Sinopse:Paulistas e Soledade são duas regiões rurais localizadas no sul de Goiás. No começo da década de noventa o êxodo rural foi intensificado com a expansão da monocultura agrícola e a exploração dos recursos hídricos. Desde 2014, não existem mais jovens morando na região. Estamos em julho, mês de férias. Época em que os filhos visitam a casa dos pais.
O maior patrimônio é aquele vindo da própria terra, mas que as vezes o homem extrapola o seu desejo pelo consumo desenfreado para assim obedecer um capitalismo insaciável. Em meio a esse processo acaba sobrando para pessoas que, antes donas de grandes terras, sendo então aos poucos jogadas em um canto da história e tendo que manter somente com o que resta. Paulistas é uma analise sobre as consequências desses eventos e deixando em aberto sobre o futuro daqueles que ainda se manteram como que tinham.
Dirigido por Daniel Nolasco (Febre da Madeira),o filme é Inspirado na história do próprio diretor. O filme conta a história das transformações de uma região por meio do olhar e da relação de três irmãos: Samuel, Vinícius e Rafael. Os três se mudaram para a região urbana de Catalão e deixaram para trás a cidade onde nasceram, retornando apenas para passar férias.
Através desses três personagens, observamos uma mistura entre a tradição e a modernidade, onde a tecnologia existe no local a até certo ponto, mas é a partir dos velhos recursos é o que faz do local ainda estar vivo. O filme desvenda que, durante a década 70, isso não era sempre assim, pois a região rural do sul de Goiás era formada por um conjunto de pequenas fazendas, todas com poucos hectares de terra e com agricultura de subsistência. Todos os moradores da região de Paulistas eram de uma mesma família, mas isso, infelizmente, começou a mudar anos 80, com a chegada da monocultura da soja no Estado e com a compra dessas fazendas pelos latifundiários.
Começou aí o êxodo da população rural para as cidades e transformando a região em um país de população urbana. É aí então que Daniel Nolasco decidiu se aventurar nessa região que lhe é tão familiar, focando ao máximo essas pessoas, mas sem se intrometer em seu dia a dia. Embora seja um documentário, percebemos que raramente os protagonistas falam com a câmera, pois ficam agindo naturalmente e tão pouco escondendo as suas próprias realidades.
Em tempos em que existe a tendência do movimento “ficção/documentário”, do qual domina o cinema independente brasileiro atual como um todo, aqui isso vai muito mais além, pois não há trilha, efeitos ou algo do gênero, mas sim um cinema verdade e do qual escancara uma realidade crua e intima vinda daqueles habitantes. Querendo ou não, testemunhamos eles sobrevivendo, seja com que eles têm, ou fazendo aliança com as grandes indústrias como a Cargill alimentos por exemplo.
Mas o que torna o filme especial é a forma como o cineasta cria em forma de mosaico de cenas reveladoras, onde através das imagens da tv, por exemplo, testemunhamos momentos sobre a mudança do local. Curiosamente, constatamos que a imprensa tem um papel fundamental em informar sobre o que estava acontecendo por lá, mas escondendo a reais mudanças que viriam acontecer. Não deixa portanto de ser uma pequena crítica contra a imprensa atual que se encontra parcial sobre os inúmeros fatos que ocorrem em nossa politica e a cena final de uma tv, da qual havia levado tiro gradualmente ao longo do filme, sintetiza muito bem isso.
Paulistas é documentário sobre uma realidade que dificilmente certas emissoras de tv mostram, pois tentam somente vender um real colorido e plasticamente falso.
Nota: O filme está em cartaz na Cinebancários. R. Gen. Câmara, 424 - Centro Histórico, Porto Alegre. Horário 17horas.
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Começou aí o êxodo da população rural para as cidades e transformando a região em um país de população urbana. É aí então que Daniel Nolasco decidiu se aventurar nessa região que lhe é tão familiar, focando ao máximo essas pessoas, mas sem se intrometer em seu dia a dia. Embora seja um documentário, percebemos que raramente os protagonistas falam com a câmera, pois ficam agindo naturalmente e tão pouco escondendo as suas próprias realidades.
Em tempos em que existe a tendência do movimento “ficção/documentário”, do qual domina o cinema independente brasileiro atual como um todo, aqui isso vai muito mais além, pois não há trilha, efeitos ou algo do gênero, mas sim um cinema verdade e do qual escancara uma realidade crua e intima vinda daqueles habitantes. Querendo ou não, testemunhamos eles sobrevivendo, seja com que eles têm, ou fazendo aliança com as grandes indústrias como a Cargill alimentos por exemplo.
Mas o que torna o filme especial é a forma como o cineasta cria em forma de mosaico de cenas reveladoras, onde através das imagens da tv, por exemplo, testemunhamos momentos sobre a mudança do local. Curiosamente, constatamos que a imprensa tem um papel fundamental em informar sobre o que estava acontecendo por lá, mas escondendo a reais mudanças que viriam acontecer. Não deixa portanto de ser uma pequena crítica contra a imprensa atual que se encontra parcial sobre os inúmeros fatos que ocorrem em nossa politica e a cena final de uma tv, da qual havia levado tiro gradualmente ao longo do filme, sintetiza muito bem isso.
Paulistas é documentário sobre uma realidade que dificilmente certas emissoras de tv mostram, pois tentam somente vender um real colorido e plasticamente falso.
Nota: O filme está em cartaz na Cinebancários. R. Gen. Câmara, 424 - Centro Histórico, Porto Alegre. Horário 17horas.
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