Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Além das estreias dessa semana, a
Casa de Cultura Mario Quintana, começa a exibir hoje em suas salas, A Invenção
de Hugo Cabret e A Separação. O primeiro, Martin Scorsese presta uma homenagem
aos primórdios do cinema, com tecnologia de ponta. Já o filme do Irã, A Separação,
bate de frente com o governo e os costumes atuais de lá, e ganhou (merecido) o
Oscar de filme estrangeiro. Confiram as minhas criticas já publicada em cada
filme:
Jogos
Vorazes está ai em cartaz, fazendo um merecido sucesso de bilheteria, mas existem
dois erros quando se fala neste filme. Primeiro é quando ficam fazendo comparações
a outras franquias como Harry Potter e a famigerada saga Crepúsculo, já que
essa aventura futurística, de nada tem haver com essas duas tramas citadas,
apenas são todos de origem literária. E a segunda é o enredo, que embora ótimo, não é assim tão original como muita gente acha, pois já vimos certos elementos característicos desse filme em outras produções. Quem
é cinéfilo antenado, vai logo se lembrar de inúmeros filmes, e no meu caso,
cito esses abaixo, que são claros exemplos, e que com certeza, serviram de
inspiração, tanto para a obra literária, como para sua versão cinematográfica.
Confiram:
Fahrenheit 451
Sinopse:
Guy Montag (Oskar Werner) é um bombeiro que vive numa solitária e isolada
sociedade, em que os livros são proibidos pelo Governo. É seu dever queimar
todo livro que tenha sido visto pelas autoridades ou denunciados pelos
informantes. Montag acaba se envolvendo com Clarisse (Julie Christie), uma
apaixonada pela literatura, o que o leva a ler livros de forma clandestina. É
através deste relacionamento que Montag passa a questionar os motivos que
justificam a determinação do governo de queimar toda e qualquer obra literária.
Embora lançado em 1966, o filme continua mais atual do quenunca. Baseado
na obra de mesmo nome do escritor norte-americano Ray Bradbury. O filme é
considerado por muito cinéfilos o melhor do gênero da ficção científica de
todos os tempos. O filme toca em um assunto espinhoso que é a censura contra a
cultura, mais precisamente contra os livros, onde em um futuro, todos eles são
pegos e queimados.
A trama é uma critica
forte contra os meios de comunicação como a televisão, que emburrece cada vez mais e mais a civilização. Na trama,
acompanhamos personagens que vivem meio que zumbis, numa sociedade controlada a
cada 24 horas, mas que pouco se importam com isso. François Truffaut disse numa
determinada época, que não ficou muito satisfeito no resultado final desse
filme, sendo que esse foi o primeiro e ultimo filme dele em língua inglesa.
Segundo as suas próprias palavras, ele gostava bem mais na versão dublada em francês,
o que não deixa de ter uma certa lógica, já que o diretor fez praticamente
todos os seus filmes na frança, e a linguagem exercida na trama, soaria bem
melhor mesmo em seu país de origem.
Criticas a parte, não
importa qual língua o filme esteja, sendo que à mensagem que passa funciona até
hoje, principalmente com seu final cheio de esperança, que prova que não importa
qual poder existe ou existira que queira nos dominar, ele jamais irá nos tirar
o nosso conhecimento, enquanto nos estivermos firmes com os nossos desejos pelo saber!
1984
Sinopse: O
filme trata de um país fictício chamado Oceania que está em constante guerra e
para manter a máquina de guerra funcionando, o povo é oprimido e controlado de
forma absoluta. Com televisores em todos os lugares (inclusive nos quartos dos
cidadãos) para controlar cada passo, evitando assim que uma revolta ecloda, ao
mesmo tempo que permite o controle absoluto através do Big Brother, um ser
“superior” que cada cidadão de Oceania dedica sua vida.
Escrito
em 1948, e adaptado para o cinema em 84, o filme sendo visto hoje em 2012,
acaba sendo meio injusto com ele, pois de lá para cá, milhares de filmes, sobre
um futuro onde a sociedade é oprimida e privada de emoção e que vive sob um
regime autoritário e alienista, já está mais do que batida, sendo que recentemente
isso foi visto em V De Vingança. Contudo, os produtores foram espertos em lançar
o filme justamente em abril de 1984, criando então, um verdadeiro contraste dos
fatos fictícios contados na tela, se comparado com a realidade daquele ano. Outro
fator interessante é a concepção de Big Brother, que no filme é algo temerário.
