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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: DEADPOOL


Sinopse:O mercenário Wade Wilson (Ryan Reynolds) é um anti-herói do universo Marvel, conhecido como Deadpool. Depois de ser submetido a um experimento para ganhar fator de cura, o mercenário tagarela, armado com suas habilidades e um senso de humor negro, vai atrás do homem que quase destruiu sua vida.

Quando eu assisti ano passado Os Vingadores: Era de Ultron, eu achei um ótimo filme, mas quando você começa a revelo você percebe que a formula talvez já esteja cansando. Quando um gênero faz sucesso, Hollywood o usa de todas as formas para conseguir dinheiro, ao ponto de esgotá-lo, assim como aconteceu com o próprio faroeste. Porém, ainda há esperança, quando surge um filme para, não somente reinventar o gênero, como também criticá-lo da forma como ele se encontra atualmente e Deadpool veio para dar uma sacudida de uma forma jamais vista. 
Para começar, não se pode assistir ao filme levando ele a sério, pois o próprio roteiro faz questão de momento algum fazer com que isso aconteça. A trama já começa nos jogando numa imagem em câmera lenta enlouquecedora que, já dá uma pista do que virá a seguir. Porém, ninguém e nem aquele fã mais fanático por HQ está preparado para o protagonista que surge de uma forma até então inédita para o gênero.
Criado em numa das piores épocas das HQ (os anos 90) Deadpool foi gradualmente se tornando um personagem divertido, sarcástico, completamente louco e uma verdadeira metralhadora de palavras das quais ficamos imaginando como ele tem a capacidade de falar tantas coisas então pouquíssimo tempo. Não demorou muito para ele ser levado para o cinema interpretado pela primeira vez por Ryan Reynolds, mas de uma forma desastrosa em Wolverine: Origens. Coube então o próprio interprete arregaçar as mangas, investir como produtor e roteirista, contratar um novato na direção (Tim Miller) e com um orçamento curto criar o filme dos seus sonhos.
Deadpool somente existe graças à persistência de Reynolds, onde aqui o ator simplesmente desaparece e dando lugar a essa criatura vermelha cheia de charme. Para o deleite dos cinéfilos em busca de algo inusitado, o personagem a todo o momento quebra a quarta parede, ou seja, falando com a gente em meio à situação e soltando piadas das quais todos irão rir. Acredite o personagem não poupa ninguém, nem mesmo personagens como Wolverine, a cronologia confusa da franquia X-men e até mesmo personagens da casa rival DC do qual sobra para Batman e até para Lanterna Verde, do qual o próprio Reynolds já havia interpretado no cinema.
Mas estamos falando de cinema e somente jogar o personagem como ele é talvez não fosse o suficiente para atrair a massa. Acontece que o próprio já tira sarro do fato de ter que precisar de um elo emocional, ou seja, do personagem ter um romance e um drama, do qual ele namora uma bela garota Vanessa Carlysle (a brasileira Morena Baccarin), mas que ao mesmo tempo descobre que tem câncer e decidi partir para achar uma cura. É ai que surge o diabo do personagem Ajax (Ed Skrein), que cura o seu câncer, lhe transformando num super soldado, mas ao mesmo tempo deformando o seu corpo e rosto.
É aí que talvez se encontre a parte mais irregular do filme, pois quando era para ser piada a todo o momento, o filme escorrega um pouco ao injetar momentos dramáticos em sua origem, para logo em seguida já começar as piadas a torto e a direito, como se essa mudança de tom da trama não significasse nada para o cinéfilo. Proposital ou não, após esse deslize, o filme entra numa quinta marcha e acelera tanto que, além das piadas politicamente incorretas, o filme se encarrega a todo o momento em inserir musicas clássicas dos anos oitenta e criando então uma sensação de pura nostalgia e que era muito bem visto em Guardiões da Galáxia. 
E para o deleite dos fãs dos X-Men, além das habituais referências ao universo dos mutantes, surge aqui um Colossus do qual sempre deveria ter sido usado no cinema. Interpretado agora por Andre Tricoteux, o personagem surge sempre falando, com um carregado sotaque russo e sempre querendo levar Deadpool para o grupo ou tentando dar uma lição de moral a ele. Embora seja a melhor versão até aqui do personagem no cinema, Colossus também pode ser interpretado aqui como uma forma de piada com relação ao gênero de super herói, pois a todo o momento ele se apresenta como um ser incorruptível e só faltando dizer a Deadpool que comer verdura faz bem ao crescimento.
Com muita violência, sexo, sangue, e com um final, cujo cenário tira o maior sarro dos filmes dos Vingadores, Deadpool talvez venha para nos dizer para deixarmos de sermos ingênuos  e não levarmos tanto a sério o gênero do qual ele pertence, ou talvez venha nos dizer que o gênero corre sérios riscos de ser extinto pelas suas próprias formulas usadas a exaustão. Seja como for, Deadpool está rindo da situação.


