A diretora Lone Scherfig propõe uma história multitrama nos moldes de Robert Altman com uma narrativa sem um grande protagonista e com tramas que se conectam impulsionadas pela grande temática do longa. Trata-se de uma novidade na carreira de Scherfig, que oscila entre obras inspiradas como "Educação", longa que revelou em 2009 a atriz Carey Mulligan, e títulos medianos como o romance "Um Dia" de 2011 com Anne Hathaway no elenco.
O longa aborda temas delicados como a situação da população sem-teto da maior cidade dos Estados Unidos, além da violência doméstica, motivo o suficiente para potencializar na obra uma atmosfera pesada. Scherfig procura suavizar a tensão desse contexto, o que é uma intenção até positiva da realizadora. O drama de Clara e seus filhos já seria suficiente para um filme. Mas a autora Lone Scherfig queria mais, pois Clara e os meninos são apenas alguns dos personagens. O filme é um mosaico, uma trama com diversos personagens, à la Short Cuts – aquilo que os críticos chamam de estrutura multiplot. Diversos personagens cujos caminhos acabam se cruzando.
Além de Clara, são cinco os personagens mais importantes na trama tecida pela realizadora. E há um detalhe interessante: de maneira bem pouco usual, nos créditos iniciais do filme, vemos, junto do nome dos atores, também o nome do personagem que cada um interpreta. Confesso que eu tenha me incomodado com a sensação de inverossimilhança, enquanto via o filme. Porém, a crença nesse valor maravilhoso que é a solidariedade entre as pessoas, é tão belo, e tão forte, que é impossível não gostar do filme.
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