Hoje em dia é um programa de TV onde as pessoas se divertem assistindo aos
outros, nada de chocante. Em termos reais, muitas cidades do mundo estão
repletas de câmeras com o intuito de segurança. Será que estamos entrando no
esquema que o filme e o livro tanto nos intimidam?
De
qualquer forma, só por estar com a idéia envelhecida, não significa que o filme
é desatualizado. O conceito de estar sempre em guerra, para que com isso,
justificar as constantes necessidades que a população sofre. Sem contar o
controle através da raiva comum e do medo constante de ser dedurado por algum
vizinho ou colega de trabalho. As atuações são boas, com destaque para a
atuação de Richard Burton, em seu último filme. John Hurt também está bem como
o amargurado e o questionador Wiston. O interessante no filme, é que acima de
tudo seja realista, no que diz respeito ao ser humano. Não há aqueles heróis
imbatíveis, já que Wiston questiona o sistema, mas tem medo de ser descoberto e
torturado por suas “idéias revolucionárias”.
O SOBREVIVENTE (1987)
Sinopse: No futuro,
prisioneiro é obrigado a participar de jogo de TV violento em que enfrenta
gladiadores high-tech em terreno cercado.
Disparado um dos
piores filmes da carreira de Arnold Schwarzenegger,
mas que antecipava alguns temas que viria há surgir anos depois, como o famigerado reality
show. A produção ganhou certo reconhecimento por ser baseado numa obra de Steven
King, mas o filme envelheceu muito mal ao longo dos anos. Se muitas pessoas criticam
a estética dos anos 80, é porque ainda não viram esse, que é com certeza o pior
exemplo daquele tempo. O visual futurístico acabou se tornando muito datado, e
por incrível que pareça, o culpado é justamente Blade Runner, pois a obra prima
de Ridley Scott se tornou exemplo de como poderia ser um futuro apocalíptico,
só que, nem todos os filmes esse visual funcionaria, e com o Sobrevivente
funcionou tudo errado, com direito a um
pijama laranja que o protagonista usa.
O
filme só não prejudicou a carreira do ator, porque ele foi lançado em meio a
outros sucessos do astro na época, como O Predador e Vingador do Futuro!
Sinopse: Ilva Lemoine
(Audrey Dana) é uma mulher fácil de se apaixonar. Em plena França dominada
pelos alemães, durante a 2ª Guerra Mundial, ela se apaixona por um nazista, o
que indiretamente leva à morte de seu pai. Posteriormente, já com a França libertada,
ele precisa responder sobre sua ligação com o regime nazista e é salva por dois
soldados americanos, um branco e um negro. Ilva se apaixona por ambos,
simultaneamente. Sua incapacidade de escolher apenas um faz com que os até
então amigos iniciem uma disputa particular.
Antes mesmo da Invenção de
Hugo Cabret e O Artista serem lançados, Esses Amores (de 2010), dirigido pelo francês
Claude Lelouch, homenageia a sétima arte de uma forma bem romântica, em meio a
historias de amores impossíveis e os conflitos da segunda guerra mundial. O
filme em si, é uma homenagem a todos os loucos pela sétima arte, mas também uma
declaração de amor aos sete filhos do diretor, ou seja, um filme bem pessoal. Mantendo
um requinte de super produção, assim como o seu filme Retratos da Vida (1981),
o publico acompanha as idas e vindas da protagonista Ila (Audrey Dana), uma
lanterninha de cinema e seus amores: De um universitário, á um oficial alemão,
de uma dupla de amigos soldados, para então, um advogado francês, que acaba
sendo sua única salvação para se salvar de um crime que (talvez) não cometeu.
Em meio a conflitos amorosos,
amores correspondidos (ou não) e o estouro da segunda guerra, o cinema serve de
pano de fundo, ou até mesmo como desculpa, para o encontro de determinados
personagens se conhecerem na trama. Os melhores momentos são quando a sétima arte
se torna o astro da tela. Exemplos como os fatos históricos sendo colocada na
trama, como a transição do cinema mudo para o falado, ou quando grandes clássicos
do cinema surgem na tela de um cinema francês (como no caso E o vento Levou). O
filme como um todo, nada mais é do que uma declaração de amor que Lelouch faz
ao cinema e de sua própria filmografia que criou ao longo desses anos, e se alguma
pessoa tem duvida sobre isso, espere para ver o ato final. Simples, mas
emocionante!
