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quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Cine Curiosidade: “Ainda Estou Aqui” indicado a 3 Oscars

Nomeação a Melhor Filme é inédita para o Brasil. “É um dia muito importante na vida de todos nós que amamos o Brasil, que amamos a cultura, que amamos a justiça”, declara Fernanda Torres. Em sua 12ª semana, longa segue em cartaz em 500 salas e já foi visto por mais de 3,6 milhões de espectadores.

O Brasil está de volta ao Oscar! “Ainda Estou Aqui” foi indicado nesta quinta-feira, 23, pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas em três categorias: Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, para Fernanda Torres. Esta é a primeira vez que o cinema brasileiro tem um representante na disputa pela estatueta de Melhor Filme, maior honraria da premiação. As indicações a Melhor Atriz e Melhor Filme Internacional encerram um período de 26 anos em que produções brasileiras não competiram nessas categorias. A última vez que o país teve um representante entre os indicados foi em 1999, com Fernanda Montenegro e “Central do Brasil”, também dirigido por Walter Salles.

O cineasta comentou as nomeações recebidas por “Ainda Estou Aqui”: “muita alegria e emoção pela indicação tão merecida da Nanda, 26 anos depois de dona Fernanda, e do ‘Central do Brasil’.  Esse é um momento de celebração não só para todos nós que fizemos ‘Ainda Estou Aqui’, mas para toda a cultura brasileira. É o reconhecimento da literatura brasileira do livro seminal de Marcelo, da música brasileira genial de Caetano, Gal, Erasmo e Tom Zé, do cinema brasileiro que forma atores e artistas tão incríveis quanto os que eu tive a honra de colaborar com em ‘Ainda Estou Aqui’. Acima de tudo, é o reconhecimento da importância de Eunice Paiva como protagonista da história do país, algo que o público brasileiro soube abraçar antes de qualquer outro. Uma parte importante dessas indicações se deve à cada uma das 3,6 milhões de pessoas que foram ao cinema para se reencontrar com um pedaço submerso da história do Brasil. Esse retorno do público gerou artigos em muitos jornais fora do Brasil, o que acabou construindo uma maior atenção para o filme. Finalmente, queria dizer que não teríamos tido essas indicações sem o apoio e a generosidade de cineastas e atrizes que abraçaram ‘Ainda Estou Aqui’, como Alfonso Cuarón, Sean Penn, Valeria Golino, Olivier Assayas, Alice Braga, Alexander Payne, Wim Wenders e muitos outros. Não fizemos propriamente uma “campanha”, e sim uma série de projeções e debates em muitos países em torno do filme. A trajetória do filme pelo mundo foi construída por uma família muito pequena de pessoas, sem festas ou jantares, falando sobre o que importa: cinema.”

Walter Salles totaliza agora sete indicações ao Oscar ao longo de sua carreira. Além de “Ainda Estou Aqui” e “Central do Brasil”, também foi reconhecido pela Academia por “Diários de Motocicleta” nas categorias de Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Canção Original, que rendeu a estatueta a Jorge Drexler.

“É mais do que merecida não só indicação para Filme Internacional como a indicação para Melhor Filme, geral. Um filme falado em português! Isso é uma coisa muito grande, muito importante para nossa cultura, para o nosso cinema. É um filme que, no Brasil, levou milhões de espectadores ao cinema, gente de todos os credos de todas as posições políticas, todos concordando em torno de um fato que é o que aconteceu com a família Paiva, que é inadmissível uma violência de estado como aquela, é algo que a gente não pode aceitar”, declarou Fernanda Torres.

A atriz complementa que “é um dia muito importante na vida de todos nós que amamos o Brasil, que amamos a cultura, que amamos a justiça. Eunice Paiva merece. Enquanto eu estiver lá, com o Walter, no Oscar, eu quero que o Brasil comemore muito no carnaval. Nada como uma tragédia grega como essa terminar numa celebração dionisíaca como a do Carnaval do Brasil inteiro.”

Nas redes sociais, Selton Mello também comemorou as indicações: “Fizemos um filme. Ele nasceu vitorioso por motivos variados: por lembrar o que não pode ser esquecido; por comover com uma beleza austera; por encher as salas de cinema de novo; por levar nossa sensibilidade para o mundo; por recuperar nossa autoestima cultural; por abrir tantas portas para outros que virão; por restaurar o amor pelo cinema brasileiro; por ter criado algo emocionalmente poderoso; por alcançar o raro equilíbrio entre estética & ética; por ser sublime em sua justa simplicidade. Muitas camadas. Nosso país precisava desse filme. O mundo todo precisava desse filme. Nesse exato momento. Três indicações ao Oscar. Com a de Melhor Filme, nós entramos para a história para sempre. Ainda estamos aqui: Eunice, Rubens, nós & vocês”.

