Sinopse:Os irmãos Gabriel e Daniel se veem amaldiçoados pela máfia chinesa com a temida Vingança das 3 Gerações, que já ceifou a vida do avô e do pai de ambos. Para sobreviver, um dos irmãos precisa aprender os segredos do Estilo da Fumaça, uma arte marcial cannábica ancestral, pouco conhecida e controversa, ensinada por um mestre único.

Elenco: Daniel Rocha, Tony Lee, Luana Frez, Thiago Stechinni, Tristan Aronovich, Cleber Colo


HORÁRIOS CINEBANCÁRIOS DE 01 A 07 DE JUNHO (não há sessões nas segundas-feiras):

15h: O MESTRE DA FUMAÇA

17h: UÝRA- A RETOMADA DA FLORESTA

19h: URUBÚS


Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem, trabalhadores associados em sindicatos filiados a CUT-RS e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00.Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.


CINEBANCÁRIOS :Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre -Fone: 30309405/Email:cinebancarios@sindbancarios.org.br

C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405

Cine Dica: Sessão Clube de Cinema De Porto Alegre - 'Sem ursos'

Segue a programação do Clube de Cinema no próximo final de semana.


SESSÃO CLUBE DE CINEMA

Local: Sala Norberto Lubisco, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 03/06/2023, sábado, às 10:15 da manhã

"Sem Ursos" (No Bears)

Irã, 2022, 105 min, 14 anos


Direção: Jafar Panahi

Elenco: Jafar Panahi, Naser Hashemi, Vahid Mobaseri

Sinopse: Este é mais um longa que o diretor iraniano conduziu na clandestinidade, driblando a ordem que o impedia de trabalhar e circular pelo seu país depois que afrontou os líderes políticos e religiosos. Interpretando a si mesmo, o cineasta aparece isolado em um vilarejo do interior e, mesmo com uma internet precária, dirige a história de um casal que tenta imigrar ilegalmente para a Europa. Ao mesmo tempo, ele se vê em meio a uma discussão da comunidade sobre um casamento arranjado entre dois jovens. Com este filme, Panahi conquistou o prêmio especial do júri no Festival de Veneza de 2022.

Sobre o Filme: Jafar Panahi já era um dos diretores mais conhecidos do Irã, pois basta vermos a sua genialidade em filmes como "O Espelho" (1997) para termos uma vaga ideia do que eu estou falando. Porém, ao se tornar um opositor do governo de lá ele acabou sendo preso em regime domiciliar, condenado a vinte anos em não trabalhar mais no ramo do cinema e chocando a comunidade cinéfila de todo mundo na época. Contudo, isso não o impediu de realizar filmes que sintetizem a sua situação como em "Isto não é um filme"(2011) e "Taxi do Teerã" (2015). Mas se em "3 Faces" (2018) ele prova que as correntes não o prendiam em "Sem Ursos" (2022) ele faz uma crítica acida sobre os limites impostos contra ele e de forma surpreendente.

Na trama, somos introduzidos a duas histórias de amor distintas, mas contadas paralelamente. Em ambos os casos, acompanhamos a frustração dos parceiros, causada por diversos obstáculos ocultos e, por vezes, até mesmo inevitáveis.  A narrativa ainda apresenta a força das crenças supersticiosas e as mecânicas de poder em um relacionamento. O longa-metragem foi exibido internacionalmente nos Festivais de Veneza e Toronto.

Confira a minha crítica completa clicando aqui e participe desta sessão do Clube de Cinema de Porto Alegre.

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quarta-feira, 31 de maio de 2023

Cine Dica: Streaming: 'Glass Onion: A Knives Out Mystery'

Sinopse: O ricaço Miles Bron convida seus amigos excêntricos para sua ilha para jogar um jogo de detetive. Mas um assassinato real é cometido e as coisas saem do controle. Todos são suspeitos e a morte pode vir de onde se menos imagina. 

"Entre Facas e Segredos" (2019) foi sem sombra de dúvida uma das maiores surpresas do cinema recente, ao possuir um grande elenco, humor ácido e cujo o tema investigativo bebia muito do universo literário de Agatha Christie. Não é de se admirar, portanto, que haveria em breve uma eventual sequência e que nos colocaria em um novo cenário de crime um mirabolante. Pois bem, embora não possua o mesmo frescor do filme original, "Glass Onion: A Knives Out Mystery" (2022) mantém o pique graças ao seu carismático elenco e por possuir uma alta carga de humor sombrio com relação aos tempos em que vivemos. 

