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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Cine Dica: Streaming - 'Pantera Negra: Wakanda Para Sempre'

Sinopse: Rainha Ramonda, Shuri, M'Baku, Okoye e Dora Milaje lutam para proteger sua nação das potências mundiais intervenientes após a morte do rei T'Challa. 

Quando Chadwick Boseman morreu em decorrência ao câncer que ele havia ocultado o mundo acabou pego desprevenido, pois até a pouco tempo ele havia sido o protagonista de um dos filmes mais importantes dos últimos anos. Mais do que uma outra adaptação de HQ de super-heróis, "Pantera Negra" (2018) se tornou representante de um povo que até hoje sofre discriminação vinda do homem branco colonizador e tendo finalmente consigo um símbolo forte a ser seguido. Porém "Pantera Negra: Wakanda Para Sempre" (2022) fala sobre superar a dor para seguirmos em frente, para protegermos a todo o custo os que ficaram e seguirmos firmes com relação ao que realmente acreditamos.

No filme, após a despedida do Rei  T'Challa, a Rainha Ramonda (Angela Bassett), Shuri (Letitia Wright), M'Baku (Winston Duke), Okoye (Danai Gurira) e as Dora Milage lutam para proteger a nação fragilizada de outros países. Enquanto o povo de Wakanda se esforça para continuar em frente neste novo capítulo, a família e amigos do falecido rei precisam se unir com a ajuda de Nakia (Lupita Nyong'o), integrante dos Cães de Guerra, e Everett Ross (Martin Freeman). Em meio a isso tudo, Wakanda ainda terá que aprender a conviver com a nação debaixo d'água, Talokan, e seu rei Namor (Tenoch Huerta).

Antes de mais nada é preciso destacar que esse é o filme mais adulto do MCU, sendo que as piadas rotineiras são quase raras e quando elas surgem não atrapalham a história. Criticada devido a sua fase 4, o estúdio Marvel pelo visto juntou todos os seus esforços para elaborar um belo filme de aventura que fala sobre a superação perante o luto, ao levantar a bandeira de paz entre as nações e sabendo debater sobre o preconceito que vários povos sofrem devido as suas origens. Na abertura, por exemplo, há uma das mais belas cenas filmadas do estúdio em anos, que não somente presta uma homenagem ao Chadwick Boseman, como também a ideia de que a morte não é o fim, mas uma nova maneira de recomeçar.

Porém, diferente do que muitos imaginam, o filme consegue muito bem andar com as suas próprias pernas mesmo sem a presença do Rei T'Challa. Ao começar pelo fato de personagens coadjuvantes do filme anterior terem maior destaque como no caso da   Rainha Ramonda e interpretada de forma poderosa pela veterana Angela Bassett. Pelo fato de ter perdido o marido e filho, a personagem possui uma forte presença em cada cena em que surge, sendo que Bassett não se pouca ao transmitir para nós uma mulher forte, porém, com o coração em frangalhos ao ver a sua família partindo aos poucos. Não é à toa que tem se tornado favorita na categoria de atriz coadjuvante no próximo Oscar e se caso venha a vencer é mais do que merecido.

Contudo, não há como negar que a verdadeira evolução se encontra na personagem Shuri e da qual é interpretada com intensidade pela jovem atriz  Letitia Wright. No filme anterior eu já havia notado nela um grande potencial que tinha, mas do qual estava reduzido por ser a irmã do protagonista mesmo tendo o papel fundamental como a grande cientista de Wakanda. Aqui a situação muda, já que a personagem enfrenta não somente o luto, como também pelo fato de não ter consigo salvar o seu irmão e por estar dividida entre a lógica e a fé que os seus ancestrais sempre acreditaram ao longo dos séculos. Portanto, é mais do que lógico que ela viria a ser predestinada em ser a nova Pantera Negra, mas até lá a estrada é árdua.

Ryan Coogler e os demais realizadores tiveram a proeza de inserir um dos personagens mais importantes e complexos da Marvel e conseguindo o feito de atualizá-lo para os novos tempos. Interpretado por Tenoch Huerta, Namor não é um super-herói, mas tão pouco é um simples vilão, sendo ele o Rei da nação submarina Talocan e cuja mesma é desconhecida pelos homens da superfície e sabendo o que eles podem fazer não medirá esforços para proteger o seu povo, nem que para isso provoque atos irreversíveis para dizer o mínimo. Por conta disso, aguardem por momentos inusitados e dos quais nos pegará desprevenidos.

