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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 2 de março de 2021

Cine Especial: Cine Debate: 'O Juiz'

Sinopse: Hank Palmer, um advogado bem-sucedido e arrogante, retorna à sua pequena cidade natal para o velório da mãe. Ele descobre que seu pai, o respeitado juiz local Joseph Palmer, está sendo acusado de ter assassinado um antigo réu 

Participem da live semana que vem. Confira a minha crítica sobre o filme. 

Não há família perfeita, mas sim somente pessoas com os seus altos e baixos e que cabe um dia estarem frente a frente para colocar as suas desavenças para o lado de fora da bolha. Há casos que isso nunca ocorre, mas basta uma situação apertada para que os laços de sangue falem mais alto quando precisam um do outro. "O Juiz" (2014) é um pequeno retrato de figuras familiares que acreditam serem seguras de si, mas que precisam do seu próximo para enfrentar um momento cataclísmico.

Dirigido por  David Dobkin, o filme conta a história de um advogado de muito sucesso, Hank Palmer (Robert Downey Jr), que volta à cidade em que cresceu para o velório de sua mãe, que há muito não via. É recebido de forma hostil pela família e resolve ficar um pouco mais quando seu pai, veterano juiz (Robert Duvall), é apontado pela polícia como responsável pela morte de um homem que condenou há vinte anos. Mesmo não se entendendo com o pai, Hank debruça-se sobre o caso, mas os dois não conseguem conviver amigavelmente e a possibilidade de condenação aumenta a cada revelação.

O subgênero filmes de tribunal já deram bastante frutos ao longo da história do cinema, pois basta nos lembrarmos, por exemplo, de "12 Homens e uma Sentença" (1957) ou "O Sol é Para Todos" (1962). Porém, o tribunal aqui fica em segundo plano, mesmo que até certo ponto, pois o que está em pauta na trama é a desestruturação dessa família e os motivos que levaram a eles chegarem nesta situação. Tudo é explicado em meio a lembranças e gravações em rolo de Super-8 e fazendo com que esses momentos nos identifiquemos, pois todos nós já passamos por conflitos familiares, mas nos lembramos quase sempre dos momentos mais felizes.

Logicamente, o filme chama mais atenção pelo duelo de cena entre os seus astros do que a trama em si em alguns momentos, sendo que aqui temos a presença de um grande veterano do cinema e o astro deste século 21. Robert Downey Jr está mais do que a vontade em um papel que ele tira de letra, já que o seu personagem é alguém prepotente, ambicioso e que raramente deixa a sua guarda baixar. Sendo o Homem de Ferro para toda uma geração, o ator não precisa provar mais nada em termos de versatilidade, a não ser   participar de projetos de sua escolha e esse veio para provar que ele não viverá somente dentro de uma armadura.

Porém, Robert Duvall não fica muito atrás, já que sempre foi um grande astro coadjuvante em filmes que entraram para a história do cinema. De "O Poderoso Chefão" (1972) a "Apocalypse Now" (1979), Duvall nos brinda com um dos seus grandes últimos trabalhos no cinema, ao interpretar um Juiz quase intocável, mas cuja a realidade lhe atingiu em cheio. Cabe a reaproximação do seu filho para que ele consiga reestruturar na sua vida, mesmo que seja em pouco tempo.

O filme, infelizmente, não foge de alguns clichés básicos, desde ao nos apresentar um roteiro que não esconde a trilha que irá culminar em um final que a gente já havia previsto. O filme se sustenta mais principalmente graças aos dois intérpretes, principalmente quando ambos os personagens se digladiam em cenas cujo os ataques verbais afloram feridas nunca cicatrizadas. O filme, no final das contas, é sobre a redenção do indivíduo perante um obstáculo que não pode ser retirado, mas cabe então fazer uma curva para seguir o seu caminho.  

"O Juiz" é sobre família, perdas, revelações e redenções.    

Onde Assistir: Netflix. 

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