A MAIS DE MEIO SÉCULO, ESTREAVA O
FILME QUE MELHOR DRADUZIA SOBRE A TRANSIÇÃO DO CINEMA MUDO PARA O FALADO!
Sinopse: Don Lockwood
(Gene Kelly) e Lina Lamont (Jean Hagen) são dois dos astros mais famosos da
época do cinema mudo em Hollywood. Seus filmes são um verdadeiro sucesso de
público e as revistas inclusive apostam num relacionamento mais íntimo entre os
dois, o que não existe na realidade. Mas uma novidade no mundo do cinema chega
para mudar totalmente a situação de ambos no mundo da fama: o cinema falado,
que logo se torna a nova moda entre os espectadores. Decidido a produzir um
filme falado com o casal mais famoso do momento, Don e Lina precisam entretanto
superar as dificuldades do novo método de se fazer cinema, para conseguir
manter a fama conquistada.
Um dos melhores
filmes de todos os tempos. Apresenta, sempre com grande perfeição, coreografias
inigualáveis, canções românticas, cômicas, inesquecíveis e desempenhos
extraordinários de todo o elenco. Entre uma piada antológica e outra, Reynold e
Hagen brilham: O Connor "dança" com um boneco (e apanha dele), em uma
seqüência, que até hoje muitos ficam se perguntando se o ator não se machucou ao fazê-la.
Kelly chapinha na água da chuva, numa das melhores cenas da historia do cinema.
Essa cena, é um daqueles momentos antológicos que ficam no imaginário de cada cinéfilo
que assiste, sendo que esse momento se tornou tão clássico, que mesmo a pessoa que nunca
assistiu o filme, só vendo ela, já sabe de qual filme pertence.
Charisse exibe toda a sua beleza (com a mais belas
pernas da historia do cinema) e sensualidade no balé final. A mais gostosa aula
de como se faz um musical, sendo que no cinema atual, é uma pena que a maioria não
saiba mais como realmente se faz!
Curiosidade: A chuva que aparece no
filme enquanto Gene Kelly canta "Singin'in the rain" na verdade não
apenas água, mas sim uma mistura de água com leite;
Gene Kelly estava com febre durante as
filmagens da famosa cena em que canta "Singin'in the rain";
Nem faz um mês que eu participei do curso sobre esse homem e
me vem a noticia que ele está completando 49 anos hoje. Bom, feliz aniversário
Quentin, muitos anos de vida e abaixo, coloco um replay com tudo que eu escrevi
antes do curso!
Sinopse: Um jardineiro latino do leste de Los
Angeles luta para manter o equilíbrio entre trabalhar com paisagismo para os
ricos da cidade e manter seu filho longe das gangues e agentes de imigração.
Para um diretor que saiu da famigerada saga
Crepúsculo (ele fez Lua Nova), Chris Weitz até que se deu bem ao dirigir esse
filme. Embora todas ás qualidades da produção estivesse nas costas do ator
Demián Bichir (indicado ao Oscar), onde ele passa todos os sentimentos que
sente através do seu olhar, onde nos sentimos a trajetória que ele percorreu
até aquele momento. O filme também vale pelo ótimo desempenho do jovem ator
José Julian, que fez o filho do protagonista, sendo que durante a trama, vive
num grande dilema, em seguir o seu pai e no que ele pede, aja o que houver, ou
cair na tentação de entrar na gangue do seu amigo.
Ambos em
cena possuem uma química perfeita, onde nos identificamos com a relação de pai
e filho e compreendemos quando eles encaram a realidade nua e crua deles
naquele mundo, que se diz "a terra das oportunidades", quando na
verdade, cada vez mais e mais estrangeiros se acumulam as escondidas, sem ter a
oportunidade de trabalhar ou ter o direito de ser um cidadão americano. Embora
o final se aproxime á soluções fáceis, o final deixa em aberto para inúmeras
interpretações sobre os destinos dos protagonistas, criando assim um verdadeiro
reflexo, sobre o futuro indefinido de qualquer latino que deseja mudar de vida
em território americano!