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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 15 de outubro de 2019

Cine Dica: Curso Twilight Zone - Inscrições abertas

Inscrições abertas
Valor promocional para os primeiros inscritos



 
Apresentação
 
Além da Imaginação (ou The Twilight Zone no idioma original) foi uma série de TV criada, roteirizada - em boa parte - e produzida por Rod Serling. Sua estreia aconteceu no ano de 1959, pelo canal CBS, e teve a duração de cinco temporadas. Seu diferencial foi a união de roteiros precisos e extremamente criativos, que envolviam questões políticas, sociais, humanitárias e debates sobre a racionalidade humana e suas fragilidades.

A ficção-científica foi a base para a constituição da série, abordando a ruptura dos modos convencionais de estruturação da sociedade na época e o pessimismo pós-guerra. Esta característica não ficou intrínseca ao cenário apresentado durante os capítulos, mas serviu como um estudo de metalinguagem dos desdobramentos de premissas vigentes sobre roteiros, estruturas lineares de narrativa, fotografia em séries e absorção intermidiática de valores de signos culturais.


 
Objetivos
 
O curso The Twilight Zone: A TV Além da Imaginação, ministrado por Christian Farias, objetiva ressaltar e analisar todos os elementos e signos culturais que fizeram com que a clássica série de TV surgisse, além de buscar o entendimento do momento propício em que unidades transmídias agrupadas resultaram em uma das mais representativas séries de TV de todos os tempos.
 
 
Curso
THE TWILIGHT ZONE: A TV ALÉM DA IMAGINAÇÃO
de Christian Farias

Datas
19 e 20 de Outubro (sábado e domingo)

Horário
14h às 17h

Local
Cinemateca Capitólio Petrobras / Sala Décio Andriotti
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - 3º andar - Centro Histórico - Porto Alegre - RS)


Investimento
- Pagamento p/ Cartão de crédito: R$ 95,00
- Pagamento p/ Depósito: R$ 90,00
***
Promoção: R$ 80,00
(Valor para as primeiras 10 inscrições c/ pagamento por depósito)


Informações
cineum@cineum.com.br  /  Fone: (51) 99320-2714

Inscrições
www.cinemacineum.blogspot.com.br
 

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: 'Chicuarotes' - Estamos Perdidos

Sinopse: Cagalera e Moloteco são dois amigos adolescentes que vivem na Cidade do México. Insatisfeitos com a difícil situação financeira que enfrentam, decidem tomar medidas drásticas e acabam se envolvendo com o mundo do crime. 

O cinema autoral cada vez mais nos diz que vivemos tempos indefinidos, onde o capitalismo atual vive nos devorando, enquanto os ricos e políticos corruptos nos colocam cada vez mais na marginalidade e com poucos recursos. No recente "Coringa", por exemplo, vemos o homem comum sendo moldado por uma sociedade caindo em desgraça e se transformando no que os poderosos mais odeiam e tentam riscar da fase da terra. "Chicuarotes" segue uma premissa semelhante, onde dois jovens não enxergam nenhuma solução, a não ser cair na marginalização.
Em seu segundo trabalho como diretor, Gael García Bernal constrói uma história sobre dois jovens, Cagalera (Benny Emmanuel) e Moloteco (Gabriel Carbajal), que vivem em San Gregorio, bairro periférico da Cidade do México. Insatisfeitos com sua difícil situação financeira e status social, eles acabam se envolvendo com o mundo do crime ao executar pequenos delitos, na esperança de uma nova vida em outro lugar. Além das consequências de seus atos, os jovens precisam lidar com a falta de perspectiva na região e parentes abusivos que tornam a convivência no lar ainda mais problemática.