Blanc (Daniel Craig) retorna à ativa, agora para desvendar outro caso, tão peculiar quanto. Nesta nova aventura, Benoit se encontra em uma luxuosa propriedade privada em uma ilha grega, mas como e por que ele chega lá é apenas o primeiro de muitos quebra-cabeças, e o fato peculiar de que ele foi convidado também. Blanc logo conhece um grupo de amigos reunidos a convite do bilionário Miles Bron para sua reunião anual. Como em todos os melhores mistérios de assassinato, cada personagem guarda seus próprios segredos, mentiras e motivações. Quando alguém aparece morto, todos são suspeitos. 

Quando o primeiro filme havia sido lançado o mundo ainda não estava diante da sombra da pandemia que assolaria o planeta. Portanto, é curioso ver os personagens usando máscaras nos primeiros minutos, sendo que cada se comporta de uma forma diferente com relação a isso e revelando a sua pessoa como um todo. Diante disso, vemos alguns fatos curiosos, como a própria burguesia não dando a mínima com relação ao que está acontecendo no mundo, desde que não perca nenhum centavo com relação a esse cenário. O filme, aliás, é uma crítica ácida com relação a essa elite que move as engrenagens do sistema mundial, pois eles têm tudo em suas mãos, mas acabam se tornando tão medíocres em suas vidas alienadas que chegam até mesmo dar pena.  

Portanto, é de surpreender como um bando de pessoas sem nenhum escrúpulo chegam ao poder de forma tão fácil, mas que logicamente passaram por cima de muitos e é exatamente que o longa nos revela aos poucos. Claro que, logicamente, aguardamos para o eventual crime que irá desencadear uma cadeia investigativa e revelando aos poucos as motivações de cada um dos personagens centrais. Até lá, o filme chega um ponto de ser uma grande comédia, principalmente pela interpretação propositalmente caricata de alguns atores, como no caso, por exemplo, de Edward Norton que nós sentimos a todo momento que está se divertindo muito em cena e sendo algo que não se via desde a sua divertida atuação em "Birdman" (2015). 

Daniel Craig novamente nos brinda com uma atuação digna de nota, principalmente pelo fato de estar mais a vontade do que nunca ao interpretar o detetive Blanc e provando que pode sim ter uma carreira versátil e sem viver da sombra de James Bond. É bom também rever atriz Kate Hudson em uma ótima atuação e sendo algo que não se via desde a sua consagração no ótimo "Quase Famosos" (2000). É um filme em que os atores se sentem livres em colocar na mesa o seu potencial com relação a sua veia cômica e cujo o humor se difere do que se encontra hoje em dia nos filmes da Marvel e, por conta disso, não é à toa que ao vermos Dave Bautista em cena constatamos que ele se sente livre e longe das amarras impostas por Kevin Feige daquele estúdio.  

Polêmicas à parte, o filme possui uma dinâmica contagiante, principalmente por possuir uma edição que flui de forma suave e ao mesmo tempo que faz com que a gente não sinta o tempo passar. Sendo um filme investigativo pode-se esperar por várias camadas dessa cebola ao serem descartadas, muito embora uma ou outra revelação não surpreenda e nos passando a sensação que a fórmula de contar esse tipo de história inspirado no universo literário de Agatha Christie já esteja um tanto que batida. Porém, o ato final nos surpreende com relação ao fato que a própria elite esteja se condenando ao se afogar em seu próprio poder e não se dando conta o quanto foram tão estúpidos ao chegarem esse ponto de se encontrarem tão ordinários em seus próprios vícios.  

Com uma curiosa participação da pintura Mona Lisa em cena, "Glass Onion: A Knives Out Mystery" se sustenta graças ao seu grande elenco afiado e com o seu humor corrosivo e que não perdoa ninguém independente de seu status. 

Onde Assistir: Netflix. 

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terça-feira, 30 de maio de 2023

Cine Dica: Streaming - 'Air: A História Por Trás do Logo'

Sinopse: Baseado na incrível história real do chefe da marca esportiva e de calçados Nike, Sonny Vaccaro (Matt Damon), e do fundador da Nike, Phil Knight (Ben Affleck). Ambos estão tentando tornar a marca uma das mais famosas do mundo, e escrever seus nomes na história. 