Embora seja algo que possa ser visto independente de ter visto ou não aos outros filmes da Marvel, "Pantera Negra: Wakanda Para Sempre" apresenta personagens que irão surgir ao longo dos anos. Dominique Thorne consegue nos cativar com sua Coração de Ferro, personagem que havia surgido como sucessora de Tony Stark nas HQ e que aqui se torna a principal causa entre o conflito entre Wakanda e Talocan. Infelizmente personagens como a da atriz Lupita Nyong'o tem a sua participação reduzida, porém, sendo responsável por uma grande revelação ao final da projeção.

Em termos de ação o filme também não faz feio, principalmente pelo fato que os efeitos visuais são absurdamente superiores se forem comparados ao primeiro filme e sendo que essa parte técnica foi justamente o único ponto negativo do filme anterior. Aqui a situação é inversa, já que há todo um cuidado na apresentação, tanto de Talocan, como também os novos cenários de Wakanda e dos quais os mesmos enchem os nossos olhos devido aos seus diversos detalhes vastos e dos quais não são capitados em uma única sessão. A cena do ataque contra Wakanda é sem sombra de dúvida uma das melhores partes do filme e nos reservando um dos momentos mais angustiantes.

Ao final, a Marvel aprendeu na melhor e pior maneira possível em não cometer as mesmas falhas que foram vistas no decorrer da fase 4 e nos apresentando aqui um filme digno de nota, o mais maduro e reflexivo. Em tempos em que determinadas nações estão se digladiando em uma guerra que não faz o menor sentido, o filme vem em um momento de que é preciso abaixarmos as armas para só assim construirmos um futuro melhor para a humanidade antes que seja tarde. A ideia é antiga, mas ela é sempre bem-vinda em tempos de incertezas.

"Pantera Negra: Wakanda Para Sempre" não é somente uma bela aventura, como também é cheia de reflexões sobre o que pode ser resolvido em um mundo atual que ainda não aprendeu com os seus erros do passado e que precisam ser finalizados. 


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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania'

Sinopse: O Homem-Formiga e a Vespa lutam contra Kang, o Conquistador, no reino quântico. 

Os dois filmes anteriores do "Homem Formiga" nada mais eram do que filmes que nasceram para entreter e sem ter muito peso com relação a interligação com o universo do MCU. Porém, o protagonista se tornou peça fundamental em "Vingadores - Ultimato" (2019) e abrindo a possibilidade de que o seu papel teria participação de algo maior dentro desse universo compartilhado. Pois bem, "Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania" (2022) veio para se tornar uma peça importante da construção da saga do "Multiverso", mas nem por isso deixa de ser um passatempo divertido e com um belo visual a ser defendido.

Dirigido novamente por Peyton Reed, a trama acontece quando Cassie (Kathryn Newton), filha de Scott Lang (Paul Rudd), desenvolve um dispositivo que permitiria a comunicação com o reino quântico, o experimento termina em desastre: Cassie, Scott e sua companheira e heroína, Vespa, Hope van Dyne (Evangeline Lilly) involuntariamente se encontram no reino místico. Unindo forças com os pais de Hope, Hank Pym (Michael Douglas) e Janet van Dyne (Michelle Pfeiffer), o trio trabalha um caminho de volta enquanto os atrai para o misterioso mundo do Reino Quântico, onde encontram criaturas alienígenas e uma civilização oculta.

Como eu disse acima, diferente dos títulos anteriores, esse filme é elevado para um novo patamar, porém, não deixa de ser um filme leve para todas as idades, mesmo indo em direções que só se compara aos filmes dos "Vingadores". Mas o que deixa o filme leve é realmente atuação descontraída de Paul Rudd, do qual a sua veia humorística está quase sempre em destaque e se casando quase perfeitamente com a fórmula Marvel que o estúdio até hoje insiste em usar. Embora a fórmula esteja desgastada, é preciso reconhecer que a presença do ator faz com que tudo fique nos eixos e fazendo com que algumas piadas façam até mesmo  obter de nós alguns sorrisos.

Mas, embora o roteiro insista colocá-lo como protagonista, principalmente da maneira como é apresentado o prólogo e o epílogo, é preciso destacar o fato que Janet rouba a cena quando tudo se direciona a ela. E não é somente pelo fato dela ser interpretada pela veterana Michelle Pfeiffer, mas sim porque a personagem possui um arco dramático interligado com o reino quântico, do qual havia se iniciado no primeiro filme e se encerrando aqui de uma forma que ninguém imaginava. Aliás, é preciso destaca o visual do reino quântico, cujo efeitos visuais são primorosos, cheios de detalhes e baixando o tom dos críticos que até então estavam achando que o estúdio estava relaxando neste lado técnico.

Mas o filme como um todo pertence realmente ao vilão Kang e interpretado de forma intensa pelo ator Jonathan Majors. Até aqui, pode-se dizer que ele é a figura central da saga do Multiverso que o estúdio está criando aos poucos, já que a primeira versão do personagem foi vista na série Loki (2021) e aqui conhecemos sua outra contraparte e da qual não mede esforços para sair do reino quântico nem que para isso terá que matar muitos. Em determinado ponto, por exemplo, acreditamos que alguns dos heróis irão perecer durante o percurso, já que o vilão realmente nos convence que ele pode cometer tal feito.

Voltando ao reino quântico, é nítido que o estúdio está construindo o seu "Star Wars", já que o local é povoado pelos mais diversos tipos de seres interessantes, abrindo o leque com as mais diversas possibilidades e cuja cereja do bolo é a presença da figura de  M.O.D.O.K  e da qual sintetiza toda essa loucura construída. Mas isso não é novidade, já que desde "Thor: Ragnarok" (2017) essa é a real pretensão do estúdio e resta saber se ela irá se manter ao longo dos próximos anos. Neste último caso, o maior vilão que o estúdio terá que enfrentar talvez seja a sua própria ambição, da qual já é sentida algum tempo e que pode declinar a qualquer momento.

Neste último caso, isso faz com que o filme não esconda os seus defeitos, desde o fato que o título em si se encontra um tanto que errado, já que a Vespa de Evangeline Lilly se torna bastante secundária durante a trama. Já Cassie se torna uma mera promessa para o futuro do MCU, já que ela começa a usar o traje igual do seu pai, mas se tornando uma peça quase descartável dentro da trama. O ato final transita tanto para bons momentos para o lado previsível, mas fazendo com que tudo fique nos eixos e valendo assim o ingresso.

Com uma participação especial hilária de Bill Murray, "Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania" funciona com uma boa aventura espacial, mas da qual não se pode exigir muito dela, mesmo sendo parte de algo maior para o MCU. 


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quinta-feira, 22 de julho de 2021

Cine Dica: Streaming: 'Loki'

Sinopse: Após roubar o roubar o tesserato dos Vingadores, Loki se vê em uma aventura de viagens no tempo, realidade alternativas e que pode provocar a extinção da linha natural da história.    

Uma coisa que se deve reconhecer é que muitos dos personagens da editora Marvel que foram levados para as telas acabaram sendo muito melhor aproveitados do que nas HQ. Homem de Ferro, por exemplo, ganhou uma personalidade contagiante e que se difere muito de sua contraparte e isso, logicamente, se deve muito a Robert Downey Jr. Se isso ocorreu com o vingador dourado o mesmo aconteceu com Loki.

Vilão megalomaníaco das HQ, Loki sempre foi o principal rival de Thor, mas até onde eu me lembro ele nunca ganhou uma trama que melhor aprofundasse a sua pessoa. Porém, para o cinema, o personagem ganhou novas camadas de conteúdo e isso graças à atuação de Tom Hiddleston e fazendo de Loki um dos personagens mais queridos pelo público. Por conta disso, eis que o personagem ganha a sua própria série intitulada "Loki" (2021) e que nos brinda com diversas possibilidades futuras para o universo do MCU.

A série é um spin-off que segue os passos de Loki (Tom Hiddleston), mais conhecido como Deus da Trapaça, que conseguiu roubar o tesserato dos Vingadores durante a missão de recuperar as Joias do Infinito em "Vingadores - Ultimato" (2019). Com o poder da gema do espaço, o Asgardiano começa a pular no tempo com a intenção de chegar a Midgard. Ao longo de sua jornada, ele acaba interferindo em momentos importantes da história da humanidade – seja para cumprir seus próprios objetivos, seja para se divertir um pouco. O que ele não sabe é que sua intervenção pode gerar uma catástrofe nas linhas do tempo e, assim, colocar em risco todo o universo.

Sendo morto tragicamente pelas mãos de Thanos em "Vingadores -Guerra Infinita" (2018), Loki ganhou uma nova chance no filme seguinte, mas em uma realidade alternativa e desencadeando uma nova linha temporal capaz de influenciar as outras. O charme da série está no fato de não seguir regras, já que o novo cenário em que Loki se encontra, um local em que um grupo de agentes cuida da linha do tempo do universo, acaba se tornando um material farto de inúmeras ideias a serem aproveitadas. Por conta disso, há diversos Lokis que vão surgindo na história, com direito até mesmo uma versão feminina e interpretada com intensidade pela atriz Sophia Di Martino.

Tecnicamente a série é um colírio para os olhos e que o cinéfilo precisa ficar bastante atento, pois visualmente a produção presta homenagem a diversos clássicos da ficção, tanto "Brazil - O Filme" (1985) como o cultuado "Blade Runner" (1982). Curiosamente, a história dá espaço a bastante diálogos, ao ponto de até mesmo esquecermos que estamos diante de uma produção da Marvel e isso é muito bem representado pelo agente Mobius e que é interpretado pelo ator Owen Wison.

Alias, é preciso reconhecer que Owen Wison rouba a série para si em alguns momentos e até mesmo ofuscando atuação de Tom Hiddleston. Astro de filmes como "Marley e Eu" (2008), o ator foi construindo uma carreira sólida em filmes autorais orquestrados, tanto pelo cineasta Woody Allen, como também pelo cineasta Wes Anderson. Aqui, ele está mais do que a vontade como um agente tagarela, que levanta inúmeras teorias sobre Loki e criando uma dualidade entre esse último de uma forma contagiante.

Os últimos capítulos acabam se tornando cruciais, principalmente pelo fato de a história manter inúmeras pontas soltas que que serão, ou não, respondidas em uma segunda temporada ou nos filmes seguintes do estúdio. Embora curta, a série diverte, surpreende e provando que o estúdio não está se limitando a somente a sua fórmula de sucesso da qual a fez chegar até aqui. "Loki" é mais um passo à frente em que estúdio Marvel dá em termos de criatividade e lançando diversas novas possibilidades futuramente. 

Onde Assistir: Disney+ 

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segunda-feira, 19 de julho de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: ‘Viúva Negra’

Sinopse: Ao nascer, a Viúva Negra, então conhecida como Natasha Romanova, é entregue à KGB, que a prepara para se tornar sua agente suprema. Porém, o seu próprio governo tenta matá-la quando a União Soviética se desfaz. 

Quando Viúva Negra (Scarlett Johansson) deu Adeus ao universo do MCU pelo filme "Vingadores - Ultimato" (2019) muitos ficaram tristes pelo fato, mesmo quando a situação era de extrema necessidade para salvar a metade da vida do universo. Porém, a personagem era tão querida pelo público que muitos achavam inadmissível o fato dela ter participado de sete filmes do estúdio, mas jamais ter ganho o seu filme solo. Após vários anos de espera, finalmente chega "Viúva Negra" (2021), filme que nos dá um pouco de luz sobre o passado da personagem, mas que poderia ser explorado ainda mais se os realizadores quisessem.

Dirigido por Cate Shortland, do filme alemão "Lore" (2012), o filme mostra Natasha Romanoff (Scarlett Johansson) precisando confrontar partes de sua história quando surge uma conspiração perigosa ligada ao seu passado. Perseguida por uma força que não irá parar até derrotá-la, Natasha terá que lidar com sua antiga vida de espiã, e também reencontrar membros de sua família que deixou para trás antes de se tornar parte dos Vingadores.

Antes de mais nada é preciso se curvar perante ao ótimo e longo prólogo que apresenta os personagens principais do longa, do qual é formado pela protagonista, pela sua "não" irmã Yelena, interpretada pela atriz Florence Pugh do filme  "Midsommar" (2019), sua "não" mãe, interpretada Rachel Weisz e pelo seu "não" pai Guardião Vermelho, interpretado pelo ator David Harbour da série "Stranger Things". O início da trama se passa em 1995, onde vemos essa família espiã Russa infiltrada em terras americanas e fazendo a gente se lembrar de uma temática parecida vista na série "The Americans". Após essa abertura, os realizadores foram engenhosos em criar um resumo ágil de como Natasha viria se tornar uma espiã da sala vermelha para, posteriormente, se tornar uma Vingadora.

Curiosamente, o primeiro ato se passa logo após os eventos vistos em "Capitão América - Guerra Civil" (2016), mas o filme pode ser compreendido independente de alguns nunca terem assistido aos filmes do MCU. Para dizer a verdade, o filme está mais para aqueles que apreciam um filme de espionagem, com direito a cenas de ação mirabolantes e que desafiam em alguns momentos as leis da física. São cenas de ação que empolgam, mas não é por aí que se encontra o coração do filme como um todo.

A produção tem o seu charme graças aos seus personagens principais, que precisam enfrentar os seus erros do passado, assim como as desavenças que carregam um contra o outro. Neste último caso isso é muito bem representado pela dualidade entre Natasha e Yelena, sendo que a ótima atuação de Florence Pugh cria um peso maior para a sua personagem que não esconde uma dor psicológica que é encontrada em seu olhar. E se por um lado Rachel Weisz cumpre com competência a sua atuação, David Harbour, por sua vez, se torna o lado cômico da trama ao interpretar um herói russo aposentado e abandonado pelo próprio governo.

Mas o filme não se prende nas questões políticas envolvendo tempos de Guerra Fria, mesmo quando o prólogo escancara uma grande cutucada com relação a essa época. O projeto nasceu mais para, não somente dar um filme solo a personagem, como também quebrar certos tabus e fazer graça do olhar machista que certos diretores tinham no passado quando dirigiam filmes de ação protagonizados por mulheres. Em um determinado momento, por exemplo, há uma piada mais do que certeira da maneira como os realizadores da Marvel apresentaram a personagem lá atrás em "Homem de Ferro 2" (2010), o que não deixa de ser uma crítica bem ácida.

É claro que estamos falando de um filme de aventura da Marvel e o ato final não poderia faltar monumentais cenas de ação que, por vezes, são absurdas e que nos fazem duvidar se a personagem realmente sobreviria em determinadas cenas. Mas, como eu disse acima, o filme nos conquista graças ao quarteto central e cujo o reencontro de todos em uma mesa de jantar no final do segundo ato supera qualquer show de luzes e pirotecnia da qual Hollywood sempre gosta de se viciar. Ao menos, eles se lembram que devem sempre fazer desses personagens genuinamente humanos, para que assim possamos nos identificar facilmente com os mesmos.

Com uma cena pós crédito que nos dá uma ideia sobre o que acontecerá futuramente, "Viúva Negra" é um bom filme de ação que a personagem sempre mereceu, mesmo quando nos passa aquela sensação que poderia ter sido ainda melhor. 


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sexta-feira, 21 de maio de 2021

Cine Dica: Streaming: 'Falção e o Soldado Invernal'

Sinopse: Ambientada no MCU, e estrelada por dois dos mais populares heróis aliados do Capitão América, tendo que lidar com sua ausência e as consequências ao mundo depois do "blip". 

Os irmãos Russo foram os responsáveis em abrir um novo leque para o estúdio Marvel, mais precisamente para que cineastas autorais tivessem maiores liberdades em elaborar tramas que ousassem ir muito além da fórmula de sucesso do estúdio. Vale destacar que em "Capitão América 2: O Soldado Invernal" (2014) foi o primeiro filme do estúdio a discutir questões políticas, sobre a infiltração do fascismo dentro do próprio território americano e sobre o real papel de Steve Roger. Pois a série "Falcão e o Soldado Invernal" (2021) é uma espécie de continuidade desse teor mais adulto, não se esquecendo dos eventos dos últimos filmes dos "Vingadores" e abrindo mais um novo leque de possibilidades.

Dirigido por Malcolm Spellman, o filme se passa não muito depois dos eventos de "Vingadores - Ultimato" (2019), onde vemos Sam Wilson/Falcão (Anthony Mackie) lutar para assumir o posto do herói. Ele se junta, então, a Bucky Barnes/Soldado Invernal (Sebastian Stan), embarcando em uma aventura mundial que vai colocar à prova as habilidades dos dois. Entre discussões e entendimentos, acompanhamos uma jornada no desenvolvimento da amizade entre ambos, ao mesmo tentam em que tentam deixar para trás os problemas do passado. Enquanto o Falcão sente a responsabilidade do escudo de Steve Rogers, Bucky tenta lidar com a própria culpa por suas ações enquanto estava sob comando da Hydra.

O primeiro capitulo já começa antológico, onde vemos Sam enfrentar diversos terroristas em um avião e cuja as cenas aéreas são impressionantes. Vale destacar que, embora seja uma série, a produção não deve em nada em termos de super produções das que são vistas no cinema e o que faz a gente ficar ainda mais impressionado pela sua qualidade técnica. Porém, a produção tem os seus momentos de calmaria, principalmente quando se explora ainda mais a vida pessoal dos dois protagonistas e fazendo a gente se identificar ainda mais com eles.

Conhecemos finalmente a vida pessoal de Sam, sua família, além dele enfrentar o dilema de seguir ou não os passos do Capitão América. Bucky ainda enfrenta a sombra do seu passado e tendo que lidar com o fato que foi marionete por vários anos da Hydra e provocando o sofrimento de inúmeras pessoas. Amizade de ambos, aliás, é o coração do filme e fazendo com que a ausência de Steve Rogers não seja muito sentida.

Falando nele, é curioso que os realizadores tiveram a coragem de inserir um velho personagem das HQ que é o Agente Americano, que aqui é interpretado por Wyatt Russell e que será visto em breve no filme "A Mulher na Janela" (2021). Esse personagem foi um dos sucessores do Capitão original nos quadrinhos, mas não conseguindo obter o feito por possuir uma personalidade mais explosiva e que ultrapassava a linha do bom senso. O personagem, aliás, é protagonista de um dos momentos mais violentos e tensos de todo o universo do MCU e fazendo iniciar diversas discussões sobre o papel do herói em tempos contemporâneos em que tudo está mais nebuloso.

A série também discute diversas questões vindas do mundo real, que vai desde a refugiados como também com relação ao racismo dentro da história dos EUA. Neste último caso, os realizadores foram corajosos ao trazerem um personagem até então desconhecido para a maioria do público e revelando o quão perverso o governo norte americano foi contra os soldados negros ao longo da história. Em tempos de diversidade em meio a intolerância esse foi sem dúvida um grande acerto da Marvel até agora.

Vale destacar o retorno do vilão Zemo e novamente interpretado pelo ótimo ator Daniel Brühl do filme "Bastardos Inglórios" (2009). Grande vilão de "Capitão América 3" - Guerra Civil, Zemo retorna com toda a sua ambiguidade e jogo de palavras nos momentos em que ele surge em cena e fazendo a gente desejar revermos ele muitas vezes futuramente. Mas isso se deve graças a ótima atuação de Daniel Brühl e fazendo do vilão o mais humano do MCU.

A série possui o seu começo, meio e fim. Porém, como não poderia deixar de ser, a história deixa inúmeras pontas soltas para uma eventual segunda temporada, ou em futuro filme solo da dupla de heróis que terá destaque maior ainda nos próximos anos da Marvel no cinema. Resta saber se o estúdio irá manter a qualidade de suas produções, pois até agora veio para surpreender.

"Falcão e Soldado Invernal" é entretenimento puro e alinhado com discussões atuais do mundo real e que não se pode serem jogadas para debaixo dos panos. 

Onde Assistir: Disney + 

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