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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 11 de março de 2021

Cine Dica: Streaming: 'Volume Morto'

Em meio a tantos problemas, seja ele devido a pandemia ou de questões políticas, é notório como ainda o Brasil consegue criar filmes que falem um pouco sobre os nossos tempos contemporâneos. Um desses artifícios, por exemplo, é o uso do gênero de horror, mas do qual fala sobre os temores reais, paranoias e dos quais se tornam os verdadeiros monstros em tempos de hoje indefinidos. "Volume Morto" é um suspense claustrofóbico, mas do qual ele se torna verossímil a partir do momento em que ele se aproxima de situações familiares perante aos nossos olhos.  

Dirigido por Kauê Telloli, do filme "Eu Nunca" (2013), o filme conta a história de uma jovem professora, interpretada pela atriz Fernanda Vasconcellos, que se mobiliza para resolver o estranho caso de um menino mudo, de sete anos de idade. Ela decide então chamar os pais do menino, interpretado pelos atores Júlia Rabello e Daniel Infantini, para uma reunião secreta na escola para analisar a situação. Porém, na medida em que o tempo avança, a reunião vai por caminhos imprevisíveis.  

Assim como "Deus da Carnificina" (2011) de Roman Polanski, esse filme de Kauê Telloli nos chama atenção pelo fato dela se passar em um único cenário, mais precisamente em uma sala de aula moldada por desenhos do jovem aluno que nunca aparece em cena, mas que é responsável pelo nascimento do conflito principal da trama. Com planos fechados, Kauê Telloli cria um clima de claustrofobia na medida em que a trama avança e cuja a edição criativa das cenas nos chama atenção do começo ao final dela. Nada mal para um pequeno filme, mas que supera em termos de genialidade se comparados a outros de grande orçamento, porém, vazios.  

Além de uma ótima direção, o filme conta com um pequeno elenco ilustre e do qual sintetiza o lado ambíguo de cada um dos seus personagens. Fernanda Vasconcellos, por exemplo, surpreende ao criar uma personalidade complexa para a sua personagem, mas que aos poucos ela sente encurralada na presença do casal central da trama. Tanto Júlia Rabello como Daniel Infantini se saem muito bem em seus respectivos papéis, ao ponto de temermos pelas próximas ações de seus personagens na medida em que determinados segredos veem à tona.   

Curiosamente, o filme não deixa de tocar na ferida com relação a diversos assuntos, desde ao abuso psicológico que certas crianças sofrem dentro da família, como também essas mesmas famílias desmerecer os trabalhos dos professores atuais que tanto sofrem preconceito, seja através de políticos, ou até mesmo de pais que acreditam que sabem como educar realmente os filhos. Porém, o filme não cai no óbvio e revelando mais camadas dessa cebola na medida em que ela vai sendo descascada e nos brindando com uma revelação surpreendente no último minuto da trama.  

Com participação especial de Fernanda Viacava, "Volume Morto" é uma pequena pérola do nosso cinema brasileiro atual e cuja a sua genialidade sobrevive mesmo em meio as limitações que nos encontramos atualmente. 

Onde Assistir: Google Play Filmes. 

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