Sinopse: Dentro de um manicômio, um compositor lembra os fatos de três décadas antes, quando o jovem Mozart ganhou a confiança da corte do imperador austríaco Joseph II. Uma lenda urbana se forma sobre a morte de Amadeus Mozart.
Em muitos casos, grandes talentos nascem e morrem sem ao menos o povo conhecer, mas fica fragmentos de sua pessoa ao longo da história. Por trás de um mito que entrou para história sempre haverá um homem ou mulher por detrás das cortinas. Talentos que lutaram pelo reconhecimento, mas que viveram na sombra de outros.
Grandes talentos que morrem precocemente, mas que entram para o imaginário das pessoas por toda a eternidade. Talentos que nunca são realmente reconhecidos da maneira que mereciam e morrem esquecidos ao longo do tempo. O clássico "Amadeus" (1984) é sobre talento e obsessão, inveja e admiração, culpa e redenção.
Dirigido por Milos Forman, do filme "Um Estranho no Ninho" (1975), o filme conta a história de Salieri (F. Murray Abraham), que após tentar se suicidar confessa a um padre que foi o responsável pela morte de Mozart (Tom Hulce). Ele relata como conheceu, conviveu e passou a odiar Mozart, que era um jovem irreverente, mas compunha como se sua música tivesse sido abençoada por Deus. As consequências acabam sendo devastadoras.
Com três horas de duração o filme é uma das grandes superproduções dos anos oitenta, daquelas capazes de encher os olhos do cinéfilo mais exigente e sair espantando da sessão com tamanha magnitude. Com uma edição de arte caprichada, alinhada com uma fotografia sublime, o filme ainda possui um figurino deslumbrante e cheios de detalhes. Curiosamente, o filme possui um ritmo quase frenético, cuja a edição parece um balé e fazendo a gente mais se cansar.
Transitando entre o drama e a comédia, o filme possui uma das trilhas sonoras mais contagiantes da história do cinema, sendo que a maioria delas é comandada por vários clássicos da obra de Mozart. O filme influenciou a música e a cultura popular da época, e continua a influenciar escritores, autores e músicos. Um exemplo é a canção "Rock Me Amadeus", do artista pop austríaco Falco, que foi um hit em 1985. Abraham aparece no filme "O Último Grande Herói" (1993) em um certo momento em que o garoto Danny avisa a Arnold Schwarzenegger que não confie nele porque "ele matou Mozart!" Schwarzenegger pergunta "num filme?" Ao que Danny responde, "Amadeus! Ganhou oito Oscars!"
Acima de tudo, é um filme sobre talento vs sociedade conservadora da época, mas cujo o artista que foi Mozart deu um passo à frente e injetando novo gás em sua arte que serviu de inspiração para vários mestres da música posteriormente. O filme vale principalmente pelo grande talento dos dois intérpretes, onde um é tão protagonista quanto o outro e fazendo a gente se perguntar em alguns momentos quem rouba a cena de quem. Se por um lado F. Murray Abraham coloca o filme no seu bolso nas cenas em que ele se encontra em asilo para loucos, do outro, Tom Hulce sintetiza toda a força da entidade que foi Mozart e cuja a sua risada se torna uma crítica ácida sobre uma sociedade cheia de regras conservadoras, porém, muito hipócritas e cuja as suas mazelas perduram até hoje em dia.
Com minutos finais surpreendentes e corajosos, "Amadeus" é uma sinfonia da sétima arte e que sempre será imortal para todo o sempre.
Onde Assistir: Em DVD
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