Clássico da sessão da tarde, este longa é uma das melhores adaptações de Jules Verne para o cinema. Com uma belíssima fotografia na Panavision, efeitos especiais até de certa qualidade levando em consideração a época em que foi produzido e cenas de ação extremamente criativas, temos aqui um ótimo filme de aventuras. Por sinal, algumas cenas de ação foram copiadas ou utilizadas como inspiração em filmes posteriores.
Entre elas, vemos uma cena com uma pedra gigante rolando atrás dos personagens igual em “Os Caçadores da Arca Perdida”, a clássica sequência em que uma ponte (de pedra ou madeira) desaba e até a cena do local fechado que é inundado com os personagens escapando por um pequeno buraco no minuto final. Hoje são cenas clichês, mas na época eram inéditas. Vale destacar o elenco encabeçado pelo clássico ator inglês James Mason e pelo famoso cantor americano Pat Boone.
Como curiosidade, a atriz Arlene Dahl era mãe do ator canastrão Lorenzo Lamas da série “Renegade”. A realização é particularmente dinâmica para a altura, o filme tem uma boa montagem e nada se perde, mantendo-se sempre interessante do principio ao fim. Isso se fortifica principalmente pelo fato de haver diversos ambientes, com cenários diversificados, excelentes até em escala verdadeiramente épica e todo o design do filme está muito bem planejado.
Apesar do clima descontraído dos personagens, existem algumas situações de certo suspense com a introdução de um vilão que não há no livro, mas o destaque acaba ficando mesmo para o mundo cheio de mistérios e criatividade concebido pelas linhas de Júlio Verne. Assim como o livro, boa parte da graça do filme é ver a concepção de como é o centro da terra, o filme funciona bem nesse quesito, as cenas são bonitas e interessantes. Por ser um filme antigo, eu fiquei na dúvida de como as criaturas citadas no livro iriam aparecer, já que a produção não tinha efeitos especiais, mas o diretor deu uma boa solução para isso: Ele filmou alguns répteis sozinhos e colocou as cenas no meio do filme.
Eles não interagem com os atores em momento algum, mas fica perfeitamente claro que eles estão no mesmo lugar e como as cenas dos répteis foram filmadas de perto, a impressão que se tem é de que os animais de fato são gigantes, como os descritos no livro. O elenco funciona bem e os figurinos são especialmente bonitos. Assim como o livro, o filme é um ótimo exemplo de uma história de aventura com toques de fantasia. Concorreu a 3 Oscar em 1959, época onde o prêmio ainda significava alguma coisa.
Fotografia impecável, efeitos sonoros também. O roteiro de Walter Reisch é impecável, no melhor estilo de roteiros clássicos, com todos os arcos em seus devidos lugares, intercalando entre a aventura e comédia na medida certa; ao contrário dos filmes de hoje, que se transformaram em bobagens infantiloides e insossas. "Viagem no Centro da Terra" é a melhor adaptação do clássico de Júlio Verne, sem ser pretensiosa e muito divertida na medida certa.
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