A repercussão de “Ainda Estou Aqui” na temporada de premiações reflete também nos resultados em circuitos de mercados internacionais. O longa liderou as bilheterias de Portugal no fim de semana de estreia, quando registrou sessões esgotadas nas cidades de Porto e Lisboa, com 55 cópias em cartaz. Nos Estados Unidos, onde teve lançamento selecionado em cinco salas em Nova York e Los Angeles, antes de expandir o circuito, o filme teve a maior média de arrecadação por cinema (US$ 22,7 mil) entre todos os longas em cartaz. Na França, onde ganhou exibição em 180 complexos, também registrou a maior média de renda por cinema (US$ 3,1 mil). Nas próximas semanas, o filme também chega a outros países europeus: na Itália, o lançamento ocorre no próximo dia 30 de janeiro, enquanto Espanha e Inglaterra recebem a abertura do filme no dia 21 de fevereiro.

Os resultados de “Ainda Estou Aqui” nos cinemas brasileiros seguem fortes e também são impulsionados por suas indicações e vitórias pelo mundo. Com público de mais de 3,6 milhões de espectadores é, no momento, o longa brasileiro de melhor desempenho após a pandemia, e, em sua 12ª semana, segue em cartaz em 500 salas.

Além da nomeação ao Oscar, o longa de Walter Salles também foi recentemente indicado ao Dorian Awards (premiação concedida pela Associação LGBTQ de Críticos de Entretenimento). No Gold Derby Film Awards disputa quatro prêmios: Melhor Filme, Melhor Atriz (Fernanda Torres), Melhor Roteiro Adaptado (Murilo Hauser e Heitor Lorega) e Melhor Filme Internacional. No BAFTA (maior premiação do cinema britânico, concedida pela Academia Britânica de Cinema e Televisão) a competição é pelo prêmio de Melhor Filme em Língua Não Inglesa.

“Ainda Estou Aqui” já conta com mais de dez prêmios. Além de vencer como o Melhor Roteiro em Veneza, onde fez sua estreia mundial, o longa rendeu a Fernanda Torres Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme de Drama – prêmio inédito para o Brasil –, e conquistou cinco prêmios de Melhor Filme segundo o Júri Popular: no Festival Internacional de Cinema de Miami; na 48ª Mostra de S. Paulo; no Festival Internacional de Cinema de Vancouver, no Canadá; no Festival de Cinema de Mill Valley, nos Estados Unidos; e no  Festival de Pessac, na França, onde também recebeu o Prêmio Danielle Le Roy, dado pelo júri jovem. A lista de vitórias inclui ainda Melhor Filme e Melhor Atriz, para Fernanda Torres, no Prêmio APCA 2024 (dado pela Associação Paulista de Críticos da Arte); Prêmio FIPRESCI de Melhor Filme Internacional no 36º Festival Internacional de Cinema de Palm Springs e na premiação da Associação de Críticos de Porto Rico, que também concedeu a Fernanda Torres o segundo lugar na categoria de Melhor Atriz. Torres ainda foi eleita Melhor Atriz em Filme Internacional pelo The Critics Choice Awards, na seção Latino Cinema & Television, e ficou em segundo lugar, ao lado de Demi Moore, no prêmio da Associação de Críticos de Los Angeles. A produção venceu também o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no New Mexico Critics Awards 2024 e recebeu uma menção honrosa como um dos cinco melhores longas- metragens internacionais do ano no National Board of Review Awards, nos Estados Unidos.

O longa foi eleito o melhor filme de 2024 pela Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro (ACCRJ), foi um dos 20 títulos selecionados pela BBC para a prestigiosa lista de melhores filmes de 2024, foi escolhido por um júri de 100 jornalistas como o Melhor Filme de 2024 pela Revista Exame no Brasil, e foi reconhecido pela revista Hollywood Reporter – importante publicação americana sobre a indústria do entretenimento – como um dos dez melhores filmes de 2024. “Ainda Estou Aqui” também foi indicado a Melhor Filme pela Internacional Utah Film Critics Association, e Melhor Filme em Língua Estrangeira no North Carolina Film Critics Association Awards. E recebeu as indicações de Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz em Filme de Drama, para Fernanda Torres, no Satellite Awards, premiação concedida pela Academia Internacional de Imprensa.

Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva sobre a história de sua família, “Ainda Estou Aqui” é uma coprodução Brasil-França, e é o primeiro filme Original Globoplay, produzido por VideoFilmes, RT Features e Mact Productions, em coprodução com ARTE France e Conspiração, e tem distribuição nacional da Sony Pictures.