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Embora ainda com pouca experiência na direção, Gael García Bernal consegue obter a nossa atenção do princípio ao fim. Os primeiros minutos, por exemplo, sintetizam o que veremos mais adiante, onde vemos os dois protagonistas tentando trabalhar honestamente, mas saindo dos trilhos a partir do momento em que a sociedade os ignora. Uma ficção, mas não muito diferente do nosso mundo real.
Aliás, a Periferia que serve de cenário para a história, não é muito diferente de muitas de nossa realidade, onde a população é ignorada pelo governo e sendo obrigadas a criarem a lei do mais forte dentro daquele mundo isolado.  O resultado é quase uma terra sem lei em pleno século vinte um, onde alguém que tem uma arma pode muito bem ditar as suas próprias regras. Obviamente, é nesse tipo de cenário que se torna fácil os protagonistas caírem no obvio, mas não deixando de sofrer determinadas consequências de acordo com os seus atos.
Tecnicamente o filme caminha de acordo com a direção em que os dois personagens irão trilhar. Se por um lado a direção de arte retrata a falta de recursos daquele lugar, a sua fotografia, por sua vez, nos passa certa esperança com as cores quentes e que saltam da tela.  Porém, na medida em que os personagens centrais se encaminham para um determinado destino, as cores quentes dão lugar a um tom sombrio e nenhum pouco acolhedor.
Acima de tudo, são personagens que arriscam tudo para conseguir algum lucro e ter a chance de sair daquele cenário. Porém, o ato final serve mais para nos dizer que, quanto mais eles tentam, mais aquela realidade nua e crua os puxa de volta, pois já pertencem aquele lugar há muito tempo. Não há uma escapatória, a não ser aceitar com o que tem e lutar em continuar vivendo mais um dia.
Com alguns plano-sequência que se alinham com a tensão que a trama vai nos proporcionando, "Chicuarotes" é um filme nem um pouco acolhedor, pois ele simplesmente nos entrega o nosso mundo de hoje e sem nenhum glamour. 

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NOTA: Filme exibido para associados e não associados do Clube de Cinema de Porto Alegre no último sábado (05/10/19) na sala Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana.


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Cine Dica: Mostra Cine(R)esistência na Sala Redenção

Pantera Negra 

Na próxima semana, a Sala Redenção abre as portas para mais uma edição da Mostra Cine(R)existência, numa ação conjunta com o grupo de pesquisa Corporalidades e com o SESC/RS. A programação engloba sete filmes que compartilham, apesar das suas singularidades, um objetivo em comum: afirmar múltiplos modos de existir. Retratando as lutas e heterogeneidades, em particular, os movimentos feministas, negros, estudantis e transformistas ganham espaço nas telas do Cinema para evidenciar suas (r)existências. Da mesma forma, a realidade de transexuais, travestis e pessoas com deficiência dividem a temática da exibição com as críticas às práticas e teorias da psiquiatria tradicional. Com a diversidade e a urgência destas questões, o Cinema Universitário convida todos para um exercício de alteridade, entre os dias 14 e 18 de outubro. Confira a programação no final!
Vencedor do Prêmio do Público de Melhor Filme Nacional no 28º Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro, Um Corpo Feminino (2018) traz, apesar da sua complexidade, uma questão simples: o que é ser mulher? A produção, dirigida pela jornalista Thais Fernandes, navega numa imensidão de pontos de vista, vindos de mulheres de diferentes classes e contextos sociais, que repousam na conformidade de não haver resposta certa para essa pergunta. Na tentativa de problematizar o olhar da sociedade para o corpo feminino, o qual por séculos foi visto através de concepções masculinas, a cineasta projeta, pelas lentes de mulheres adultas, idosas, adolescentes, trans e travestis, essa situação de imutabilidade. No dia 15 de outubro, às 19h, o documentário participante da Mostra Cine(R)esistência propõe ressignificar a noção individual, mas ao mesmo tempo tão coletiva, de ser mulher. 
O Cinema Universitário recebe na mesma exibição o média-metragem Lorna Washington: sobrevivendo a supostas perdas (2016) para contar o brilhantismo das performances da drag Lorna Washington, nos palcos das boates gays do Rio de Janeiro. Por trás da maquiagem e do figurino, habita também uma personalidade determinada e forte, retratada com minuciosidade no documentário dirigido por Rian Córdova e Leonardo Menezes. Após a projeção, no dia 18 de outubro, a drag Cassie Borderline dá vida ao tema transformista, em uma performance especial, às 19h.
Além da mostra, a programação semanal dá continuidade ao projeto Cinemas em Rede, uma iniciativa da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) em parceria com o Governo Federal. Nessa edição, às 19h do dia 17 de outubro, as discussões rodeiam a temática do documentário Eleições (2019), um filme de Alice Riff. Na sequência da sessão, haverá um debate com a diretora da obra, por vídeo-conferência.
Já no sábado, 19/10, o projeto História no Cinema para Vestibulandos, convida aqueles que estão se preparando para as provas do vestibular e do ENEM para estudar história para além dos livros e da sala de aula. Na data, às 14h, o filme escolhido para educar é Pantera Negra (2018), de Ryan Coogler. Após a sessão, haverá debate com integrantes do projeto e convidados.