Ben Affleck se esforça ao máximo dentro do cinemão norte americano, ao ponto de ter conhecido tanto o céu como inferno ao longo de sua carreira como ator, roteirista e diretor de cinema. Se por um lado ele conheceu como é o sistema implacável dos filmes blockbuster como no caso, por exemplo, do universo DC para as telonas, ao menos ele parece obter certa estabilidade em filmes menores, principalmente quando o próprio dirige. "Air: A História Por Trás do Logo" (2023) é um desses casos em que tudo funciona através de suas mãos e nos brindando com um filme cheio de otimismo e sendo muito bem-vindo.

Dirigido pelo mesmo, o filme é baseado em fatos verídicos sobre o chefe da marca esportiva e de calçados Nike, Sonny Vaccaro (Matt Damon), e do fundador da Nike, Phil Knight (Ben Affleck). Ambos estão tentando tornar a marca uma das mais famosas do mundo, e escrever seus nomes na história. A dupla então tenta fazer com que a lenda do basquete Michael Jordan endosse seus produtos, ainda na década de 1980. O filme acompanha os esforços incansáveis dos dois membros da Nike para alcançar seus sonhos. E o que era só uma aposta, revolucionou o mundo dos esportes e da cultura contemporânea.

Ao retratar os anos oitenta Ben Affleck aproveita em sua abertura uma forma nos localizarmos, ao colocar propagandas, fatos e grandes eventos que moldaram basicamente o ano de 1984. Uma vez a gente sendo inserido neste ano logo a gente sente aquela boa e velha sensação de nostalgia daqueles tempos, mas isso fica somente no princípio, pois há uma corrida contra o tempo. Aos poucos vamos conhecendo como é o jogo das competições das grandes empresas de calçados e através da trama ficamos até mesmo surpresos que a Nike era uma empresa tão pequena, mas que logo se tornou poderosa graças a ousadia de Sonny Vaccaro.

Ao ver o enorme potencial de Michael Jordan ele arrisca tudo, ao ponto de até mesmo desafiar os seus patrões, pois vê naquele momento uma forma de recomeçar ou encerrar a sua carreira. Como é bom ver Matt Damon aceitar a sua idade atual e interpretar um homem que aceita as suas limitações físicas, porém, colocando em prática a sua genialidade em ao cenário onde trabalha. E embora não estando muito tempo em cena Ben Affleck cumpre com louvor o seu desempenho e é sempre bom ver ele e Damon juntos, já que eles começaram jovens trabalhando como roteiristas e ganhando a sua primeira estatueta por "Gênio Indomável" (1997).

Voltando ao filme, há uma grande corrida em tentar obter uma conversa com Michael Jordan, ao ponto que nos dá a sensação de que eles estão em busca do Santo Graal. Até lá, Ben Affleck constrói um filme dinâmico, onde tudo acontece ao mesmo tempo, mas fazendo com que a gente jamais perca o fio da meada e ao mesmo tempo a gente obtém uma noção de como é essa briga de grandes empresas.  Mas quando obtêm a grande chance de conversarem com o homem é que ocorre um fato bem curioso na forma de apresentá-lo.

Michael Jordan foi um dos maiores jogadores de basquete da história e a meu ver o diretor opta em apresentá-lo como se fosse uma espécie de predestinado no mundo do esporte, ao ponto que a sua importância é tão grande que não vemos o seu rosto mesmo estando presente em cena. Ao invés disso, está do seu lado a sua mãe, interpretada com intensidade pela atriz Viola Davis e nos dando a entender que ela foi a grande responsável pelo caminho em que o jogador viria a trilhar. Portanto, há um verdadeiro embate verbal entre a mãe e Sonny e rendendo momentos que nos faz a gente se perguntar como se encerrará esse dilema entre ambas as partes sobre o futuro do jogador.

O encontro, aliás, é um dos melhores momentos do filme, onde o personagem de Matt Damon faz um incrível discurso para o jogador e Ben Affleck joga na tela cenas reais sobre o mesmo, com relação ao que iria acontecer em seu futuro e fazendo com que esse momento obtenha um grande peso. Uma vez concluído o feito o filme nos direciona para os destinos  de cada um dos personagens da trama e sobre os seus feitos alcançados em vida. É aquele típico final baseado em fatos verídicos, do qual é bem previsível, mas que não enfraquece o resultado final da obra como um todo.

"Air: A História Por Trás do Logo" é um pequeno, porém, grande filme de Ben Affleck na direção, ao retratar o ponta pé inicial de uma grande empresa de calçados e que deu início ao surgimento de um dos maiores jogadores de basquete de todos os tempos. 


Onde Assistir: Prime Vídeo.  