Fonte: Primeiro Plano


SINOPSE

Rio de Janeiro, início dos anos 70. O país enfrenta o endurecimento da ditadura militar. Estamos no centro de uma família, os Paiva: Rubens, Eunice e seus cinco filhos. Vivem na frente da praia, numa casa de portas abertas para os amigos. Um dia, Rubens Paiva é levado por militares à paisana e desaparece. Eunice - cuja busca pela verdade sobre o destino de seu marido se estenderia por décadas - é obrigada a se reinventar e traçar um novo futuro para si e seus filhos. Baseada no livro biográfico de Marcelo Rubens Paiva, a história emocionante dessa família ajudou a redefinir a história do país.


Confira a lista completa de indicados ao Oscar 2025:

Melhor Ator Coadjuvante

Yura Borisov, por “Anora”

Kieran Culkin, “A Verdadeira Dor”

Edward Norton, “Um Completo Desconhecido”

Guy Pearce, de “O Brutalista”

Jeremy Strong, de “O Aprendiz”

Melhor Figurino


“Um Completo Desconhecido”

“Conclave“

“Gladiador II”

“Nosferatu”

“Wicked”


Melhor Cabelo e Maquiagem

“Um Homem Diferente”

“Emilia Pérez”

“Nosferatu”

“A Substância”


Melhor Trilha Sonora Original

“O Brutalista”

“Conclave”

“Emilia Pérez”

“Wicked”

“Robô Selvagem”


Melhor Curta-Metragem em Live-Action

“A Lien”

“Anuja”

“I’m Not a Robot”

“The Last Ranger”

“The Man Who Could Not Remain Silent”


Melhor Animação em Curta-Metragem

“Beautiful Men”

“In the Shadow of the Cypress”

“Magic Candies”

“Wander to Wonder”

“Yuck!”


Melhor Roteiro Adaptado

“Um Completo Desconhecido”

“Conclave”

“Emilia Pérez”

“Nickel Boys”

“Sing Sing”


Melhor Atriz Coadjuvante

Monica Barbaro, por “Um Completo Desconhecido”

Ariana Grande, por “Wicked”

Felicity Jones, por “O Brutalista”

Isabella Rossellini, por “Conclave”

Zoe Saldaña, por “Emilia Pérez”


Melhor Canção Original

“El Mal”, de “Emilia Pérez”

“The Journey”, de “The Six Triple Eight”

“Like a Bird”, de “Sing Sing”

“Mi Camino”, de “Emilia Pérez”

“Never Too Late”, de “Elton John: Never Too Late”


Melhor Documentário

“Black Box Diaries”

“No Other Land”

“Porcelain War”

“Soundtrack to A Coup D’Etat”

“Sugarcane”


Melhor Documentário de Curta-Metragem

“Death By Numbers”

“I am Ready, Warden”

“Incident”

“Instruments of a Beating Heart”

“The Only Girl in the Orchestra”


Melhor Filme Internacional

“Ainda Estou Aqui”

“The Girl with the Needle”

“Emilia Pérez”

“The Seed of the Sacred Fig”

“Flow”


Melhor Animação

“Flow”

“DivertidaMente 2”

“Memoir of a Snail”

“Wallace e Gromit: Vengeance Most Fowl”

“O Robô Selvagem”


Melhor Design de Produção

“O Brutalista”

“Conclave”

“Duna: Parte 2”

“Nosferatu”

“Wicked”


Melhor Edição

“Anora”

“O Brutalista”

“Conclave”

“Emilia Pérez”

“Wicked”


Melhor Som

“Um Completo Desconhecido”

“Duna: Parte 2”

“Emilia Pérez”

“Wicked”


Melhores Efeitos Visuais

“Alien: Romulus”

“Better Man”

“Duna: Parte 2”

“O Reino do Planeta dos Macacos”

“Wicked”


Melhor Fotografia

“O Brutalista”

“Duna: Parte 2”

“Emilia Pérez”

“Maria”

“Nosferatu”


Melhor Ator

Adrien Brody, por “O Brutalista”

Timothée Chalamet, por “Um Completo Desconhecido”

Colman Domingo, por “Sing Sing”

Ralph Fiennes, por “Conclave”

Sebastian Stan, por “O Aprendiz”


Melhor Atriz

Cynthia Erivo, de “Wicked”

Karla Sofía Gascón, de Emilia Pérez

Mikey Madison, por “Anora”

Demi Moore, por “A Substância”

Fernanda Torres, por “Ainda Estou Aqui”


Melhor Direção

Sean Baker por “Anora”

Brady Cobert por “O Brutalista”

James Mangold por “Um Completo Desconhecido”

Jacques Audiard por “Emilia Pérez”

Coralie Fargeat por “A Substância”


Melhor Filme

“Anora”

“O Brutalista”

“Um Completo Desconhecido”

“Conclave“

“Duna: Parte 2”

“Emilia Pérez”

“Ainda Estou Aqui”

“Nickel Boys”

“A Substância”

“Wicked”

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