Veja a programação completa no site oficial clicando aqui. 

domingo, 13 de outubro de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Greta' - Solidão e Redenção

Sinopse:  Enfermeiro tenta ajudar na sua melhor amiga que está mal de saúde. Ao mesmo tempo abriga um fugitivo em sua casa. Não demora muito para a situação lhe afetar profundamente.  

No clássico "Grande Hotel" (1932) Greta Garbo dispara a sua frase que ficaria eternizado dentro da história do cinema, "hoje eu quero ficar sozinha". A frase sintetizaria a própria Garbo como pessoa no mundo real, já que o sucesso não lhe trouxe exatamente a felicidade que queria e abandonando até mesmo cedo o próprio cinema. "Greta", não só presta homenagem a inesquecível atriz, como também nos diz que nem todos querem ficar sozinhos, mesmo quando o mundo atual lhe força do contrário.
Dirigido pelo estreante  Armando Praça, e livremente inspirado na peça  ‘Greta Garbo, Quem Diria, Acabou no Irajá’, do dramaturgo Fernando Melo, o filme conta a história de Pedro (Marco Nanini), um enfermeiro de setenta anos que trabalha em um hospital público de Fortaleza e que sua melhor amiga Daniela (Denise Weinberg), artista transexual está enfrentando graves problemas de saúde. Quando ela precisa ser internada, mas não encontra leito disponível, Pedro sequestra um paciente recém-chegado, Jean (Démick Lopes), e o abriga em sua casa. Inicialmente, o enfermeiro tem medo do rapaz agressivo, que se esconde da polícia por ter assassinado um homem a facadas, mas dali nasce entre eles uma relação de afeto.

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Assim como outros filmes brasileiros recentes, como no caso do ótimo "Inferninho", o filme de Armando Praça fala dos excluídos da sociedade atual brasileira, onde tentam sobreviver com o que tem e mantendo os sonhos que lhe fazem continuarem vivendo. Os minutos iniciais, aliás, fala um pouco sobre o descaso dos hospitais atuais do Brasil, mesmo quando isso não é o foco principal. Porém, isso acaba sendo perceptível devido a maneira em que são apresentados os personagens principais da trama e que recorrer ajuda a esses lugares é o mesmo do que nada.
Nesse cenário desolador, ao menos, os personagens tentam se manter firmes para se ajudarem uns aos outros, mesmo quando os seus instintos lhe dizem ao contrário. A personagem Daniela, por exemplo, não vê mais nenhuma razão em procurar ajuda, mesmo quando o protagonista Pedro tenta faze-la mudar de ideia. É nesse momento que testemunhamos uma grande atuação de Denise Weinberg, cuja a sua personagem nos faz saltar uma gargalhada graças ao seu humor sarcástico em meio aos momentos dramáticos.
Tecnicamente, Armando Praça cria cenários onde os protagonistas se encontram fechados em seus mundos, pois do outro lado da porta eles não conseguem mais enxergar nenhum conforto. É nesses cenários, por exemplo, em que a fotografia escura sintetiza o estado de espirito dos personagens, onde eles buscam prazer através do sexo a todo momento, mesmo quando esses momentos durem tão pouco tempo. Nesse último caso, Pedro representa muito bem essas pessoas a margem da sociedade, onde busca um prazer até mesmo em palavras que o faz desejar ser Greta Garbo, mas que, diferente da famosa frase da atriz, não deseja no fundo ficar sozinho.
Do segundo ato em diante, o filme explora a duvidosa relação entre Pedro e Jean (Démick Lopes), mas cuja a situação se torna verossímil a partir do momento em que ambos decidem, mesmo que por alguns momentos, deixarem as desconfianças de lado. É nesses momentos que Marco Nanini nos brinda no que talvez seja o seu melhor papel de sua carreira e cuja a sua faceta de comediante, tão conhecida entre o povo brasileiro, aqui fique bem distante. Seu personagem Pedro é uma pessoa que transita com a consciência sobre o mundo real em que vive, mas que também não abandona os seus sonhos impossíveis e desejando ser feliz da maneira como ele quer.
Em seu ato final, Armando Praça coloca os seus personagens principais em situações em que serão obrigados a ter que escolherem um caminho que precisarão trilhar. Em tempos atuais, em que há um Brasil que dá cada vez menos recursos para os poucos afortunados, o filme vem para nos dizer que os excluídos não serão silenciados, mas sim continuarão vivendo e mantendo o que verdadeiramente são por inteiro. "Greta" é sobre o mundo atual cheio de solidão, mas cujo os seus protagonistas optam em lutar por eles mesmos e por aqueles que estendem a mão.     