NOTA: Não deixe de ver uma cena no final dos créditos, do qual também tira o maior sarro, tanto dessa formula também já desgastada como também daqueles que esperam por alguma novidade vinda dela.

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Cine Dicas: Estreias do final de semana (18/02/16)



13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi

Sinopse: No dia 11 de setembro de 2012, em Bengasi, na Líbia, a embaixada americana sofre um ataque terrorista contra a exibição de um filme sobre o profeta Maomé. O caos no interior do prédio se instaura e o embaixador dos Estados Unidos e outros três funcionários morrem. Resta aos militares tirarem os sobreviventes em segurança.

  A Floresta de Jonathas

Sinopse: Jonathas vive com os pais e o irmão, Juliano, em um sítio na área rural do Amazonas. A família colhe e vende frutas regionais. Uma barraca de frutas na beira da estrada é o lugar de contato com novos amigos e as novidades do mundo. Os irmãos conhecem Milly, uma visitante da Ucrânia, e o indígena Kedassere. O grupo decide então passar o fim de semana em um camping. Mesmo contra a vontade paterna, seduzido por Milly e pela Floresta, Jonathas empreende a mais transformadora de suas jornadas.


Boneco do Mal

Sinopse:Greta (Lauren Cohan) aceita o emprego de babá numa casa que fica em uma remota vila inglesa. No entanto, quando ela chega na residência dos novos patrões, descobre que o garoto do qual deveria tomar conta é apenas um boneco. O briquedo, na verdade, é a representação de um garoto que morreu há vinte anos.

 
Cinco Graças

Sinopse: Num vilarejo turco vive cinco irmãs de espírito livre, algo que desagrada os pais rígidos. Eles não gostam de uma determinada brincadeira delas com garotos e as proíbem de sair de casa, que vira uma prisão para elas. A irmãs deixam a escola, começam a usar roupas recatadas e seus pais lhe arranjam casamentos. Desesperadas em terem a vida que tinham de volta, as adolescentes cogitam uma fuga.

 
Horas Decisivas

Sinopse:Em 1952, uma tempestade atinge dois navios petroleiros. As tripulações das duas embarcações ficam à mercê e travam uma luta desesperada pela vida em meio à fúria da natureza na imensidão do Oceano Atlântico.

 
O QUARTO DE JACK
Sinopse: A única coisa no mundo que o menino Jack conhece é um quarto com uma pequena janela. É nesse lugar que ele nasceu e de onde nunca saiu. A criança já está com 5 anos e começa a questionar sua mãe o motivo de viverem presos no quarto, até o dia em que ele tem a chance de desbravar aquilo que nunca conheceu.

 
O Lobo do Deserto
Sinopse: Em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, o menino Theeb vive na província otomana de Hijaz. Na imensidão do deserto, ele conhece um militar britânico, que aparece na região, pedindo ajuda para encontrar um poço romano e os dois acabam criando uma amizade.



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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Cine Especial: A GÊNESE DA NOVA HOLLYWOOD: Parte 1



De 1967 a 1980, o cinema americano viveu o seu período mais criativo, onde eram apresentadas para o público, histórias sérias, reflexivas e que espelhasse um pouco que os EUA passavam naquele período (período pós Vietnam e o escândalo do Waltergate). Com uma nova e criativa geração de cineastas, Hollywood presenteou para os cinéfilos, algo que somente se via em outros países, como na França e sua “nova onda” (Nouvelle Vague).
O próximo curso criado pelo Cine Um e ministrado por Leonardo Bomfim, intitulado A Gênese da Nova Hollywood tratará exatamente disso. A atividade acontecerá em Porto Alegre, dos dias 05 e 06 de março, mas antes disso, postarei por aqui os primeiros filmes (entre anos 60 e 70) e que deram origem a esse rico período do cinema americano.



