Sinopse: Baseado na
biografia de Stephen Hawking, o filme mostra como o jovem astrofísico (Eddie
Redmayne) fez descobertas importantes sobre o tempo, além de retratar o seu
romance com a aluna de Cambridge Jane Wide (Felicity Jones) e a descoberta de uma
doença motora degenerativa quando tinha apenas 21 anos.
Em 2001, foi lançado
o filme Uma Mente Brilhante, que retratava a vida do gênio matemático John
Forbes Nash que, embora tenha revolucionado a teoria de jogos, sofria de esquizofrenia.
Mesmo com esse problema, Nash seguiu em frente e veria os seus feitos darem
frutos ao ganhar o prêmio Nobel em 1994. Claro que, uma história como essa nas
mãos do cinema americano, sempre ocorre do roteiro ser mais convidativo (no
caso de Nash no cinema, foi descartado a possibilidade dele ter sido gay) para
assim ter o seu público.
Isso ocorre
exatamente em Teoria de Tudo, em que retrata os primeiros anos em que o gênio Stephen
Jawking (Eddie Redmayne) se destacou com
as suas incríveis teorias sobre os buracos negros e a origem do universo, mas
que infelizmente começou a sofrer de uma doença motora degenerativa quando
tinha apenas 21 anos. Claro que somente isso não seria o suficiente para
conquistar o público e, portanto o filme não se aprofunda como um todo sobre
carreira de Jawking, mas sim no seu relacionamento com a sua mulher Jane Wide
(Felicity Jones) que, mesmo com todos os problemas do seu companheiro, decidiu
abraçar o que realmente sentia por ele. Tem-se então o palco formado para
conquistar o cinéfilo que assiste, onde vemos o protagonista superar as suas
limitações, se tornando um símbolo de superação e ganhando apoio de seu amor.
Ou seja, é um filme
que os membros da academia adoram premiar, mas como o tempo é implacável, por
vezes acaba se tornando um típico filme lacrimoso da Sessão da
Tarde. Porém, A Teoria de Tudo não cai exatamente nesta típica armadilha e isso
muito se deve ao elenco, em especial a Eddie Redmayne: dava pouco crédito a
esse jovem ator quando o conheci no filme Sete Dias com Marilyn, mas aqui, ele
simplesmente desaparece, dando lugar a imagem de Stephen Jawking e mesmo não
pronunciando uma palavra sequer quando protagonista se encontra no seu pior
momento com relação à doença, nos enxergamos todo o esforço que ele quer passar
para nós através dos seus olhos expressivos.
O desempenho de Redmayne,
porém, somente tem êxito por completo graças a presença da atriz Felicity Jones
que, ao interpretar a esposa do astrofísico, nos faz como se estivéssemos ao seu
lado e sentir todas as dores, frustrações e forças que ela tenta trazer para
fora, para então conseguir contornar todos os obstáculos que terá de travar.
Claro que o olho mais atento irá perceber certa semelhança de sua personagem com
a da esposa de John Nash de Uma Mente Brilhante, que foi interpretada por Jennifer
Connelly. Porém Felicity Jones faz a diferença: a cena em que a sua personagem
tenta fazer com que Stephen tente se comunicar através com as piscadas dos
olhos é extremamente tocante.
Voltando
a forma que o filme foi produzido para conquistar uma fatia do público, lamento
com relação ao fato de não terem retratado um Stephen Hawking como um ateu ferrenho, pois a
sua área não há espaço (segundo ele) para um ditador celestial. Embora eu seja católico,
admiro pessoas que batem de peito aberto e se mantém fiéis com relação ao mundo
em que vive e mesmo ele não crendo em Deus, não iria deixar de respeitar menos
a imagem desse incrível gênio. Mas o filme foi pensado para ser visto pela
massa e o Stephen Hawking visto aqui, é um homem que vive da lógica, mas que sabe
criar determinadas linhas subliminares, fazendo com que a gente acredite que,
ele respeita no que as pessoas acreditam, principalmente no que sua esposa
acredita.
Com um belo documentário
no currículo (O Equilibrista), James Marsh criou o filme A Teoria de Tudo para
agradar a todos, sejam pessoas céticas ou religiosas. O que faltou talvez para
o cineasta fosse coragem, em apresentar ao público em geral, um Stephen Hawking totalmente
livre dos laços com relação a crenças religiosas, mas que independente disso,
ganharia de qualquer forma o nosso respeito, graças a sua força, determinação e
pela proeza de ter criado o seu próprio milagre.
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