Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Sinopse: Casal de ingleses tem sua filha seqüestrada após um agente secreto lhes contar, instantes antes de morrer, de um plano contra um importante diplomata inglês. Em Londres, os dois tentam recuperar sua filha, ao mesmo tempo em que devem dizer o que sabem as autoridades.
A maioria conhece somente a refilmagem de 1956, estrelada pelo James Steward e Doris Day nos respectivos papeis principais, mas essa primeira versão ganha em muitos pontos se comparado a versão americana. Ao começar pelo clima mais sombrio e opressivo, no qual Hitchcock usava como ninguém na época. Um dos primeiros grandes sucessos da carreira do diretor, do inicio do cinema falado, ainda no seu país natal. Assim como na refilmagem, nesta versão também consta a famosa seqüência final do concerto no Royal Albert Hall, onde o toque do címbalo dá a senha para o assassino (embora, nesta cena, eu prefira mais a versão americana). Curiosamente, este foi o primeiro papel no cinema inglês, do ator austríaco Peter Lorre. Para aqueles que não sabem, foi um dos grandes vilões do cinema, atuando como psicopata em M de Fritz Lang. Aqui, ela da um verdadeiro show de interpretação, fazendo o líder do bando de sabotadores.
E ai gente cinéfila. Dia 2 de dezembro, inicio do ultimo mês desse ano e já sinto o clima de despedida, de um ano que até se saiu bem melhor que no ano anterior, mas deixemos para falar disso numa outra ocasião. Com relação a esse final de semana, duas surpresas, um candidato a Cult, nostalgia e filme para toda a família. Com relação às duas surpresas, me refiro a dois filmes, que já se encontram em DVD, mas que voltam em cartaz. Minhas Tardes com Margueritte, por exemplo, é justo o filme ter o seu momento numa sala de cinema, pois é um filme pequeno, que reserva inúmeros momentos deliciosos de serem assistidos, e antes tarde do que nunca em ter chegado em uma sala daqui da capital, mais precisamente no ótimo Guion Center (sala 3). Quanto Minha Terra África, a produção de Claire Denis ganha nova chance com o publico cinéfilo daqui, na sala Santander Cultural.
Com relação a candidato a Cult, me refiro ao elogiado O Garoto da Bicicleta, sucesso de critica e bastante comentado pelo publico, antes mesmo do filme estrear. Quanto a nostalgia, me refiro ao retorno dos Muppets no cinema, apesar de que, quando me lembro deles, sempre me vem na cabeça o genial desenho, nas versões deles como crianças, e que passava no SBT, entre os anos 80 e 90, bons tempos aqueles. E por ultimo, como o natal esta chegando, não podia faltar um filme para toda a família e soltar aquela sensação festas natalinas, e a bola da vez, é Operação Presente. Confira todas as estréias:
Minhas tardes com Margueritte
Confira a minha critica, já publicada, clicando aqui.
Minha Terra África
Confira a minha critica, já publicada, clicando aqui.
O Garoto da Bicicleta
Sinopse: Cyril é um garoto de 12 anos que está em busca de seu pai, que o abandonou em um lar para crianças. No seu caminho encontrará Samantha, uma mulher que lhe oferece abrigo e carinho.
Os Muppets
Sinopse: Gonzo é contratado para dirigir um filme mas acaba gastando toda a verba no primeiro dia. Ele precisa então terminar a produção sem dinheiro apenas contando com a ajuda de seus amigos fantoches.
Operação Presente
Sinopse: A história revela a incrível e nunca antes vista resposta à pergunta de toda criança: Como é que Papai Noel entrega todos os presentes em uma noite?. A resposta: Uma operação emocionante e utltra-high-tech do Papai Noel escondida sob o Pólo Norte. Mas o coração do filme é uma família em um estado de disfunção e um herói improvável Arthur que tem uma urgente missão que deve ser concluída antes do amanhecer.
Amanhã nunca mais
Sinopse: O filme conta a história de uma noite extraordinária na vida de um homem que não sabe dizer não. Walter precisa buscar o bolo de aniversário de sua filha e o que parecia ser uma tarefa simples se mostra fora de todos os costumes. Aquela noite de sexta-feira nunca será esquecida e Wagner nunca mais será o mesmo.
Os Nomes do Amor
Sinopse: Bahia Benmahmoud (Sara Forestier) é uma jovem tão comprometida com seus ideais que não se importa nem um pouco de transar com seus opositores, no intuito de convertê-los à sua visão. Ela costuma ser bem sucedida em suas investidas, até o dia em que conhece Arthur Martin (Jacques Gamblin).
Late Bloomers – O Amor Não Tem Fim
Sinopse: Casados há mais de 30 anos, Adam e Mary passaram mais da metade de suas vidas juntos, criando seus filhos - que já saíram de casa há muito tempo - e encararando altos e baixos. Agora, aguardam a chegada de uma fase mais tranqüila. Mas ela não chega. Adam, antes um bem-sucedido arquiteto, vê sua carreira e situação financeira não serem mais prósperas como antes, enquanto Mary está com problemas de memória, o que pode ser um indício de demência. Lentamente, Adam e Mary começam a se afastar – até a separação parecer inevitável.
Os Especialistas
Sinopse: Baseado no livro de Ranulph Fiennes Os Especialistas mostra um grupo de antigos membros das forças especiais britânicas que passa a ser caçado por uma equipe de assassinos.