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Em cartaz: R. Gen. Câmara, 424 - Centro Histórico, Porto Alegre. Horário: 19horas. 

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sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: 'Domingo' - Era Uma Vez Uma Senzala

Sinopse: Múltiplos pontos de vista de uma família burguesa do interior gaúcho no dia 1º de janeiro de 2003, quando o Brasil vivia a histórica posse do presidente Luís Inácio Lula da Silva. Durante uma festa extravagante, muitas verdades estão prestes a vir à tona e o mal-estar entre os convidados fica evidente. 

Antes do lançamento "A Que Horas Ela Volta?" (2015), da diretora Anna Muylaert e do qual escancarou a realidade entre patrões e empregados do Brasil, o cineasta Fellipe Barbosa havia lançado um ano antes o seu filme "Casa Grande" (2014) e do qual tratou dos mesmos assuntos que haviam sido vistos no popular filme estrelado por Regina Casé. Em ambos os casos, são filmes que mostram o atrito entre as classes, onde a classe média burguesa brasileira venera pela posse enquanto a classe baixa busca pelo sonho da liberdade. Em "Domingo", Felipe Barbosa novamente enfia a mão no vespeiro, mas com humor ácido e crítico.
A trama se passa no início de 2003, onde uma família burguesa gaúcha se reúne em torno de seu maior patrimônio, que é um casarão decadente e com as paredes corridas pelo tempo de sua história. O imóvel sustenta o status pela proximidade do lago, pela quadra de tênis e pelo jogo de jantar chique. Há também os caseiros e as criadas na cozinha e das quais são chamadas aos gritos. A família percebe uma onda de mudanças, pois Lula acaba de ser eleito presidente, a situação financeira da matriarca Laura (Ítala Nandi) está em situação de se esfarelar, mas não aceita a realidade que acontece em seu presente.

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Em um único cenário, onde todos os eventos da trama se passam no casarão, Fellipe Barbosa cria um mosaico sobre um Brasil em transição naqueles tempos, onde se havia uma paranoia entre as elites que achavam que perderiam tudo, mas também uma comemoração entre os mais pobres que sonhavam pelas farturas que viriam. Com uma fotografia de cores quentes no primeiro ato, os protagonistas da trama tentam manter as aparências, como se tudo estivesse em um mar de rosas, mas logo dando lugar aos atritos e opiniões que geram determinadas discussões aos poucos. O filme vai se encaminhando a quase uma sensação claustrofóbica, como se a qualquer momento alguns daqueles personagens estivesse prestes a fazer uma coisa errada a partir do momento que começam a extravasarem os seus sentimentos.
Fellipe Barbosa procura explorar o lado vazio de uma elite que se acha dona da verdade, quando na realidade mal sabem o que eles realmente querem. Curiosamente, o lado socialista tem a sua vez dentro da trama através da nova geração que nasceu dentro dessa elite escravocrata, mas que não sabem ao certo o que virá para eles futuramente. Temos então os velhos costumes sendo extintos em cena, enquanto uma nova geração ainda não sabe ao certo o que virá nos próximos anos.
Embora retrate outros tempos, os assuntos vistos na tela perduram no nosso Brasil até hoje e fazendo das promessas do até então eleito Presidente Lula, que todos nós ouvimos em sua pose, se tornarem novamente um sonho distante. Entre promessas e sonhos, vemos então uma família em ebulição, onde não sabem ao certo aonde irão chegar nesse até então novo Brasil. Ao menos, o ato final reserva momentos simbólicos, principalmente quando vemos serviçais dando um passo à frente e abraçando a ideia de um futuro mais livre.
"Domingo" é sobre fins e começos de um ponto histórico da história do Brasil, mas que mal sabíamos que voltaríamos ao ponto zero da questão. 


