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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: 'Domingo' - Era Uma Vez Uma Senzala

Sinopse: Múltiplos pontos de vista de uma família burguesa do interior gaúcho no dia 1º de janeiro de 2003, quando o Brasil vivia a histórica posse do presidente Luís Inácio Lula da Silva. Durante uma festa extravagante, muitas verdades estão prestes a vir à tona e o mal-estar entre os convidados fica evidente. 

Antes do lançamento "A Que Horas Ela Volta?" (2015), da diretora Anna Muylaert e do qual escancarou a realidade entre patrões e empregados do Brasil, o cineasta Fellipe Barbosa havia lançado um ano antes o seu filme "Casa Grande" (2014) e do qual tratou dos mesmos assuntos que haviam sido vistos no popular filme estrelado por Regina Casé. Em ambos os casos, são filmes que mostram o atrito entre as classes, onde a classe média burguesa brasileira venera pela posse enquanto a classe baixa busca pelo sonho da liberdade. Em "Domingo", Felipe Barbosa novamente enfia a mão no vespeiro, mas com humor ácido e crítico.
A trama se passa no início de 2003, onde uma família burguesa gaúcha se reúne em torno de seu maior patrimônio, que é um casarão decadente e com as paredes corridas pelo tempo de sua história. O imóvel sustenta o status pela proximidade do lago, pela quadra de tênis e pelo jogo de jantar chique. Há também os caseiros e as criadas na cozinha e das quais são chamadas aos gritos. A família percebe uma onda de mudanças, pois Lula acaba de ser eleito presidente, a situação financeira da matriarca Laura (Ítala Nandi) está em situação de se esfarelar, mas não aceita a realidade que acontece em seu presente.

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Em um único cenário, onde todos os eventos da trama se passam no casarão, Fellipe Barbosa cria um mosaico sobre um Brasil em transição naqueles tempos, onde se havia uma paranoia entre as elites que achavam que perderiam tudo, mas também uma comemoração entre os mais pobres que sonhavam pelas farturas que viriam. Com uma fotografia de cores quentes no primeiro ato, os protagonistas da trama tentam manter as aparências, como se tudo estivesse em um mar de rosas, mas logo dando lugar aos atritos e opiniões que geram determinadas discussões aos poucos. O filme vai se encaminhando a quase uma sensação claustrofóbica, como se a qualquer momento alguns daqueles personagens estivesse prestes a fazer uma coisa errada a partir do momento que começam a extravasarem os seus sentimentos.
Fellipe Barbosa procura explorar o lado vazio de uma elite que se acha dona da verdade, quando na realidade mal sabem o que eles realmente querem. Curiosamente, o lado socialista tem a sua vez dentro da trama através da nova geração que nasceu dentro dessa elite escravocrata, mas que não sabem ao certo o que virá para eles futuramente. Temos então os velhos costumes sendo extintos em cena, enquanto uma nova geração ainda não sabe ao certo o que virá nos próximos anos.
Embora retrate outros tempos, os assuntos vistos na tela perduram no nosso Brasil até hoje e fazendo das promessas do até então eleito Presidente Lula, que todos nós ouvimos em sua pose, se tornarem novamente um sonho distante. Entre promessas e sonhos, vemos então uma família em ebulição, onde não sabem ao certo aonde irão chegar nesse até então novo Brasil. Ao menos, o ato final reserva momentos simbólicos, principalmente quando vemos serviçais dando um passo à frente e abraçando a ideia de um futuro mais livre.
"Domingo" é sobre fins e começos de um ponto histórico da história do Brasil, mas que mal sabíamos que voltaríamos ao ponto zero da questão. 


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NOTA: "Domingo", de Fellipe Barbosa e Clara Linhart, terá sessão pelo Clube de Cinema, sábado, 12/10/2019 às 10:15 da manhã, na Sala Paulo Amorim da Casa de Cultura Mario Quintana.

Meia entrada geral: R$ 7,00.
Associados do Clube de Cinema não pagam.


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