Eis um caso de imagens que se tornaram místicas sem razões definidas, fazendo desde "Um Lugar ao Sol" (1951) um dos grandes filmes da história do cinema. Parte do encanto deriva da beleza do par central, Montgomery Clitt e Elizabeth Taylor, glamorizados pela luz branca refletida em seus rostos, mas a direção de George Stevens construiu outras imagens fortíssimas. Baseado em "Uma Tragédia Americana", romance de Theodore Dreiser publicado em 1925, o conteúdo conservador desse clássico não atinge a crítica social proposta pelo texto original. Por outro lado, o que seria apenas melodrama resulta em um filme inesquecível, história de amor mesclada com tragédia social, cuja intensidade é ampliada pela trilha sonora do polonês Franz Waxman.
Na história, Gerge Eastman (Montgomery Clitt) é um operário que procura ascender socialmente, namora outra trabalhadora da fábrica, Alice Tripp (Shelley Winters), mas acaba se apaixonando pela rica Angela Vickers (Elizabeth Taylor). Ambos mantém um caso ás escondidas, e o rapaz decide largar a namorada que, por azar, está grávida. Surge a ideia, então, de ele se livrar da namorada, um empecilho a sua escalada. O romance de Dreiser baseou-se num fato real ocorrido em 1906, quando Chester Gillette matou a namorada grávida.
Após ter sido julgado e condenado a morte, em 1908, surgiu a lenda de que o fantasma da vítima assombrava o apartamento onde ela morava, em Nova York. No longa, Clift consegue compor um Eastman ambíguo, apaixonado e encantando com o fausto no qual Ângela vive, enquanto o filme julga impiedosamente seu personagem. A intenção de Stevens é trazer á cena uma discussão sobre a desigualdade social em seu país, além de dar importância aos espaços por onde transitam os personagens, entre ambiente claro e escuros, imagens iluminadas e outras embaçadas.
Na entrega do Oscar de 1952, o filme indicado em nove categorias e premiado com seis, incluindo melhor Direção, fotografia, Roteiro e trilha sonora.
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