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NOTA: "Domingo", de Fellipe Barbosa e Clara Linhart, terá sessão pelo Clube de Cinema, sábado, 12/10/2019 às 10:15 da manhã, na Sala Paulo Amorim da Casa de Cultura Mario Quintana.

Meia entrada geral: R$ 7,00.
Associados do Clube de Cinema não pagam.


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Cine Dicas: Estreias Do Final De Semana (11/10/19)

Greta

Aguardem a minha crítica do filme. Saibam mais sobre Greta e horários de exibição no Cinebancários clicando aqui.

A Noite Amarela

Sinopse: Desejando comemorar o fim do ensino médio, Karina viaja com seus amigos até uma casa de praia situada numa pequena ilha na costa do nordeste brasileiro. 

A Princesa de Elymia 

Sinopse: Zoé é uma garota de dez anos que mora em uma favela. Sua vida muda completamente quando encontra um portal, no Rio de Janeiro, que a leva a um mundo mágico. 

Amor Assombrado  

Sinopse: Ana Clara é uma famosa escritora que vive em conflito com seus próprios contos, uma vez que eles se misturam com sua vida real desde a adolescência.

Em Guerra 

Sinopse: Determinado conglomerado alemão decide fechar uma de suas fábricas no interior da França, com isso desempregando 1100 funcionários, desprezando um acordo assinado dois anos antes.
Eu Sinto Muito 

Sinopse: Um cineasta está produzindo um documentário sobre transtornos de personalidade borderline. Para isso, acompanha três pessoas que apresentam alguma crise e/ou instabilidade emocional.

Frans Krajcberg - Manifesto 

Sinopse: Frans Krajcberg se prepara para expor suas obras e receber a grande homenagem da 32ª Bienal de Arte de São Paulo, enquanto desvela suas memórias e reflexões.

Jessica Forever 

Sinopse: Um grupo de jovens guerreiros hiper-masculinos socorre um rapaz que ficou inconsciente após um acidente. Eles o levam para casa, onde Jessica, uma espécie de Joana d'Arc futurística, fornece carinho e proteção para a trupe.

Luna 

Sinopse: Luana e Emília se conhecem no primeiro dia de aula do último ano da escola e uma amizade floresce rapidamente. A relação intensa, divertida e explosiva entre as duas é interrompida quando uma foto de Luana é vazada nas redes sociais. 

Morto Não Fala

Sinopse: Plantonista de um necrotério, Stênio possui um dom paranormal de se comunicar com os mortos. Trabalhando a noite, ele já está acostumado a ouvir relatos do além.

Projeto Gemini 

Sinopse: O melhor assassino do mundo está ficando velho e menos confiável. Por isso, seus chefes decidem criar um clone mais novo e mais forte dele próprio, que terá como primeira tarefa justamente exterminá-lo. 


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quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'O Pintassilgo' - Literatura vs linguagem Cinematográfica

Sinopse: Theodore Decker (Ansel Elgort) sobreviveu a um atentato terrorista em uma galeria de arte, mas perdeu sua mãe no local. Vivendo em Las Vegas, ele acaba ingressando em uma carreira perigosa e à margem da lei: a falsificação de obras.