Nos dias 10 e 11 de dezembro, estarei participando do curso, *Nouvelle Vague – História, Linguagem e Estética*, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre esse movimento Francês, que acabou fortalecendo o termo “cinema de autor.”
QUEM MATOU LEDA?
Sinopse: O negociante Henri Marcoux (Dacqmine) tem um caso amoroso com uma bela e jovem vizinha (Lualdi), bem debaixo do nariz da sua esposa Thérèse (Robinson). A linda filha de Henri, ao conhecer o húngaro (Belmondo) fica apaixonada, enquanto o filho voyeur de Henri começa a ter liberdades com a amante do pai. Com o amadurecimento das paixões na família, deslumbra-se uma tragédia.
Este é o terceiro filme de Chabrol, e seu debute no thriller psicológico, gênero também de seus dois filmes seguintes, que foram, Les Bonnes Femmes e LEnfer. Usando com perícia os flashbacks e vinhetas, Chabrol cria um perturbador enredo de infidelidade, obsessão e assassinato num vinhedo em Provença. Não tem como não deixar de lembrar-se da atuação de Jean-paul Belmondo, sendo que, todo elenco está perfeito, mas é Belmondo que da o show, criando seu personagem de uma forma irônica e cômica, onde suas palavras, por mais chocantes que sejam, são a mais pura verdade..
Assim como Luis Buñuel, Cabrol faz uma critica a família burguesa, num verdadeiro retrato de desconstrução dessa imagem de família perfeita, tanto, que o suspense e o mistério da morte de Leda acontece bem depois, sendo que a própria, aparece só meia hora de projeção.
Após a entrada de Leda, o clima vai mais para o lado melodramático e a tensão começa a pesar, auxiliada com uma bela fotografia, que faz até amenizar o clima pesado, mas não o suficiente, para a derradeira seqüência do filme, que passa na casa de Leda, numa seqüência de flashback incrível e muito bem dirigida. É nesta seqüência, que Chabrol demonstrou ser um pequeno discípulo de Hitchcock. Uma obra prima e que vale a pena ser procurada.
Sinopse: Londres está sendo aterrorizada por um serial killer que está atacando as mulheres atrás de sexo. A polícia tem um principal suspeito, Richard Blaney, e este fará de tudo para provar sua inocência.
Depois de quase vinte anos, o mestre do suspense retorna para Londres, para criar uma trama repleta de suspense e humor negro de muito bom gosto. Baseado no romance de Arthur La Bern, o filme possui todos os ingredientes que moldaram os melhores momentos do diretor durante a sua carreira, como inúmeras reviravoltas na trama, e mais, o diretor tentou com êxito, se inovar na criação de determinadas cenas, injetando mais violência, sangue e até mesmo estupro, coisa até então inédita na carreira do diretor. Até hoje, muito se perguntam até onde o diretor iria chegar caso continuasse filmando e ousando, para atrair novos fãs. Atenção para a espetacular seqüência dentro de um caminhão cheio de batatas, onde o assassino, tenta recuperar um broche, que está preso justamente na mão da sua vitima anterior. O impressionante nesta cena é de Hitchcock fazer com que o espectador, fique com o sentimento dividido com relação ao assassino. Sabemos que ele é um monstro, mas nesta seqüência, sentimos até mesmo pena dele, por estar dando tudo errado, ao ponto, que nem sequer a mão da vitima já morta, colabora para o personagem se safar, num momento de puro humor negro que choca, mas não tem como não rir. Se esse filme fosse o ultimo do diretor (o derradeiro foi Trama Macabra) Hitchcock teria encerrado sua carreira com chave de ouro e com louvor.
Nos dias 10 e 11 de dezembro, estarei participando do curso, *Nouvelle Vague – História, Linguagem e Estética*, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre esse movimento Francês, que acabou fortalecendo o termo “cinema de autor.”
Pickpocket
Sinopse: Introspectivo e revoltado com a estrutura social, o jovem Michel começa a bater carteiras pelo prazer e a emoção de roubar. Com o tempo, o hábito torna-se uma compulsão. Michel é preso e, na cadeia, reflete sobre seus atos ao perceber o forte choque causado em sua família e amigos. Ainda assim, ao ser solto, une-se a um ladrão veterano e volta ao crime. Sua consciência pesa novamente, agora por ter se apaixonado por Jeanne, vizinha que cuida de sua mãe. Entre os dois nasce uma relação afetuosa, capaz de motivar o protagonista a abandonar a compulsão ao roubo. O filme é uma concretização das teorias de Bresson acerca do cinema: o diretor buscava acentuar a distinção da linguagem cinematográfica em relação a todas as outras.
Levemente inspirado em "Crime e Castigo" de Fiodor Dostoievski, Pickpocket (ou Batedor de Carteiras), é uma das grandes obras de Robert Bresson, que se separa do romance do escritor russo, para abordar dois temas que o cineasta bastante recorreu na sua carreira, a questão da culpa e da redenção.
Os melhores momentos do filme ficam sendo quando o protagonista rouba as carteiras de uma forma artística e bem aventurada. Sendo com atores pouco conhecidos, o filme vai mais para lado natural e cru, ao mesmo tempo é rico em detalhes, (como olhos, gestos, enquadramentos), que conta a história de um ladrão de carteiras, que vai do seu auge há queda, para então encontra o amor e a redenção. Tive o prazer de ver esse filme em abril desse ano no cinebancários, e em minha opinião, pode tranquilamente estar ao lado de Acossado, Incompreendidos e dentre outros, como um dos melhores representante do Nouvelle Vague.