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Cine Curiosidade: "Um Tempo pra Mim" será exibido na Mostra Ecofalante, em São Paulo, e no Festival Guarnicê, no Maranhão.

 Opará Cultural e Galo de Briga filmes apresentam Um Tempo pra Mim

- Com direção de Paola Mallmann, filme foi rodado inteiramente em guarani numa comunidade indígena de São Miguel das Missões.

- Curta-metragem será exibido na Mostra Ecofalante de Cinema, em São Paulo, no Festival Guarnicê de Cinema, em São Luís do Maranhão, e também irá ao ar no Canal Brasil.

Um Tempo pra Mim vai ser um dos destaques da Mostra Ecofalante de Cinema, o mais importante evento audiovisual dedicado a temas socioambientais e que será realizado de 31 de maio a 14 de junho na capital paulista. Com direção de Paola Mallmann, o curta-metragem chama atenção pelo ineditismo. Foi rodado inteiramente em guarani e com não-atores indígenas da comunidade Tekoa Koenju de São Miguel das Missões, no noroeste do Rio Grande do Sul. As exibições serão nos dias 2 de junho, às 16h30min na sala 4 do Espaço Itaú de Cinema Augusta, e em 8 de junho, às 17h na Sala Lima Barreto do Centro Cultural São Paulo. 

 Mesclando ficção com linguagem documental, o filme mostra a história de uma menina indígena que fica menstruada pela primeira vez durante um eclipse. Uma descoberta marcada pelos costumes e tradições das mulheres da comunidade em que vive. 

   — A ideia original do curta começou a ser concebida após eu participar de um seminário sobre educação menstrual com a colombiana Carolina Ramirez, que trabalha a perspectiva de ampliar a conscientização da importância da dignidade menstrual na vida das meninas e mulheres de diferentes nações com o propósito de desmistificar tabus e por uma perspectiva emancipatória. O potencial de conexão e relevância do tema, alinhada com os estudos sobre as culturas indígenas e com a aproximação já anterior com comunidades guarani, me despertou a vontade de conhecer melhor esta realidade, pesquisando e ouvindo a partir da troca com mulheres indígenas sobre esse momento da vida que é tão marcante e diverso — explica Paola Mallmann. 

A produção conquistou o Kikito de melhor trilha musical na categoria de curtas-metragens brasileiros na última edição do Festival de Gramado. Venceu ainda o prêmio de melhor direção no 16º Curta Taquary, em Pernambuco. Com 21 minutos de duração e assinado pela Opará Cultural e Galo de Briga Filmes, o título foi realizado pelo edital Audiovisual Entre Fronteiras promovido pelo IECINE - Instituto Estadual de Cinema do RS. 

Com produção executiva de Beto Rodrigues, Um Tempo pra Mim também será projetado em 14 de junho no Festival Guarnicê de Cinema em São Luís do Maranhão. O curta-metragem irá ao ar ainda no Canal Brasil no dia 5 de junho, às 13h, no programa Maratona Curta na Tela, e será reprisado em 11 de junho, às 7h.

Atualmente, Paola Mallmann está finalizando o seu primeiro longa-metragem Kunha Karai e as Narrativas da Terra, que acompanha um cenário recente do movimento das mulheres indígenas no Brasil. A previsão de estreia é no segundo semestre de 2023. 

SINOPSE: Florência fica menstruada pela primeira vez no mesmo dia em que ocorre um eclipse da Lua. Ela é criada pela avó e segue a rotina e os costumes de sua tradição mbya guarani. Recolhida do convívio social, Florência vive uma transformação.


FICHA TÉCNICA:

Roteiro Produção e Direção: Paola Mallmann; Elenco: Juliana Almeida Timoteo, Clarice de Oliveira, Dona Elza, Patrícia Ferreira, Sebastião Mendes Gonçalves, Cipriana Ramires Almeida e Fernanda Minetto de Almeida; Produção executiva: Beto Rodrigues e Paola Mallmann; Assistentes de direção: Eduardo Cardoso, Luz Duarte (Missiones) e Carlota Araújo; Assistente de produção: Ana Luiza da Silva; Direção de Fotografia: Pam Hauber; Assistente de fotografia: Lidia Silva e Pará Reté; Direção de Arte: Ana Luiza da Silva e Paola Mallmann; Figurino e objetos: Ana Luiza da Silva; Som direto: Marcelo Armani; Montagem: Tyrell Spencer; Finalização de cor: Guillermo Rovira; Mixagem e masterização: Juan Quintans; Tradução Guarani-Português: Araci Gomes, Gerson Gomes e Jorge Morinico; Direção da musical: Tyrell Spencer e Paola Mallmann; Assessoria de produção musical: Ana Paola Oliveira; Músicas: "Nhanderekoa Kaaguy Porã" do Coral Ara'i Ovy e Conjunto Musical La Digna Rabia; "Música para um Tempo Grego" do UAKTI; Produção: Opará Cultural; Co-produção: Galo de Briga Filmes; Realizado através do edital Audiovisual Entre Fronteiras (IECINE/SEDAC RS).

