Sinopse: 'Contra o Tempo' acompanha o capitão Colter Stevens (Gyllenhaal), que acorda no corpo de um outro homem e descobre que faz parte de uma missão para salvar Chicago de um trem desgovernado. Em uma tarefa que não se parece a nenhuma das que já realizou, percebe que é parte de um experimento do governo chamado “Source Code,” um programa que lhe permite passar pela identidade de outro homem nos últimos 8 minutos de sua vida. Ele tem poucos minutos para descobrir o que irá acontecer com o trem.
Muito se falou, que o cinema americano 2011, tem sido um dos piores dos últimos anos, mas bem da verdade, podemos dizer, que alguns pequenos filmes tem defendido a pátria, com relação as aqueles que buscam algum conteúdo original, para então gerar uma boa reflexão. De exemplos, tivemos bons pequenos filmes de ficção, como Agentes do Destino e Sem Limites, ambos que se por um lado não arrebentaram nas bilheterias, por outro, conquistaram gradualmente opinião, tanto da critica como do publico. Mas foi realmente com o esse recente Contra o Tempo que me surpreendeu bastante, ao pegar elementos já vistos em outros filmes, (como Feitiço do Tempo e Matrix) para se criar uma trama que nos leva a um território desconhecido, embora familiar, mas renovado.
O comandante dessa salada é ninguém menos que Ducan Jones, que mesmo com pouco dinheiro, surpreendeu pela suas idéias criativas em Lunar, e com essa nova produção, não intimidou com um orçamento mais alto, criando assim, uma historia rápida, mas criativa, que brinca com as leis, tanto do espaço tempo, como também da vida e da morte. O filme ainda tem espaço de ser justamente uma produção “pós 11 de Setembro” que devido aquele evento que parou o mundo, se tornou um prato farto, para gerar diversas tramas, com relação paranóia, terrorismo e os limites do patriotismo, perante a um governo que pouco se importa com os seus soldados. Colter Stevens (Gyllenhaal) é um soldado a serviço do país, mas que sente na pele, a frieza dos seus superiores, que não demonstra nenhum pouco de remorso, nem ao menos no ponto aonde deixaram o protagonista, e a verdadeira situação do personagem, é uma clara critica ao governo instinto da era Bush.
Reflexões a parte, o filme também serve de um grande entretenimento, já que é divertido vermos o protagonista, sempre sendo jogado no mesmo lugar, para tentar cumprir sua missão em oito minutos cravados, e em cada viagem que faz de volta, sempre tem um novo detalhe que o espectador pegar, embora seja o mesmo lugar. Efeitos especiais e montagem fazem o show a parte, mas é o pequeno elenco que traz mais vida a trama, embora alguns fiquem meio que perdidos sem saber o que fazer, como a personagem de Michelle Monaghan, que esta somente ali, para fazer parzinho romântico com o protagonista. Já Vera Farmiga (Amor Sem Escalas), embora não fazendo parte da ação direta da trama, está muito bem e tem papel fundamental, principalmente no ato final da historia. E é justamente neste ato, que Duncan Jones surpreende. Ao tentar fazer com que o espectador não saia traído, após assistir o filme, o diretor pelo visto, tentou de todas as formas, que os minutos finais não soassem previsível. Para isso, implantou uma pequena idéia nos minutos cruciais, para que ela se tornasse satisfatória, e de certa forma, o final agrada, tanto para aqueles que buscam somente entretenimento, como para aqueles que exigem algo mais de um filme.
Num tempo em que cada vez mais os engravatados se preocupam com o que os cinéfilos vão entender ou não da trama, Duncan Jones sabe por onde tem que implantar suas idéias criativas.