A versão cinematográfica de Robert Langdon do livro "O Código Da Vinci" (2006) é um exemplo sobre tudo que não se pode fazer em uma adaptação literária para o cinema. Ao ser extremamente fiel a sua fonte original, o filme perdia a sua identidade própria como cinema e fazendo com que a maioria dos interpretes vistos na tela tivessem as piores atuações de suas carreiras. Felizmente, "O Pintassilgo" não sofre exatamente desse mal, muito embora sofra um pouco com outros percalços e que poderiam ter sido evitados.
Dirigido por John Crowley, do filme "Brooklin" (2015) e baseado na obra de Donna Tartt, a história é sobre o jovem Theo Decker, traumatizado desde criança devido à morte da mãe em um atentado terrorista no Metropolitan Museum of Art, em Nova York. Devido a isso, Theo teve sua vida transformada para sempre, não apenas pela perda da mãe, mas também pelas portas abertas para um mundo até então desconhecido. Através de um anel de família entregue por um desconhecido que ele chega a Hobie (Jeffrey Wright), um vendedor de antiguidades que assume o posto de tutor de Pippa (Aimee Laurence), outra sobrevivente. Além disto, Theo é temporariamente abrigado pela família da senhora Barbour (Nicole Kidman) e posteriormente tendo uma forte amizade com o seu amigo rico chamado Boris.

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O início já nos chama atenção, mas isso graças a uma cena reveladora de um possível assassinato e do já citado atentado que mudou a vida do protagonista para sempre. Transitando entre o passado e o presente, acabamos conhecendo melhor a real faceta desse personagem, assim como os demais personagens secundários, mas dos quais se tornam figuras importantes na vida dele como um todo. Dentre eles, se destaca a personagem de Nicole Kidman no início do filme, mas que, infelizmente, possui pouco tempo em cena para poder ser melhor explorada.
Curiosamente, o filme é baseado em uma obra de mais de setecentas páginas, mas cuja adaptação para o cinema não foi o suficiente para dar espaço merecido para determinados personagens que são, na maioria dos casos, carismáticos. Mesmo que o protagonista seja uma figura interessante, principalmente por transitar entre a razão e a desordem, são esses personagens que surge em sua vida e que simplesmente roubam a cena. O filme ganha bastante folego, por exemplo, quando surge em cena Boris, interpretado com intensidade pelo jovem ator Finn Wolfhard, conhecido pelas franquias como "It - A Coisa" (2017) e da série "Stranger Things" (2016).
Se parecendo com alguém que saiu de um filme gótico de Tim Burton, Boris é um verdadeiro contraste de figuras que surgem no passado do protagonista. Como neste ponto da história se passa no passado, onde o visual é moldado por cores quentes vindas da fotografia que retratam a época, Boris é uma espécie de anomalia muito bem-vinda e acolhedora na vida de Theo Decker, ao invés do universo dos adultos que, por vezes, soam opressores e nenhum pouco acolhedores. É uma pena, portanto, que essas passagens do longa não durem para sempre, pois se tornam o ponto mais alto do filme.
O que talvez mais atrapalhe essa adaptação de "O Pintassilgo" para o cinema seja justamente ser fiel demais com relação ao destino de uma misteriosa pintura. Ao ser fiel as passagens do livro com relação a peça central que move os personagens centrais da história, o filme acaba perdendo a sua identidade própria em termos cinematográficos e tornando o longa, por vezes, arrastado. O que se salva nestes momentos de monotonia seja justamente o desempenho dos dois atores centrais que interpretam o protagonista em épocas distintas.
Se por um lado Ansel Elgort já havia nos surpreendido no filme "Em Ritmo de Fuga" (2017), do outro, Oakes Fegley, que interpreta a versão mais jovem do protagonista, acaba se tornando um verdadeiro achado. Em ambos os casos, eles acabam sintetizando muito bem a corda bamba em que o protagonista vai trilhando, entre os momentos de calmaria, para situações pelas quais tememos em que ele exploda. Nada mal vindo de dois interpretes que a recém estão começando a se destacarem no universo cinematográfico.
Infelizmente os realizadores foram falhos também em apressar  tudo em seu ato final da trama. Embora com duas horas e meia de duração, os roteiristas se apressaram por demais em pontos que deixam o cinéfilo, por vezes, confuso e quase prejudicando a obra como um todo. Eu digo quase, pois é graças aos seus personagens em cena que fazem o filme obter a nossa atenção, mesmo quando adaptação se perde em sua fidelidade, por vezes, desnecessária.
Por fim, "O Pintassilgo" é um exemplo de como personagens carismáticos salvam um filme da obsessão de seus realizadores pela fidelidade extrema de sua fonte. 

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