Sinopse: Ambientada no MCU, e estrelada por dois dos mais populares heróis aliados do Capitão América, tendo que lidar com sua ausência e as consequências ao mundo depois do "blip".
Os irmãos Russo foram os responsáveis em abrir um novo leque para o estúdio Marvel, mais precisamente para que cineastas autorais tivessem maiores liberdades em elaborar tramas que ousassem ir muito além da fórmula de sucesso do estúdio. Vale destacar que em "Capitão América 2: O Soldado Invernal" (2014) foi o primeiro filme do estúdio a discutir questões políticas, sobre a infiltração do fascismo dentro do próprio território americano e sobre o real papel de Steve Roger. Pois a série "Falcão e o Soldado Invernal" (2021) é uma espécie de continuidade desse teor mais adulto, não se esquecendo dos eventos dos últimos filmes dos "Vingadores" e abrindo mais um novo leque de possibilidades.
Dirigido por Malcolm Spellman, o filme se passa não muito depois dos eventos de "Vingadores - Ultimato" (2019), onde vemos Sam Wilson/Falcão (Anthony Mackie) lutar para assumir o posto do herói. Ele se junta, então, a Bucky Barnes/Soldado Invernal (Sebastian Stan), embarcando em uma aventura mundial que vai colocar à prova as habilidades dos dois. Entre discussões e entendimentos, acompanhamos uma jornada no desenvolvimento da amizade entre ambos, ao mesmo tentam em que tentam deixar para trás os problemas do passado. Enquanto o Falcão sente a responsabilidade do escudo de Steve Rogers, Bucky tenta lidar com a própria culpa por suas ações enquanto estava sob comando da Hydra.
O primeiro capitulo já começa antológico, onde vemos Sam enfrentar diversos terroristas em um avião e cuja as cenas aéreas são impressionantes. Vale destacar que, embora seja uma série, a produção não deve em nada em termos de super produções das que são vistas no cinema e o que faz a gente ficar ainda mais impressionado pela sua qualidade técnica. Porém, a produção tem os seus momentos de calmaria, principalmente quando se explora ainda mais a vida pessoal dos dois protagonistas e fazendo a gente se identificar ainda mais com eles.
Conhecemos finalmente a vida pessoal de Sam, sua família, além dele enfrentar o dilema de seguir ou não os passos do Capitão América. Bucky ainda enfrenta a sombra do seu passado e tendo que lidar com o fato que foi marionete por vários anos da Hydra e provocando o sofrimento de inúmeras pessoas. Amizade de ambos, aliás, é o coração do filme e fazendo com que a ausência de Steve Rogers não seja muito sentida.
Falando nele, é curioso que os realizadores tiveram a coragem de inserir um velho personagem das HQ que é o Agente Americano, que aqui é interpretado por Wyatt Russell e que será visto em breve no filme "A Mulher na Janela" (2021). Esse personagem foi um dos sucessores do Capitão original nos quadrinhos, mas não conseguindo obter o feito por possuir uma personalidade mais explosiva e que ultrapassava a linha do bom senso. O personagem, aliás, é protagonista de um dos momentos mais violentos e tensos de todo o universo do MCU e fazendo iniciar diversas discussões sobre o papel do herói em tempos contemporâneos em que tudo está mais nebuloso.
A série também discute diversas questões vindas do mundo real, que vai desde a refugiados como também com relação ao racismo dentro da história dos EUA. Neste último caso, os realizadores foram corajosos ao trazerem um personagem até então desconhecido para a maioria do público e revelando o quão perverso o governo norte americano foi contra os soldados negros ao longo da história. Em tempos de diversidade em meio a intolerância esse foi sem dúvida um grande acerto da Marvel até agora.
Vale destacar o retorno do vilão Zemo e novamente interpretado pelo ótimo ator Daniel Brühl do filme "Bastardos Inglórios" (2009). Grande vilão de "Capitão América 3" - Guerra Civil, Zemo retorna com toda a sua ambiguidade e jogo de palavras nos momentos em que ele surge em cena e fazendo a gente desejar revermos ele muitas vezes futuramente. Mas isso se deve graças a ótima atuação de Daniel Brühl e fazendo do vilão o mais humano do MCU.
A série possui o seu começo, meio e fim. Porém, como não poderia deixar de ser, a história deixa inúmeras pontas soltas para uma eventual segunda temporada, ou em futuro filme solo da dupla de heróis que terá destaque maior ainda nos próximos anos da Marvel no cinema. Resta saber se o estúdio irá manter a qualidade de suas produções, pois até agora veio para surpreender.
"Falcão e Soldado Invernal" é entretenimento puro e alinhado com discussões atuais do mundo real e que não se pode serem jogadas para debaixo dos panos.
Onde Assistir: Disney +
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