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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: 'Maligno'

Sinopse: Madison sente-se paralisada por visões chocantes de assassinatos horríveis, e tudo piora à medida que descobre que estes sonhos acordados são, de facto, realidades aterradoras. 

James Wan facilmente será lembrado ao longo da história ao ter dado revitalizada ao gênero de horror convencional usando os velhos ingredientes de sucesso. Tanto "Sobrenatural" (2010) como "Invocação do Mal" (2013) são filmes que nos pregam sustos em vários momentos, mas isso graças a uma direção perfeccionista e sem muito abuso da violência explicita. Eis que então "Maligno" (2021) chega aos cinemas para dar nova cara e corpo ao gênero, porém, novamente com ingredientes vindos do passado, mas que somente James Wan saberia como usa-los.

No filme, Madison (Annabelle Wallis) passa a ter sonhos aterrorizantes de pessoas sendo brutalmente assassinadas. Ela acaba descobrindo que, na verdade, são visões dos crimes enquanto acontecem. Aos poucos, ela percebe que esses assassinatos estão conectados a uma entidade do seu passado chamada Gabriel. Para impedir a criatura, Madison precisará investigar de onde ela surgiu e enfrentar seus traumas de infância.

Na franquia "Invocação do Mal" se percebe que James Wan tenta a todo custo nos passar certa verossimilhança com relação aos fatos, ao ponto de sempre durante os créditos finais ele sintetizar isso através de fotos reais sobre as histórias que serviram de base para os filmes como um todo. Porém, aqui essa obsessão pelo realismo é deixada um pouco de lado, sendo que tudo é muito exagerado, mas no bom sentido, pois os cenários principais da trama parecem mais que foram extraídos dos filmes antigos, com o direito de quase eles se tornarem parte essencial da trama. Mas a inspiração vem mais do fundo, mais precisamente vindo do mestre Mario Bava.

Ao lado de Dario Argento, o cineasta Mario Bava foi um dos percursores do cinema de horror italiano, onde ambos deram cores fortes, sangue e violência quase explicita em seus filmes. Na maioria dos casos, as vítimas das tramas eram protagonizadas por personagens femininas, onde as mesmas eram encurraladas por assassinos ou entidades demoníacas e sofrendo em mortes, por vezes, horrendas. Com relação a "Maligno" de James Wan, se percebe que o diretor presta uma homenagem ao mestre italiano, que vai desde "A Maldição do Demônio" (1960) para "Seis Mulheres para o Assassino" (1964).

Mas as referências não param por aí. Acredito eu que James Wan buscou inspiração no surpreendente "O Amante de Duplo" (2018) de François Ozon e que serviu até mesmo de estudo para um dos cursos que eu participei do Cine Um e ministrado por Leonardo Della Pasqua. Em ambos os casos, as tramas giram em torno de situações de que não sabemos ao certo se é real, ou se tudo não passa de delírios das protagonistas.

Porém, ambas as protagonistas possuem ligação com alguém que elas tinham desconhecimento, ou que elas haviam se esquecido. Falar mais sobre esse ponto seria também estragar momentos surpresas que são jogados no colo do cinéfilo que assiste, já que as revelações vão surgindo aos poucos e revelando que muito gira em torno de questões que vão desde ao sangue familiar como também de traumas vindos do passado. Qualquer semelhança também com o clássico "Psicose" (1960) não é mera coincidência, porém, as referências param por aí.

Se por um lado James Wan busca inspiração para fazer o seu filme isso não significa que ele não possua genialidade. Muito pelo contrário, pois a partir do momento em que as peças são colocadas no tabuleiro o diretor usa e abusa da parte técnica com elegância, tanto em uma edição quase frenética, como em planos-sequências arrasadores. Aguarde para a cena de um massacre que ocorre dentro de uma delegacia e que facilmente entra na lista dos momentos mais horripilantes do gênero de horror deste ano.

Com uma fotografia de cores quentes, cujo o vermelho se destaca fortemente, James Wan usa e abusa de tudo que não havia sido usado em seus filmes recentes, sendo que a violência aqui não tem freio e podendo pegar muitos desprevenidos. Já a figura maquiavélica da trama ela facilmente entrará na lista dos seres mais tenebrosos do cinema recente, principalmente na cena em que é revelado finalmente o que ela é que fará muita gente se surpreender. Destaco a boa atuação de Annabelle Wallis como a protagonista e vítima das ações da entidade do mal, mas cuja as revelações da trama fazem de sua atuação ainda mais impactante como um todo.

Com um final que dá uma brecha para uma possível sequência, "Maligno" é desde já um dos melhores filmes de horror do ano, que fará os cinéfilos amarem as diversas referencias do gênero sendo jogadas na tela e pegando muita gente desprevenida.


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