Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - ''Anora"

Sinopse: Anora é uma prostituta do Brooklyn que casa impulsivamente com o filho de um oligarca russo. Mas o seu conto de fadas é ameaçado quando a família dele quer anular o casamento.

Sean Baker já pode ser apontado facilmente como um dos melhores diretores norte americanos que surgiram nos últimos tempos. Se eu forcei essa observação basta pegarmos títulos como "Projeto Flórida" (2018) para termos uma dimensão de sua criatividade através de tramas que exploram a vida complexa da vida das pessoas por mais simplória que ela seja. Em "Anora" (2024) o realizador cria uma análise sobre a geração Z completamente perdida dentro da nossa realidade cada vez mais absurda.

Na trama, acompanhamos Anora (Mikey Madison), uma dançarina que trabalha em uma boate no Brooklyn, nos Estados Unidos. Em uma noite normal, a garota descobre que pode ter tirado a sorte grande, pois acredita ter encontrado o seu verdadeiro amor após se casar de forma impulsiva com o filho de um oligarca, o herdeiro russo Ivan (Mark Eidelshtein). Porém, não demora muito para a mesma se dar conta que tudo o que ela sonhou pode desmoronar, pois ela não conhece o seu marido como deveria.

Assim como foi em "Projeto Flórida", o diretor Sean Baker procura filmar de uma forma um pouco mais crua, com a sua câmera quase tremendo e parecendo que em alguns momentos a ficção se torna um curioso documentário. Essa sensação aumenta ainda mais quando os protagonistas contracenam com pessoas que, podem ser figurantes, ou simplesmente pessoas normais que estavam passando no decorrer da filmagem e fazendo tudo mais verossímil e ao mesmo tempo dando a chance para os intérpretes agirem com maior naturalidade. Isso, porém, logo vai dando a lugar a situações que beiram ao absurdo, mas cujo o mundo real não é muito diferente do que é apresentado na história como um todo.

Alguns apontam "Anora" como uma espécie de "Uma Linda Mulher" (1990) do século vinte um, mas tiramos o lado de conto de fadas inserido naquela trama e temos então uma realidade nua e crua e cujo o termo "felizes para sempre" fica apenas na superfície. Brilhantemente interpretada por Mikey Madison, Anora sabe onde está pisando, mesmo quando aceita de forma impulsiva o pedido de casamento de Ivan. No lado de cá da tela sabemos que isso não acabará bem, mas jamais imaginávamos de que maneira começaria.

Sean Baker cria uma história que transita entre a comédia pastelão para dramática e culminando em situações absurdas a partir do momento que os responsáveis de Ivan descobrem que ele havia se casado. Se a câmera do realizador já estava frenética durante as cenas de festas e sexo entre os protagonistas, aguardem para os momentos em que o sonho de Anora se desmancha e participando de situações que beiram quase ao surrealismo. Só mesmo um filme não convencional como esse é que veríamos russos agirem de uma forma mais humana, menos grotesca e ao mesmo tempo atrapalhada.

Neste último caso, o personagem russo Igor, vivido pelo ator Yura Borisov, se torna uma espécie de representante do nosso olhar com relação aos principais eventos que ocorrem a partir do momento que o conto de fadas da protagonista acaba. Com ele, nós procuramos compreender a dimensão de toda a situação, além de tentarmos aceitar o fato que Anora, por mais que tivesse os dois pés no chão, ainda tinha um fio de esperança em achar que havia encontrado a felicidade que tanto procurava. Portanto, a cena final dela com Igor seriamos nós com desejo de abraçá-la para consolá-la, pois vivemos com uma geração de jovens que se dizem adultos cada vez mais alienados e fazendo com que certos valores acabem cada vez mais se perdendo ao vento.

Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes 2024, "Anora" é uma comédia extremamente humana, da qual ficamos de frente perante uma situação absurda, porém, muito mais próxima de nossa realidade do que a gente imagina. 

 Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  

Instagram: @ccpa1948 

ZineClube: https://linktr.ee/ccpa1948

 
Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin Instagram e Tik Tok 

Nenhum comentário: