Sinopse: Miranda é uma viúva que se esforça para criar três filhos sozinha, até que uma tempestade traz um grande desafio e um homem chamado Bray Johnson para sua vida. A presença de Bray revitaliza a família, mas ele possui um segredo que pode mudar tudo.
Em 2006, escritora Rhonda Byrne criou um documentário reunindo depoimentos de escritores e filósofos sobre a Lei da Atração, ou seja, sobre a alguém que é capaz de conseguir tudo aquilo que deseja. Pouco depois disso, ela lançou o livro "O Segredo" com a mesma teoria e que virou grande sucesso em todo o mundo. Logicamente, não demoraria para a obra ganhar a sua versão cinematográfica.
"O Segredo: Ouse Sonhar" (2020) é uma ficção extraída da obra e carregando até mesmo o selinho da franquia. O longa, dirigido por Andy Tennant, não vai muito além do previsível, tudo é muito pensado, extremamente fácil, para o marinheiro de primeira viagem não pense muito. Katie Holmes e Josh Lucas, que já trabalhara com Tennant em "Doce Lar" até que fazem o que podem com o pouco material que tem em mãos, o roteiro de Bekah Brunstetter (responsável pela adaptação), do próprio diretor e Rick Parks é bastante difícil. Além de investir em dilemas que não nos dizem para o que veio fazem com que isso complique o nosso desejo no fundo de querer gostar da obra como um todo.
Outras coisas que também complicam é a falta de atualização do filme para os dias de hoje, pois ele tem mais cara de filme família com lições de moral que eram vistas nos anos oitenta e e noventa do que parecer um filme que nos faça refletir sobre os problemas de hoje em dia. O sentimento é de algo deslocado no tempo, o que se acentua com alguns diálogos que quase não são mais usados hoje em dia. Até mesmo alguns personagens parecem ter saído de uma máquina do tempo, como a Bobby de Celia Weston (de Um Senhor Estagiário), sogra da protagonista. Fica sempre uma coisa com cheiro muito forte de naftalina.
Outros incômodos vão além da questão do filme como um todo, que alcançam a própria teoria e talvez estejam muito mais associados à visão pessoal da crítica. Há sempre uma conotação muito apegada ao ter. O destaque vai muito aos bens materiais, desde aos carros, casa, sendo que estão sempre induzindo aquela lei capitalista de que só existe felicidade se há a mansão extraída dos seus maiores desejos, assim como uma garagem, o computador e o pônei que, ao meu ver, foi a cereja do bolo para esse meu pensamento.
Apesar de todos esses pesares, o filme vai encontrar o seu público, talvez para aqueles que curtem um filme bem água com açúcar e que vem a se tornar um cult em uma Sessão da Tarde da vida. "O Segredo: Ouse Sonhar" é um filme que irá atrair somente os fãs e não aqueles que buscam pensar sobre os dilemas mais verossímeis e atuais.
Onde Assistir: Netflix.
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