 

BONNIE CLYDE: UMA RAJADA DE BALAS (1967)



Sinopse: Durante a Grande Depressão, Bonnie Parker (Faye Dunaway) conhece Clyde Barrow (Warren Beatty), um ex-presidiário que foi solto por bom comportamento, quando este tenta roubar o carro de sua mãe. Atraída pelo rapaz, ela o acompanha. Ambos iniciam uma carreira de crimes, assaltando bancos e roubando automóveis. Conhecem o mecânico C.W. Moss (Michael J. Pollard), que passa a ser o novo companheiro da dupla, mas durante um assalto matam uma pessoa e são caçados daí em diante como assassinos. Ao grupo une-se Buck (Gene Hackman), o irmão de Clyde recém-saído da cadeia, e Blanche (Estelle Parsons), sua mulher. Sucedem-se os assaltos e logo o quinteto ganha fama em todo o sul do país. Uma noite, são cercados por vários policiais e, obrigados a matar para fugir, são perseguidos em vários estados.
Filme clássico que resgata os dias de crime e de aventura desse famoso casal. Um  violento e fiel conto, baseado em fatos verídicos que, deu origem a vários filmes sobre gangues da época, sendo uma analise de costumes e tudo apresentado de uma maneira altamente profissional. Fazendo um retrato crítico, de um dos piores períodos dos EUA, onde em meio a uma crise sem precedentes, surgia criminosos, com um único intuito em sobreviver num país arruinado, mas que precisava enfrentar uma policia tão traiçoeira quanto eles.
O filme também se tornaria o primeiro sucesso da carreira de Gene Hackman, que no filme interpretaria o irmão de Clayde, e seu desempenho foi tão convincente que, o futuro astro ganharia já inicio de carreira, sua primeira indicação ao Oscar como ator coadjuvante. A produção também é muito bem lembrada, pela Trilha sonora eficiente e fotografia requintada. Além de Hachman, ocorreu a estreia do cinema (em sequência muito engraçada), de Gene Wilder. O filme levaria os Oscar de atriz coadjuvante (Estelle Parsons) e fotografia, mas é muito pouco para um clássico como esse, que inauguraria o período conhecido como “a nova Hollywood,” e por possuir um dos finais mais corajosos e impactantes da historia do cinema. 
Curiosidade: O personagem C.W. Moss é na verdade fictício, sendo uma mescla de dois membros da gangue de Bonnie e Clyde: William Daniel Jones e Henry Methvin.



A PRIMEIRA NOITE DE UM HOMEM (1967)



Sinopse: Após se formar na faculdade, Benjamin Braddock (Dustin Hoffman) retorna para casa. Indeciso quanto ao seu futuro, ele acaba sendo seduzido por uma amiga de meia-idade (Anne Bancroft) de seus pais. Mas na verdade ele está interessado na filha (Katharine Ross) dela.

Embora seja para os padrões atualmente um drama romântico bem humorado, na época (1967) foi um verdadeiro escândalo, para um público conservador que era o americano naquele tempo, mas nem por isso, o filme deixou de fazer um grande sucesso. Mesmo desconhecido, e não tendo a pose de galã que tanto Hollywood vendia naqueles anos, Dustin Hoffman se torna astro da noite pro dia, ao interpretar um jovem cheio de dúvidas do que quer da vida, e ao conhecer a Sra. Robson (Anne Bancroft, no melhor momento de sua carreira), entra num labirinto ainda mais complicado.
Embora a dupla central tenham tido na época uma diferença de idade pequena (6 anos), eles acabam convencendo em cena, principalmente Hoffman que, embora já tinha na época 30 anos, convenceu muito bem como um jovem de 21. Mas era de se esperar um filme como esse, principalmente sendo dirigido por Nike Nichols, que um ano antes, havia escancarado um o casal imperfeito americano em Quem Tem Medo de Virginia Woolf?. Em A Primeira Noite de Um Homem, talvez a intenção do cineasta tenha sido escancarar os conflitos internos do jovem americano, em que só tinha que ser algo na vida de acordo com o que os pais queriam. Talvez a melhor cena que simboliza isso, é quando Benjamin se encontra melancólico e sozinho embaixo da piscina, se perguntando por que não radicalizar de uma vez por todas? E é isso que ele faz! Muito embora, o verdadeiro amor que ele encontra, não seja com a Sra. Robson, e sim com sua filha (Katharine Ross, ótima). O relacionamento de ambos os jovens, culmina numa sequência clássica na igreja, e se encerrando de uma forma imprevisível dentro do ônibus, deixando inúmeras duvidas no ar sobre o destino de ambos os personagens.
O filme também se tornou super lembrado, graças a sua trilha sonora, Mrs Robinson, The Sound of Silence e outros sucessos de Simon Garfunkel. Vencedor do Oscar de melhor diretor (Nichols) é um clássico imperdível, que foi baseado no romance de Charles Webb.


Curiosidade: A cena de abertura de A Primeira Noite de um Homem, quando Benjamin está na esteira de um aeroporto, serviu de inspiração para o diretor Quentin Tarantino que, 30 anos depois, fez uma cena similar na abertura de Jackie Brown.
 
Interessados em participar do curso cliquem aqui. 


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