Assessor de Imprensa:

Léo Sant´Anna

(21) 97613.4462 ou (21) 3988.0561

leosantanna@hotmail.com

segunda-feira, 29 de maio de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'Olhe Pra Elas'

Sinopse: O retrato de várias mulheres com vidas diferentes, mas tendo em comum o fato de estarem aprisionadas e sendo uma representação das mais de 40 mil mulheres brasileiras. 

O documentário "Central" (2016) chamou atenção do Brasil todo pelo fato dos realizadores simplesmente adentrarem ao inferno na terra, pois as condições do Presídio Central de Porto Alegre visto na tela eram precárias e dando abertura para o tráfico de drogas. Porém, o que foi visto lá pode até mesmo ser a superfície, pois há também a questão de preconceito, do qual o mesmo se torna cada vez ainda mais explicito quando o assunto são mulheres presas. "Olhe Pra Elas" é um retrato cru das presidiárias gaúchas, mas que sintetiza o quadro desesperador que se alastra por todo o Brasil.

Dirigido por Tatiana Sager, a mesma realizadora do já citado "Central", o documentário nos convida para acompanharmos a vida de Adelaide, Tatiane, Catia, Naiane e Roselaine, sendo que todas tem algo em comum: o fato de serem mães e viverem longe dos filhos, além da condição de estarem aprisionadas. Cada uma dessas histórias de vida, mesmo com suas particularidades, representa uma questão de gênero e a realidade de mais de 40 mil mulheres brasileiras. Através dos relatos das protagonistas, é possível observar as graves consequências das omissões do Estado em relação ao encarceramento feminino, como carência de material de higiene pessoal, deficiências nos atendimentos de assistência social, psicológico e psiquiátrico e a falta de informações sobre os filhos que ficaram do lado de fora.

Diferente de "Central" Tataiana Sager decide visitar diversos presídios do estado, onde cada um possui condições precárias explicitadas e fazendo a gente se perguntar como as detentas sobrevivem em um cenário desolador e nenhum pouco acolhedor. A realizadora opta em deixar as detentas serem elas mesmas na frente da câmera e com isso obtêm a chance de conhecermos as vidas de cada uma de forma nua e crua. Desde mulheres que conviveram com o tráfico desde jovem, como também molestadas pelos próprios pais ou de alguém da família, nós sentimos o peso de suas histórias não somente pelas suas palavras, como também pelas suas cicatrizes físicas e emocionais que são vistas na tela. Cada uma, por exemplo, possui um olhar complexo, do qual representa todo o horror que veio a testemunhar ao longo de sua vida e que nenhuma palavra consegue representá-la.

Além disso, Sager dá espaço aos especialistas sobre as motivações que levaram essas mulheres em escolherem caminhos duvidosos, mas que não possuíam outro caminho.  O preconceito contra a mulher, por exemplo, são um dos motivos, pois em alguns casos o marido é o grande responsável, mas pelo fato delas serem mulheres acabam pagando um alto preço. Por conta disso, nos damos conta que o estado democrático, por vezes, não passa de uma grande ilusão para essas mulheres, sendo que os fardos que ela carrega mais parecem que foram elaborados por um estado patriarcado.

O documentário em si é uma espécie de grande denúncia contra o sistema que permite que milhares de mulheres fiquem presas nas mais terríveis condições e colocando elas em um cenário para serem esquecidas ao longo do tempo. Porém, elas existem, falam e sentem a dor a cada minuto, seja pelo fato delas não desejarem aquela vida miserável, como também pelo fato de nem sequer conseguirem obter o direito de verem os seus filhos. O inferno, portanto, não se encontra embaixo, como muitos crentes acreditam, mas sim ao lado de nós e que, infelizmente, não fazemos nada a respeito.

"Olhe Pra Elas" é um documentário que nos dá uma chance de testemunharmos uma realidade nua e crua sobre diversas mulheres e das quais merecem uma segunda chance para obter um recomeço na vida.

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